A nova ordem mundial está aqui


Mudanças no cenário geopolítico, guerras, volatilidade política, extrema volatilidade econômica, escassez de energia, interrupções na cadeia de suprimentos global, crise do custo de vida, acúmulo insustentável de dívidas governamentais, pandemias, tudo tem sido usado para justificar uma abordagem globalmente coordenada e centralizada das crises.

Para as pessoas que agora estão dizendo em voz alta aquilo que até há pouco tempo costumavam manter em segredo, a governança global é a solução para os problemas mundiais, e as crises são meios úteis de promovê-la.

Uma autoridade mais centralizada significa menos liberdade individual e mais vigilância em massa e outros controles totalitários.

Os promotores desta visão distópica disfarçam políticas tirânicas com soluções supostamente eficientes, enquanto exploram a ansiedade e o medo para criar conformidade.

Manter o público com medo ajuda a sustentar o estado de emergência perpétuo e, portanto, todo o aparato de opressão que o alimenta.

Sustentar a percepção de uma crise e usá-la para justificar a imposição de uma ampla gama de restrições que privam o cidadão dos direitos e liberdades individuais são meios bastante efetivos de controlar a sociedade.

As pessoas que permanecem ingenuamente com medo continuarão a pensar que todas as medidas para enfrentar a crise são válidas e que é perfeitamente razoável sacrificar a liberdade, a autonomia corporal e o bom senso para cumprir os testes de conformidade – ficar descalço e seminu no aeroporto, manter o distanciamento social, usar máscaras, etc.

Essas pessoas não se importarão com os "pequenos" constrangimentos ou a vacinação em massa de alguma substância experimental. O medo supera todas as privações e riscos.

Mesmo que a reação oficial à uma crise resulte em um desastre moral, científico, econômico e político, ela continuará sendo amplamente justificada e aceita, ao passo que os autores de nossa tragédia continuarão monopolizando poderes de emergência e pressionando por medidas cada vez mais restritivas em nome do teatro de segurança, que é inútil na garantia da segurança propriamente dita, mas bastante eficaz para transformar cidadãos em servos obedientes.

Como Jim Quinn escreveu a propósito da pandemia:

Medo e ansiedade são a força vital de um evento de histeria em massa. Uma população já psicologicamente fragilizada foi preparada para reagir insanamente a uma "crise" totalmente exagerada, estimulada por maus atores que buscavam riqueza, notoriedade, aclamação e a capacidade de impor medidas autoritárias às massas como prova de seu poder e supremacia…. O início desse tsunami psicológico de medo resultou na ascensão de um estado ditatorial, com presidentes, governadores, prefeitos e totalitários de baixo escalão emitindo decretos, mandatos e ordens com a ameaça de prisão, perda de empregos, multas, ou espancamentos como consequência imediata da não conformidade.

Se uma ordem mundial é má e nociva às pessoas, então é importante identificar quem se beneficia dela.

Mais controle e dependência, menos liberdade e autonomia

Vamos relembrar algumas coisas importantes que meu seleto e qualificado grupo de leitores já sabe.

"Você não terá nada e será feliz" significa, na prática, "Abrace uma vida pior em nome da igualdade". Ou, dito de outra forma, sacrifique o bem-estar e a prosperidade em nome do culto da distribuição igualitária de recursos.

Esse culto não é exclusividade dos políticos. Sua origem remonta à doutrina social católica (sobre a qual escrevi aqui), tem nome – destinação universal dos bens – e serve de inspiração para figuras como Klaus Schwab e fóruns como o G7 e o G20, que agem de comum acordo para evitar que os mercados operem independentemente do controle centralizado.

Recentemente, um colunista do Washington Post observou que a administração de Joe Biden (que é católico e amigo íntimo dos jesuítas) promoveu uma "revolução econômica" baseada na luta contra a "desigualdade" e isso tem exigido "uma intervenção mais ativa do governo na economia".

É exatamente o que defende o ensino social católico. Essa intervenção não parece tão ruim quando associada a um valor como a igualdade, e, por isso, muitos a têm recebido de braços abertos.

No entanto, não se trata da igualdade de direitos ou de valor, mas da igualdade de resultados e de recursos, condição que sujeitará todos os que estão na base da cadeia alimentar do Grande Reset do Fórum Econômico Mundial ao mesmo nível de miséria e subserviência.

Naturalmente, a pessoa que questionar ou não optar pelo regime totalitário disfarçado de economia inclusiva enfrentará as consequências da exclusão total.

Um sistema de pagamento alternativo, como a moeda digital do banco central (CBDC), tornaria isso perfeitamente possível.

A CBDC permitiria ao governo determinar se, quando, onde e como você pode gastar seu dinheiro. Com ela, qualquer transação pode ser monitorada, bloqueada, tributada, penalizada ou controlada de outra forma.

