O caráter inesperado do decreto dominical


Hoje pela manhã, fiz a seguinte pergunta ao ChatGPT:

"Imagine um cenário em que um domingo verde – um dia sem atividades seculares e voltado para a espiritualidade e preservação do planeta – fosse adotado como parte do combate às mudanças climáticas. Imagine ainda que, nesse cenário, houvesse um grupo na sociedade que decidisse não participar desse domingo verde, pois isso iria de encontro às suas convicções religiosas (a guarda do sábado do sétimo dia, por exemplo). Como você acha que os governos e a sociedade em geral reagiriam a isso? Poderia haver medidas discriminatórias ou punitivas? Se sim, quais seriam elas?"

Eis a resposta do chatbot (as ênfases são minhas):

"É difícil prever como governos e sociedade em geral reagiriam a um cenário hipotético como esse, pois dependeria de diversos fatores, incluindo a cultura e os valores da sociedade em questão, bem como a forma como o dia verde e a guarda do sábado são percebidos e valorizados.

"No entanto, é possível especular que a adoção de um dia verde seria vista como uma medida positiva e necessária para combater as mudanças climáticas e preservar o planeta. Nesse sentido, o grupo que decidisse não participar desse dia poderia ser visto como negligente em relação às questões ambientais, o que poderia gerar certa reprovação por parte da sociedade em geral.

"Quanto a medidas discriminatórias ou punitivas, é importante lembrar que as liberdades religiosas são garantidas por diversas constituições ao redor do mundo. Nesse sentido, é improvável que haja medidas punitivas ou discriminatórias que restrinjam a prática religiosa dos indivíduos. No entanto, os indivíduos que não participarem do dia verde poderiam ser excluídos de benefícios ou incentivos oferecidos pelo governo ou por empresas que valorizam a sustentabilidade, o que poderia gerar alguma desvantagem para esse grupo específico.

"Em resumo, é difícil prever com exatidão como a sociedade e os governos reagiriam a um cenário hipotético como esse, mas é importante lembrar que as liberdades religiosas são protegidas e que é possível haver algum tipo de desvantagem para aqueles que não participam do dia verde."

O que mais chama a atenção na resposta da IA é que, a despeito da garantia constitucional de liberdade religiosa, a recusa de um grupo em participar de um domingo verde por razões de fé poderia acarretar "algum tipo de desvantagem", como a possível exclusão desse grupo "de benefícios ou incentivos oferecidos pelo governo ou por empresas que valorizam a sustentabilidade".

Isso poderia acontecer no cenário de um decreto dominical. A exigência da observância do domingo sob qualquer pretexto seria formalizada por lei em meio a circunstâncias excepcionalmente incomuns, mas a liberdade religiosa continuaria protegida, pelo menos no papel. Somente sofrerão exclusão social e econômica os que se recusarem a receber "a marca, o nome da besta ou o número do seu nome" (Apocalipse 13:17).

A julgar pela forma como o estado e a sociedade civil reagiram à Covid-19, quando os governos reivindicaram a prerrogativa de controlar as decisões individuais, a gestão empresarial e a participação do cidadão médio na vida econômica com base no status de saúde, sem revogar formalmente uma única letra da constituição ou extinguir as instituições democráticas, não é absurdo imaginar que algo semelhante possa ocorrer com o decreto dominical.

Essa perspectiva ganha peso ao considerarmos a relação que tem sido feita entre as medidas de combate à Covid-19 e as medidas de combate às mudanças climáticas.

Em setembro de 2020, a professora de economia na University College London, Mariana Mazzucato, advertiu que "num futuro próximo, o mundo pode precisar recorrer a bloqueios novamente – desta vez para enfrentar uma emergência climática".

Em dezembro do mesmo ano, Karl Lauterbach, ministro da saúde da Alemanha, disse que as medidas para lidar com as mudanças climáticas exigirão restrições à liberdade pessoal semelhantes às implementadas durante a Covid-19.

Um artigo publicado no site do Center for the Preservation of Humanity observa que o Fórum Econômico Mundial, as Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde (entidades com as quais o papado mantém íntima relação) estão liderando os novos bloqueios como forma de combater as mudanças climáticas.

