O silêncio de Roma sobre os crimes do PCC revela sua cumplicidade


Os leitores que acompanham minhas postagens devem se lembrar do monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo (se você não se lembra ou não leu, clique aqui).

O monsenhor não é um sujeito qualquer. Além de bispo "ordenado por Sua Santidade João Paulo II", Sorondo é chanceler da Pontifícia Academia de Ciências e da Pontifícia Academia de Ciências Sociais do Vaticano, entre outras atribuições.

Em fevereiro de 2017, Sorondo foi bastante zeloso em defender o regime chinês contra a acusação de extração clandestina de órgãos de prisioneiros, e, no ano passado, exaltou a China como o país que melhor pratica a doutrina social da Igreja e segue a encíclica do papa Francisco, Laudato Si', ao respeitar o meio ambiente e defender o acordo climático de Paris.

Quer acreditemos nisso ou não, o monsenhor está apenas sendo coerente com a tradição de sua Igreja.

Uma vez que ela mesma é uma autocracia, Roma sempre se identificou com regimes repressivos e fechou os olhos para suas atrocidades. É natural, pois, que um bispo tenha uma opinião bastante lisonjeira sobre um regime totalitário como o da China.

Os cristãos, uigures e adeptos do Falun Gong, no entanto, não têm a mesma opinião.

Contra estes últimos, o Partido Comunista Chinês iniciou em julho de 1999 uma campanha nacional de propaganda e repressão. Três meses depois, o PCC declarou o Falun Gong uma "organização herética" que ameaçava a estabilidade social. Seu crime? Pleitear por reconhecimento legal e liberdade de interferência do estado.

Sim, meu caro monsenhor, há de fato muitos pontos em comum entre Roma e o regime de Pequim!

O Dr. Zheng Zhi disse ao Epoch Times que "as pessoas comuns não podem imaginar o quão perverso é o PCC".

Em 1994, quando era médico residente em um dos maiores hospitais militares da China, o Dr. Zheng se viu em meio à uma "missão militar secreta" que consistiu na extração dos órgãos de um jovem que ainda estava vivo e consciente durante o procedimento realizado na parte de trás de uma van.

Era o início de uma prática clandestina sancionada pelo estado, que em pouco tempo se transformaria em uma indústria bilionária cuja principal fonte de matéria-prima são os milhares de praticantes do Falun Gong presos por causa de sua fé.

Logo depois dessa experiência traumática, o Dr. Zheng deixou o hospital e se tornou pediatra e internista na cidade de Liaoyang.

Em 2002, ele acompanhou um oficial militar no hospital onde estava internado, cujos exames revelaram que ele precisava urgentemente de um transplante de rim. Ao ouvir o diagnóstico, outro militar disse ao seu superior: "[Vamos] escolher um [rim] de alta qualidade para você. Um novo, de praticantes do Falun Gong".

Foi então que o Dr. Zheng soube que os adeptos do Falun Gong eram uma fonte específica de fornecimento de órgãos para o lucrativo comércio clandestino do PCC.

O Dr. Torsten Trey, diretor executivo do Medical Ethics Group Doctors, disse que esse caso é um indicador de que "a prática já era generalizada na China em 2002", quatro anos antes do primeiro relatório de investigação sobre o assunto.

Em um comunicado, o Dr. Trey disse ao Epoch Times: "Mais de 20 anos se passaram. O sistema de transplantes da China cometeu crimes médicos contra a humanidade que excedem em muito qualquer coisa conhecida no século XXI. Onde está a resposta internacional?"

Ainda estamos aguardando. Mas a resposta da Igreja, nós já sabemos.

Em setembro de 2022, em uma entrevista a repórteres a bordo do avião papal num voo de volta do Cazaquistão, o papa Francisco se recusou a classificar a China como antidemocrática.

No mês seguinte, o Vaticano renovou seu acordo secreto com o PCC, que permite ao regime o direito de escolher os bispos católicos do país. Apesar das muitas críticas, a Santa Sé permaneceu inflexível, defendendo os proponentes do acordo e punindo os oponentes.

Como escrevi, é uma tolice pensar que Roma mudou. Roma não muda. E os protestantes também não deveriam mudar. Por amor às almas a perecer, devem expor o papado pelo que ele é, e não pelo que aparenta ser.

Esta é, sem dúvida, uma forma de trabalhar por Cristo e apressar a Sua vinda, para que Ele ponha um fim à dor e sofrimento incalculáveis provocados por esse sistema iníquo e inaugure novo céu e nova terra, onde "a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Apocalipse 21:4).


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