Babilônia mística revelada - Introdução



Daniel e Apocalipse são os livros mais valiosos para aqueles que querem ser bem-sucedidos no estudo das profecias.

Suas mensagens definem tão claramente o caminho que devemos percorrer que ninguém precisará errar nele.

Como igreja remanescente de Deus, somos bem informados e advertidos mediante os escritos inspirados da Bíblia e dos Testemunhos.

Em certo sentido, não necessitamos de mais informações e advertências, mas de uma resolução pessoal de diligentemente compreender e aplicar na vida as revelações que nos foram previamente transmitidas pela divina providência.

E Deus está disposto a comunicar-nos sabedoria para que estas verdades sejam compreendidas e aplicadas no mais íntimo da alma, de modo que obtenhamos a preparação espiritual necessária para participar do gozo da gloriosa vitória que Cristo dará a Seu povo!

Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. (Tiago 1:5-6)

Diante da liberalidade de Deus em conceder-nos esse dom, por meio da fé, não podemos cometer a loucura de cooperar com o diabo sendo negligentes em apreciar tais mensagens maravilhosas, inspiradas por Deus e que visam nos garantir uma viagem segura até o nosso triunfante destino.

E para os que buscam o conhecimento de Deus como a um tesouro escondido, a promessa do Senhor Jesus é que serão plenamente satisfeitos!

Apocalipse 17: quatro pontos de consideração


Apocalipse 17 é uma das visões de ânimo e encorajamento mais importantes para o povo de Deus no tempo do fim.

Não obstante, essa profecia tem sido considerada por muitos como um enigma indecifrável, ou, na melhor das hipóteses, nada mais que uma mera repetição de Apocalipse 13.

A visão do capítulo 17 não é uma coisa nem outra, e se tão somente deixarmos que a Palavra de Deus fale em lugar de nossas suposições a respeito de seu conteúdo, certamente seremos bem-sucedidos em compreender seu real significado.

Há, porém, quatro observações que necessitamos fazer antes de apreciar a visão de João em Apocalipse 17:

1. Esta visão pertence a uma seção do Apocalipse que trata particularmente de Babilônia e do juízo divino que pesa sobre ela. Esta seção começa no capítulo 16 e se estende até o capítulo 18. Isso significa que não podemos isolar Apocalipse 17 de suas conexões com as demais profecias que tratam de Babilônia.

Em outras palavras, Apocalipse 17 só pode ser adequadamente entendido se considerarmos seu contexto mais amplo, ou seja, os capítulos 16 a 18, os quais fornecem mais informações a respeito de Babilônia.

2. Uma vez que o livro do Apocalipse tem múltiplas ligações temáticas e literárias com o Antigo Testamento, não podemos compreender a visão do capítulo 17 sem levar em conta o modo inspirado como João engenhosamente incorporou nela a linguagem e os símbolos das profecias hebraicas.

A palavra "Babilônia" não foi escolhida aleatoriamente pela Providência, mas de forma intencional, a fim de expor a relação teológica entre o tipo no Antigo Testamento e o antítipo no Novo.

Nesse caso, a queda histórica do império neobabilônico tal como revelada pelos profetas do Antigo Testamento representa um tipo ou modelo da queda da Babilônia do tempo do fim.

A razão para esse formidável arranjo profético é revelar como Deus consumará Suas promessas de natureza escatológica (referente aos últimos dias), feitas na antiga aliança, através de Cristo e Seu povo da nova aliança, isto é, Sua igreja.

O conjunto das informações proféticas assim reveladas tem o sublime propósito de insistir com o povo de Deus para abandonar Babilônia e seguir a Cristo, aceitando Seu evangelho eterno (Apocalipse 18:4; 14:6-7).

3. Para bem compreender a visão do capítulo 17, é preciso considerar também a maneira como as profecias foram organizadas no livro do Apocalipse, ou seja, sua estrutura literária, verdadeiramente singular.

Na qualidade de Revelação de Jesus Cristo, o Apocalipse é uma carta pastoral e profética dirigida às igrejas de nosso Senhor em todos os lugares e épocas.

Cumpre-nos, porém, reconhecer tanto a unidade interna do livro, como sua extraordinária arquitetura, que é parte da própria revelação.

Temos enfatizado que as mensagens do Apocalipse foram estruturadas do ponto de vista da obra de Cristo no santuário celestial. Não poderia ser de outra forma!

Os Evangelhos revelam nosso Redentor em Sua vida terrestre, ministério, sofrimentos, morte, ressurreição e, o livro de Atos, Sua ascensão. No Apocalipse, Ele é retratado em Sua glória, junto ao trono de Deus como Sumo Sacerdote e Juiz de Seu povo, e que muito em breve voltará para fundar Seu reino eterno!

O santuário é central no Apocalipse, mas há um detalhe significativo: as profecias da primeira metade do livro são reveladas na perspectiva do primeiro compartimento do santuário, com a dinâmica da revelação profética mudando para o segundo compartimento em Apocalipse 11:1 e 19!

Desse ponto em diante, João contempla cenas relacionadas à obra final de Cristo em Seu santuário.

Ora, é essa derradeira obra de nosso Senhor na sede de operações no Céu que determina o início do tempo do fim, e, por conseguinte, o tempo e lugar de João nas visões subsequentes. Com base em Daniel 8:14, sabemos que o tempo do fim começou em 1844!

Apocalipse 17 pertence à segunda metade do livro e, portanto, deve ser interpretado à luz dessa nova perspectiva.

4. Finalmente, devemos advertir nosso caro leitor sobre o propósito da revelação profética no que tange às questões mais sensíveis envolvidas.

Apocalipse 17 distingue as potências de interesse da profecia - a mulher e a besta - da grande massa que é o alvo prioritário desses poderes - as "muitas águas", ou "povos, multidões, nações e línguas" (verso 15).

Prova disso é o fato de essa mesma multidão ser também o alvo do evangelho:

Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo. (Apocalipse 14:6)

Isso significa que a visão de Apocalipse 17 se concentra em instituições político-religiosas envolvidas no último grande drama, e não em pessoas sinceras, que vivem segundo a sua fé, mas que necessitam ser alcançadas com a mensagem de Deus para o tempo presente.

É possível que algumas pessoas se surpreendam com as descobertas que faremos à luz de Apocalipse 17. Cabe aqui reafirmar nosso compromisso com a verdade sem perder de vista o amor pelas almas sinceras.

E penso que não há melhor maneira de fazê-lo senão seguindo o exemplo deixado por nosso Salvador.

Comentando sobre a franqueza de Cristo em Seu diálogo com os falsos mestres, Paul Earnhart observa em seu livro, O Sermão da Montanha (São Paulo: Dennis Allan, 1997), p. 21:

Nesta era tão conciliadora, que dá tanto valor à paz e à harmonia, até mesmo acima da verdade e da justiça, a linguagem franca do Salvador deixará muitos em desconforto. O Filho de Deus jamais foi atraente ou desnecessariamente severo no seu tratamento dos falsos mestres, porém não hesitava em detectar claramente, quando era necessário identificar a fonte na qual seu povo estava sendo envenenado. É preciso ser lembrado, hoje em dia, que Jesus atacou as instituições religiosas, não por vaidade pessoal ou ambição, mas porque as almas dos homens que ele amava estavam em suspenso. Faríamos bem em imitá-lo. Temos que ser prudentes e agradáveis, mas devemos falar francamente quando a salvação de homens perdidos o requer.

Esse é o espírito que se requer de nós ao estudarmos profecias como a de Apocalipse 17.

Queira Deus que alcancemos esta suprema meta.

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