Então, como ocorreu na emergência sanitária, os direitos não serão simplesmente extintos, mas passarão a ser tratados como privilégios que podem ser concedidos ou negados de acordo com os critérios em vigor. A liberdade em geral não é suprimida, mas a decisão de quais liberdades são aceitáveis e quais não são pertence ao grupo dominante segundo as circunstâncias do momento.

Isso está em harmonia com Apocalipse 13:16 e 17, em que a "imagem da besta" não visa, a princípio, a extinção dos direitos, mas promete salvaguardá-los apenas para aqueles que aceitarem suas falsas reivindicações.

Se assim for, o decreto dominical não parecerá, num primeiro momento, um decreto nem será abertamente dominical como muitos adventistas imaginam.

E, por isso, muitos deles vão aderir a essa medida com o mesmo entusiasmo com que já abraçam as políticas ambientais da ONU e a justiça social do papado.

Em O Grande Conflito, p. 608.2, Ellen G. White escreveu:

Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de seus antigos irmãos. Quando os observadores do sábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governantes contra eles.

Este será um tempo de prova para o remanescente fiel. Mas não devemos desanimar. Outros antes de nós viveram uma experiência semelhante e venceram "por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram" (Apocalipse 12:11)!

O anjo de Apocalipse 18 que se une na proclamação da mensagem do terceiro anjo deve iluminar o mundo com a sua glória, e muitos que estão nas trevas do pecado serão levados a decidir-se.

Queira Deus que estejamos entre aqueles que farão parte desta grandiosa obra!

Se você gostou desta postagem e quer apoiar o nosso trabalho, não esqueça de divulgá-la em suas redes sociais. Você também pode contribuir com este ministério clicando no botão abaixo. Sua doação permitirá que o evangelho eterno alcance muito mais pessoas em todo o mundo, para honra e glória de nosso Senhor Jesus. Que Deus o abençoe ricamente!

Postar um comentário

3 Comentários

  1. Discordo dessa parte"Se assim for, o decreto dominical não parecerá, num primeiro momento, um decreto nem será abertamente dominical como muitos adventistas imaginam.

    E, por isso, muitos deles vão aderir a essa medida com o mesmo entusiasmo com que já abraçam as políticas ambientais da ONU e a justiça social do papado." Pois a própria Bíblia diz que a segunda besta Faria a imagem da besta conforme Apocalipse 13 e a própria Ellen White diz e as principais igrejas vão se unir em pontos em comuns e vão solicitar os seus governantes que imponha o Decreto Dominical e também ela afirma esses vão repudiar a Constituição que garante a liberdade de consciência!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado por seu comentário. Eu não disse que o decreto dominical "não será" um decreto, mas sim que "não parecerá" um decreto num primeiro momento.

      Ellen White escreveu que "muitos que se unem ao movimento dominical não percebem para onde propende a tendência oculta. Não veem que se um governo protestante abandona os princípios que deles fizeram uma nação livre e independente, e, pela legislação, introduz na Constituição princípios que propaguem a falsidade e ilusão papal, eles estão se lançando nos horrores romanos da Idade Média".

      Note que a Constituição, em teoria, não é rejeitada, mas a introdução de uma lei que presta homenagem ao papado é, na prática, uma rejeição da Carta Magna da nação.

      Contudo, muitos defensores do movimento dominical não percebem isso. Certamente porque ideais profundamente enraizados estão envolvidos, como a questão ambiental, por exemplo. Observe esta outra declaração da pena inspirada:

      "Satanás dá sua interpretação aos eventos, e os homens pensam, como ele quer que o façam, que as calamidades que enchem a Terra constituem um resultado da transgressão do domingo. Tencionando aplacar a ira de Deus, esses homens influentes fazem leis impondo a observância do domingo."

      Enfim, a coisa toda, a princípio, será muito sugestiva, antes que as pessoas envolvidas percebam o que realmente está em jogo.

      A propósito da discussão, vale a pena refletir nas seguintes palavras de Ellen White:

      "O sinal da besta é exatamente o que tem sido proclamado. Nem tudo que se refere a este assunto é compreendido; nem compreendido será até que tenha sido completamente aberto o rolo do livro."

      Excluir
  2. Muito bem escrito! Concordo plenamente! O decreto sairá inicialmente como domingo do clima!!

    ResponderExcluir