Tensões no Mar Vermelho aumentam com o envio de navios russos à região


Com a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, o Estreito de Bab al-Mandab e o Mar Vermelho se tornaram palco de ataques frequentes dos hutis contra qualquer embarcação que esteja ligada a Israel, aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

O grupo rebelde iemenita apoiado pelo Irã tem como objetivo restringir a navegação internacional na região e, ao mesmo tempo, impedir que navios comerciais usem portos israelenses.

Em resposta aos ataques liderados pelos hutis, Estados Unidos e Reino Unido formaram uma coalização naval de 22 países com o sugestivo nome de operação "Guardiões da Prosperidade", numa tentativa de garantir uma navegação segura em águas consideradas fundamentais para o comércio internacional.

Ocorre que a Frota do Pacífico da marinha russa confirmou esta semana que seus navios de guerra foram enviados para a região em operações de patrulha, e não há indícios de que Moscou pretenda cooperar com seus rivais na coalizão naval liderada pelos EUA.

Fontes do Ministério da Defesa russo identificaram que o cruzador Varyag e a fragata Marshal Shaposhnikov estão envolvidos na missão de patrulha, mas ainda não está claro se outras embarcações de apoio também participam da operação.

O cruzador e a fragata da marinha russa participaram no início deste mês de exercícios navais conjuntos no Oceano Índico envolvendo o Irã, a China e a Rússia – uma operação que Moscou descreveu na ocasião como prática de "segurança em atividades econômicas marítimas".

A questão que persiste é se a Rússia está enviando seus navios de guerra para a região por preocupação de que eles sejam atacados pelos hutis, embora os rebeldes tenham prometido passagem segura para navios chineses e russos.

De acordo com relatórios internacionais, no entanto, embarcações da Rússia e da China sofreram ataques em casos raros.

Há uma semana, diplomatas chineses e russos se reuniram em Omã com Mohammad Abdul Salam, porta-voz e negociador-chefe do Governo de Salvação Nacional (NSG) do Iêmen, e "chegaram a um acordo" sobre a passagem segura pelo Mar Vermelho e além.

Moscou e Pequim foram unânimes contra os bombardeios da coalizão ocidental no Iêmen em resposta aos ataques dos hutis.

O representante da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyansky, e o vice-representante permanente da China na ONU, Geng Shuang, já haviam criticado os EUA por bombardearem ilegalmente a mais pobre nação do mundo árabe e por não pressionarem Israel a aceitar uma solução diplomática.

Um porta-voz dos hutis também afirmou que "há uma constante cooperação e desenvolvimento das relações entre o Iêmen, a Rússia, a China e os países do BRICS, bem como uma troca de conhecimento e experiência em várias áreas", segundo a agência de notícias russas TASS.

Note que, de acordo com o porta-voz, essa cooperação é necessária "para afogar os EUA e o Ocidente na [crise] em torno do Mar Vermelho, para que fiquem atolados, enfraquecidos e se tornem incapazes de manter a unipolaridade".

É evidente que o conflito entre os dois lados não envolve apenas questões econômicas. Há claros contornos ideológicos nessa disputa, e os países alinhados contra os interesses americanos estão determinados a substituir a "ordem internacional baseada em regras" do Ocidente por uma nova ordem mundial multipolar liderada pela China e Rússia.

Não preciso dizer-lhe o quanto esse evento é importante do ponto de vista profético.

Por isso, recomendo fortemente que você leia meu artigo "O declínio da hegemonia americana", no qual eu explico tudo com mais detalhes.

Em desenvolvimento...


Com informações do ZeroHedge

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