James Rickards observa que, com uma CBDC, o governo poderia:

  • Aplicar taxas de juros individualizadas para cada cidadão. Se for preciso desacelerar a economia, o governo pode congelar uma certa porcentagem do seu dinheiro para que você não possa gastá-lo. Se for necessário estimular o consumo em uma economia muito lenta, o governo pode punir com taxas de juros negativas os poupadores. Uma moeda digital também permitiria o congelamento de contas, retenção de impostos e o confisco total em alguns casos.
  • Estabelecer limites para o consumo com base em "preocupações de segurança nacional", como as mudanças climáticas, restringindo, por exemplo, a quantidade de combustível que você pode comprar semanalmente. Uma moeda digital criaria novas maneiras de o governo controlar quanto você poderia comprar de um determinado item ou até mesmo proibir certas compras.
  • Manter o registro de cada transação financeira que você fizer. Ao contrário do dinheiro em papel, que é anônimo, a moeda digital permite que o governo saiba até mesmo onde você gastou seu dinheiro, o que o deixa a um passo de ser colocado sob investigação de alguma agência estatal caso compre o material de leitura “errado” ou faça doações para a organização “errada”.

Isso não é uma teoria da conspiração. Nick Corbishley observou que, em um mundo dominado pela CBDC, pessoas ou organizações menos social ou politicamente desejáveis podem até ter acesso negado ao sistema financeiro. Ele cita um analista político de Washington (a ênfase é minha):

Indivíduos ou organizações mais perigosos podem simplesmente ter seus ativos digitais excluídos temporariamente ou a capacidade de transações de suas contas congelada com o apertar de um botão, bloqueando-os do sistema comercial e mitigando bastante a ameaça que representam. Nenhum uso de poderes de emergência ou compulsão de instituições financeiras intermediárias seria necessário; os Estados Unidos não têm direito constitucional consagrando a liberdade de efetuar transações.

Mark Jeftovic escreveu que as CBDCs podem incorporar sistemas de crédito social ligados ao rastreamento de sua pegada de carbono (Ele lembra que já existe um cartão Mastercard que bloqueia o crédito se o usuário exceder sua cota individual de emissões) ou a programas de Renda Básica Universal (Ele cita o exemplo do Bolsa Família, que a partir de agora exigirá que as famílias inscritas no programa sejam vacinadas contra a Covid-19 para continuar recebendo o benefício. Fato digno de nota é que o Brasil planeja implantar sua CBDC no próximo ano.)


Supondo que uma moeda digital não vingue, o governo já dispõe de meios de controle razoavelmente eficientes. Ele pode, por exemplo, ameaçar os bancos e provedores de serviços financeiros com maior escrutínio, controles e penalidades se fizerem negócios com indivíduos ou empresas considerados de alto risco.

A lista negra do governo, que hoje inclui evasão fiscal, lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e outras transações marginais, poderia eventualmente incluir, sob alguma designação dramática, os guardadores do sábado do sétimo dia, por não se adequarem a algum estatuto socioambiental universalmente aceito que exija o sacrifício de sua fé, como a observância de um domingo climático, por exemplo.

Nesse caso, os bancos responderiam com uma mensagem do tipo: "Prezado cliente, decidimos cancelar sua conta tendo em vista que a continuidade de nosso relacionamento cria um possível risco de reputação para nossa empresa", seguida do bloqueio da conta e/ou suspensão dos serviços financeiros.

Uma vez que as liberdades pessoais e políticas são inseparáveis da liberdade econômica, a proibição de exercê-la significará a exclusão total que mencionei acima.

A ideia de um capitalismo de partes interessadas sugere mais inclusão e menos ganância corporativa. Mas, na verdade, essa forma lisonjeira de socialismo diminui a eficiência econômica e destrói as liberdades individuais, ao mesmo tempo em que promove a maior transferência de riqueza da história para os que estão no topo da pirâmide.

Conclusão

Embora os idealizadores da governança global prometam alvíssaras, esse modelo exigirá poder e controle sem limites.

J.B. Shurk nos dá um vislumbre do que nos reserva o futuro imediato:

  • "Especialistas" em mudanças climáticas determinarão quais tipos de energia podem ser usados por empresas e consumidores.
  • "Especialistas" em sustentabilidade determinarão quais alimentos os humanos (pelo menos os que não pertencem à "elite") podem consumir.
  • "Especialistas" em desinformação determinarão que tipo de notícias ou qual lado de um debate pode ser reconhecido e promovido.
  • "Especialistas" em saúde determinarão quantas vezes cada cidadão deve ser injetado com "vacinas" cada vez mais novas, se os cidadãos devem ser mantidos em confinamento "para seu próprio bem" e se máscaras faciais devem ser usadas para provar a conformidade contínua.
  • "Especialistas" em extremismo determinarão quais tipos de discurso são "prejudiciais".
  • "Especialistas" em racismo determinarão quais grupos da sociedade têm "privilégios" injustos.
  • "Especialistas" em desigualdade determinarão quais propriedades devem ser tomadas e quais grupos o estado deve recompensar.
  • "Especialistas" em tudo o que o estado exigir determinarão que o estado está agindo razoavelmente em cada etapa do caminho.

Estamos vivenciando o processo pelo qual estados democráticos e sociedades abertas estão sendo incorporados em uma estrutura que exclui certos tipos de pensamento e comportamento.

Essa estrutura é o habitat natural do papado.

Roma sempre se opôs ao livre pensamento, à liberdade de expressão, à autonomia individual, à privacidade, aos direitos de propriedade, à limitação do governo, ao estado de direito, à livre iniciativa e ao progresso.

À medida que se consolidam as condições para que este inimigo da verdade obtenha novamente o controle sobre as consciências, enquanto mantém a aparência de defensor dessas consquistas que tornam possível uma sociedade livre, veremos demonstradas as palavras do profeta:

"Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus". Apocalipse 12:17.

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