"Se o mundo vos odeia", disse Jesus, "sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia." (João 15:18-19. Ver também 3:19-20).
Sim, o mundo ama os que lhe pertencem. Os verdadeiros discípulos de Jesus não são do mundo, por isso o mundo os odeia. Para o vidente de Patmos, que certamente lembrou-se das palavras do Mestre em sua tribulação, não havia nenhuma razão para espanto.
Mas depois de ter visto em uma visão anterior a santa igreja de Cristo, simbolizada por uma mulher pura, ser cruelmente perseguida pelo dragão, e sendo-lhe agora revelado que uma igreja nominalmente cristã, representada por uma meretriz e imbuída do mesmo espírito do dragão, perseguiria os verdadeiros seguidores de Jesus, João foi tomado de grande espanto (Apocalipse 17:6).
Em resposta à reação do profeta diante de algo que lhe parecia então inacreditável, isto é, que uma igreja pudesse perseguir os santos como o dragão havia feito a Cristo e à igreja primitiva (Apocalipse 12:1-6, 9, 13), o anjo, pronto a dar-lhe ainda mais luz a respeito do assunto, declarou:
Vede que a própria sentença do anjo traz consigo parte da explicação que se segue.
Pois a declaração do anjo - "eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz" - indica claramente que o "mistério" não se restringe à identidade da mulher, mas inclui também a da besta! Ambas pertencem ao mesmo mistério, e, portanto, não podem ser entendidas separadamente!
Já havíamos advertido o leitor sobre o fato singular de que, na visão (versos 3-6), a atenção de João é voltada quase que exclusivamente à mulher, ao passo que na explicação da visão (versos 7-18) sua atenção é dirigida principalmente à besta. Isso sugere que os dois personagens da profecia devem ser entendidos com base em suas relações, e não isoladamente.
Que uma igreja devesse ser tão distinta do mundo a ponto de despertar-lhe o ódio e oposição é algo manifesto na visão de João em Apocalipse 12. Aqui, a mulher pura e o dragão de sete cabeças e dez chifres são tão opostos como o céu e a terra.
Em Apocalipse 17, no entanto, a mulher e a besta (que, aliás, também tem sete cabeças e dez chifres e, portanto, possui caráter semelhante ao do dragão) estão unidas de tal forma, em contraste com o quadro que se apresenta no capítulo 12, que dessa concórdia só poderia resultar o espírito de figadal ódio e perseguição.
Eis por que o profeta, ou qualquer um de nós, não deveria espantar-se diante deste cenário calamitoso.
É coisa espantosa, todavia, que a nau da igreja, unida às ondas que a cercam, mas distinta delas, e operando beneficamente no mundo pela guia e poder do Espírito Santo, possa, com o tempo, tornar-se indistinguível das forças que lhe são contrárias e, assim, errar o rumo que deve percorrer.
Quão astuto e sagaz é o inimigo que temos de enfrentar! Seu maior objetivo é afastar de Deus a igreja, a fim de que ela esteja próxima o bastante do mundo para se contaminar com ele, mas suficientemente distante para acreditar que ainda é diferente!
Trata-se de um esquema tão bem arquitetado e ardiloso que está além da capacidade humana de descrição.
Graças a Deus pela Palavra "viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes" (Hebreus 4:12), pela qual é possível desvendar os engenhosos estratagemas da iniquidade e, sobretudo, resistir a eles por meio das armas procedentes dos arsenais do Céu (II Coríntios 10:4-6).
Se a apostasia institucional a que se referiu Paulo em II Tessalonicenses 2:3-4 (e que a João foi permitido, em visão, contemplar o cumprimento) é um fenômeno decorrente da perda do "primeiro amor" (Apocalipse 2:4), podemos, então, inferir que o diabo empregará todos os expedientes de que dispõe para suprimir da mente dos crentes cristãos essa primeira impressão do Espírito e, assim, neutralizar o poder da igreja.
Mas depois de ter visto em uma visão anterior a santa igreja de Cristo, simbolizada por uma mulher pura, ser cruelmente perseguida pelo dragão, e sendo-lhe agora revelado que uma igreja nominalmente cristã, representada por uma meretriz e imbuída do mesmo espírito do dragão, perseguiria os verdadeiros seguidores de Jesus, João foi tomado de grande espanto (Apocalipse 17:6).
Em resposta à reação do profeta diante de algo que lhe parecia então inacreditável, isto é, que uma igreja pudesse perseguir os santos como o dragão havia feito a Cristo e à igreja primitiva (Apocalipse 12:1-6, 9, 13), o anjo, pronto a dar-lhe ainda mais luz a respeito do assunto, declarou:
Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. (Apocalipse 17:7, Almeida Corrigida e Revisada Fiel).
Vede que a própria sentença do anjo traz consigo parte da explicação que se segue.
Pois a declaração do anjo - "eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz" - indica claramente que o "mistério" não se restringe à identidade da mulher, mas inclui também a da besta! Ambas pertencem ao mesmo mistério, e, portanto, não podem ser entendidas separadamente!
