Totalitarismo no tempo do fim


Para todo o cristão familiarizado com as profecias do tempo do fim, é evidente que, à medida que o estado emerge do "abismo" (Apocalipse 17:8), isto é, à medida que se torna maior, mais forte e mais onipresente, líderes religiosos trabalharão com mais afinco junto às autoridades políticas para obter uniformidade moral e religiosa (16:13 e 14; 17:13), sob o pretexto de garantir e preservar a paz pública.

A ideia de que o estado deve proteger a igreja e apoiá-la em sua jurisdição, promovendo suas doutrinas e suprimindo a dissidência pela força, se necessário, é antiga e nunca desapareceu do ideário cristão.

Ora, para cumprir esse papel, o estado não pode ser mínimo, nem, tampouco, uma república constitucional de fato.

Precisa manter a aparência republicana por razões pragmáticas, mas deve operar de modo a desencorajar o autogoverno e a autonomia individual.

A prática romana de alinhar igreja e estado só pôde se consolidar com base na força e onipresença de suas instituições, personificadas na figura do imperador, o pontifex maximus, que também incorporava a união entre os poderes religioso e civil.

Portanto, o estado no tempo do fim deve necessariamente ser forte e grande o bastante para que o principal magistrado e pontífice máximo dos tempos modernos – o papa – possa readquirir a supremacia que perdeu no Velho Mundo.

Afinal, um sistema religioso autoritário não pode exercer plenamente as prerrogativas que reclama possuir por direito divino sem o apoio de um estado igualmente autoritário e centralizador, assim como este não pode se afirmar como tal sem a ajuda do primeiro.

E não importa se o governo é de direita ou de esquerda.

Como um comentarista observou, no sistema bipartidário americano, não há diferença; republicanos e democratas são exatamente iguais.

Ambos apoiam guerras intermináveis, gastam indiscriminadamente, ignoram os direitos básicos do cidadão, não respeitam o estado de direito, são financiados por grandes corporações, preocupam-se mais com seu próprio poder e têm um longo histórico de expansão do governo e redução da liberdade. (Devo acrescentar que ambos os partidos também reconhecem a autoridade moral do "santo padre".)

Dito de outra forma, a mentalidade burocrática tende a incorporar a mesma filosofia de governo grande, autoritário e centralizador independentemente da filiação partidária, embora eu pessoalmente acredite que a direita conservadora terá um papel mais influente nestes últimos dias.

Como prova insofismável de que o mundo caminha rapidamente nessa direção, considere o seguinte:

1. Estamos vivenciando mais governo e menos liberdade

Sem o nosso conhecimento e consentimento, detalhes íntimos de nossas vidas se tornaram a matéria-prima para imensos bancos de dados compilados pelo governo compostos de todo tipo de informação confidencial que o estado e seus parceiros corporativos podem acessar, compartilhar e vender livremente.

A capacidade do governo de ouvir nossos telefonemas, monitorar nossos movimentos, examinar nossas transações e perscrutar nossa intimidade aumenta as chances de sermos incluídos em uma lista negra de alguma agência estatal obscura, dependendo do que lemos, do que compramos, com quem interagimos e no que acreditamos.

Além disso, o governo pode interferir em nossas decisões econômicas, controlar nossos corpos, invadir nossas casas, confiscar nossa propriedade e excluir-nos da vida social por qualquer motivo que ele considere razoável.

2. Abusos governamentais flagrantes estão se tornando a norma

Censura, táticas de intimidação, invasão à propriedade privada, confisco de bens civis, prisões arbitrárias em massa, sistema judicial em sintonia com o estado policial, escolas que funcionam como centros de doutrinação, burocratas que mantêm o estado profundo no poder... A lista dos abusos que estão destruindo nossas liberdades é extensa e constitui o "novo normal" para uma população cada vez mais desprovida de salvaguardas.

Pior ainda, a política do medo, alimentada pela ignorância geral dos cidadãos sobre seus direitos e de como funcionam as instituições e processos pelos quais são governados, tem induzido as pessoas a renunciarem à liberdade em troca de uma garantia ilusória de segurança.

Ao permitir que nossos temores sejam explorados e nossas ações, criminalizadas, abdicamos do controle sobre os aspectos mais íntimos de nossa vida para funcionários públicos inescrupulosos, que não hesitarão em se aproveitar disso para acumular mais poder.

3. O controle econômico aumenta o poder estatal e vice-versa

O governo deveria proteger, defender e reforçar nossas liberdades. Mas a verdade é que, para expandir seus poderes, o governo precisa restringi-las.

E existe um perigo real de que essas restrições aumentem com o advento da economia digital, já que ela é um instrumento potencialmente poderoso de confisco e redistribuição de riqueza e de monitoramento e controle das pessoas.

Uma moeda digital emitida pelo governo (CBDC) pode ser programada com regras específicas que certamente limitarão (e, eventualmente, suspenderão) nossa autonomia e liberdade de ação econômica.

Esse nível de controle é abrangente, e numa crise sanitária ou climática, por exemplo, o governo pode negar seu acesso ao dinheiro se você viajar mais do que o permitido ou se exceder sua cota mensal de emissão de carbono.

Centros de distribuição de alimentos administrados pelo governo ou mesmo supermercados podem facilmente limitar a compra de itens e exigir formas de pagamento específicas, como a CBDC, que pode ser facilmente vinculada a um sistema de crédito social, semelhante ao existente na China.

A conformidade ou não-conformidade determinará sua pontuação de crédito social, independentemente de seu histórico financeiro, o que pode abrir ou fechar portas.

Bem, esta é a nossa condição atual: um estado mais inflado e intrusivo que tem restringido a liberdade e interferido em cada aspecto da vida do cidadão.

E mesmo que um político conservador assuma a Casa Branca, esse modelo de estado será mantido, talvez até ampliado, pois a direita cristã não tem maior apreço pela liberdade e autonomia individuais do que os políticos de esquerda.

Na próxima postagem, explicarei por que acredito que os conservadores de direita terão o protagonismo antecipado nas profecias do tempo do fim, em preparação para os eventos finais que culminarão com o bem-aventurado advento de nosso Senhor Jesus, a nossa mais acalentada esperança.


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