Já havíamos advertido o leitor sobre o fato singular de que, na visão (versos 3-6), a atenção de João é voltada quase que exclusivamente à mulher, ao passo que na explicação da visão (versos 7-18) sua atenção é dirigida principalmente à besta. Isso sugere que os dois personagens da profecia devem ser entendidos com base em suas relações, e não isoladamente.
Que uma igreja devesse ser tão distinta do mundo a ponto de despertar-lhe o ódio e oposição é algo manifesto na visão de João em Apocalipse 12. Aqui, a mulher pura e o dragão de sete cabeças e dez chifres são tão opostos como o céu e a terra.
Em Apocalipse 17, no entanto, a mulher e a besta (que, aliás, também tem sete cabeças e dez chifres e, portanto, possui caráter semelhante ao do dragão) estão unidas de tal forma, em contraste com o quadro que se apresenta no capítulo 12, que dessa concórdia só poderia resultar o espírito de figadal ódio e perseguição.
Eis por que o profeta, ou qualquer um de nós, não deveria espantar-se diante deste cenário calamitoso.
É coisa espantosa, todavia, que a nau da igreja, unida às ondas que a cercam, mas distinta delas, e operando beneficamente no mundo pela guia e poder do Espírito Santo, possa, com o tempo, tornar-se indistinguível das forças que lhe são contrárias e, assim, errar o rumo que deve percorrer.
Quão astuto e sagaz é o inimigo que temos de enfrentar! Seu maior objetivo é afastar de Deus a igreja, a fim de que ela esteja próxima o bastante do mundo para se contaminar com ele, mas suficientemente distante para acreditar que ainda é diferente!
Trata-se de um esquema tão bem arquitetado e ardiloso que está além da capacidade humana de descrição.
Graças a Deus pela Palavra "viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes" (Hebreus 4:12), pela qual é possível desvendar os engenhosos estratagemas da iniquidade e, sobretudo, resistir a eles por meio das armas procedentes dos arsenais do Céu (II Coríntios 10:4-6).
Se a apostasia institucional a que se referiu Paulo em II Tessalonicenses 2:3-4 (e que a João foi permitido, em visão, contemplar o cumprimento) é um fenômeno decorrente da perda do "primeiro amor" (Apocalipse 2:4), podemos, então, inferir que o diabo empregará todos os expedientes de que dispõe para suprimir da mente dos crentes cristãos essa primeira impressão do Espírito e, assim, neutralizar o poder da igreja.
Não sejamos ingênuos. Satanás tem muitas redes finamente tecidas, bem trabalhadas, insuspeitas e até inocentes na aparência, mas através das quais ele pode atrair e enlaçar a igreja, de forma a substituir seu amor a Cristo pelo amor ao mundo.
E uma vez que sejamos cegados por Satanás no que tange à nossa própria condição espiritual, e que os muitos testemunhos e advertências da Palavra de Deus sejam silenciados ou considerados superficialmente, estarão abertas as portas para a indiferença, o mundanismo, as trevas espirituais e, finalmente, a apostasia.
Se a igreja decididamente ama o mundo e as coisas que no mundo há; se a ele se une, mesmo em nome dos mais nobres e virtuosos ideais, o amor de Deus não encontrará guarida em seu seio.
Dificilmente ela terá um senso elevado de que faz parte de uma importante e solene obra, e, certamente, rebaixará os sublimes princípios da verdadeira religião, de modo a ajustá-los à sua natureza não santificada e, assim, obter o louvor dos descrentes.
Quão grande será, então, a influência funesta que exercerá sobre o mundo, em virtude de seu estado de insensibilidade e cegueira!
Nenhuma igreja que se autodenomine a única e verdadeira igreja de Cristo pode produzir preciosos frutos que testifiquem de sua ligação com o Mestre, se o lugar que pertence unicamente a Cristo por direito é ocupado pelos homens.
E o clímax da apostasia é que homens ocupem o lugar de Cristo nas atribuições que Lhe dizem respeito.
Nessa condição, é possível ser religioso, e, contudo, não ser verdadeiramente cristão; ser sacerdote, mas no altar de um culto degenerado; ter o poder de ligar e desligar, porém não de acordo com o Céu; considerar-se mãe das virtudes, e, no entanto, ser mãe das meretrizes e das abominações da terra.
Completamente cegada pela ambição de assumir o controle das consciências, de ocupar na terra um lugar que Deus nunca, jamais ordenou, a Igreja apóstata se converteu em agente das trevas, e não da luz. E todas as igrejas que a ela estão ligadas por laços de tradição ou amizade ou que seguem seu exemplo são igualmente culpadas perante Deus.
Aos membros destas igrejas, nosso misericordioso Redentor tem estendido Seu último e decisivo apelo:
Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos. (Apocalipse 18:4)
Que possam hoje ouvir a Sua voz e atender ao Seu solene chamado!
[Revisado em 03 de julho de 2023]
Se você gostou desta postagem e quer apoiar o nosso trabalho, não esqueça de divulgá-la em suas redes sociais. Você também pode contribuir com este ministério clicando no botão abaixo. Sua doação permitirá que o evangelho eterno alcance muito mais pessoas em todo o mundo, para honra e glória de nosso Senhor Jesus. Que Deus o abençoe ricamente!
0 Comentários