O grande reset econômico


Um governo democrático, nas palavras de Friedrich Hayek, deve conduzir o planejamento econômico de modo a preservar ao máximo a liberdade de escolha de cada cidadão. Mas a reação dos governos à pandemia reformulou a maneira como as pessoas pensam e como o mundo funciona e tem sido um poderoso catalisador de mudanças no sentido oposto.

Refiro-me ao grande reset monetário da elite globalista, cujos membros frequentaram as mesmas escolas, socializam nos mesmos clubes e desfrutam de muito poder e influência.

O princípio central desta mudança em grande escala é que o conjunto das novas regras que supostamente visam o bem comum e a salvação do planeta não se aplica aos 0,001% que estão no topo de pirâmide, mas a todos os outros que não são membros do clube, pessoas como você e eu.

Parte do esforço para viabilizar a ordem mundial que esta elite muito poderosa imagina consiste em promover uma demolição controlada do sistema monetário vigente, de modo a redefini-lo e moldá-lo de acordo com seus desejos. 

Essas pessoas sabem que somente uma crise, real ou pressentida, produz mudança verdadeira. Antony Sutton observou em America’s Secret Establishment que a "prática de 'administrar' as crises para produzir um resultado favorável, isto é, favorável à elite, é abertamente admitida na literatura da Comissão Trilateral, por exemplo".

A iminente catástrofe multifacetada de proporções bíblicas, diferente de tudo o que já vimos antes, para usar as palavras do renomado investidor Nick Giambruno, representa, portanto, a oportunidade perfeita para implementar os planos da elite.

O aumento dos preços combinado com a escassez de oferta e o aumento da dívida nacional são indicadores de uma tempestade perfeita em formação.

Para colocar as coisas em perspectiva, considere o crescimento da dívida americana:

  • Em 8 de janeiro de 1835, o presidente dos EUA, Andrew Jackson, zerou a dívida nacional, de cerca de 5 milhões de dólares.
  • No final de 1835, a dívida havia aumentado para triviais 33.733 dólares.
  • Em três anos, era 100 vezes maior, de 3,3 milhões de dólares.
  • Em 1847, havia aumentado 10 vezes, para 33 milhões de dólares.
  • Durante a Guerra Civil, ultrapassou pela primeira vez 1 bilhão de dólares.
  • Durante a Primeira Guerra Mundial, chegou a 10 bilhões de dólares.
  • Durante a Segunda Guerra Mundial, atingiu os 100 bilhões de dólares.
  • Durante o auge da Guerra Fria, no início dos anos 1980, ultrapassou 1 trilhão de dólares.
  • Em 2008, ultrapassou 10 trilhões de dólares.
  • Em 2020, alcançou impressionantes 28 trilhões de dólares, 40% maior do que toda a economia dos EUA. Somente nesse ano, a dívida cresceu 4,5 trilhões de dólares, devido a todos os estímulos em resposta à Covid-19. [fonte]

Como o governo não pode financiar seus déficits multitrilionários sem imprimir dinheiro, as impressoras do Federal Reserve – o sistema de bancos centrais dos Estados Unidos –  estão trabalhando a todo o vapor.

Desde sua fundação, foram necessários mais de 227 anos para os Estados Unidos imprimirem seus primeiros 6 trilhões de dólares, mas, recentemente, em questão de meses o governo americano imprimiu mais de 6 trilhões de dólares e não dá sinais de que vai parar.

Essa é a essência da Teoria Monetária Moderna; imprimir dinheiro indefinidamente para financiar déficits crescentes.

O conhecido gerente de fundos de hedge, Paul Tudor Jones, descreveu a espantosa rapidez com que essa teoria foi implementada:

A profundidade e magnitude da queda econômica levaram a Teoria Monetária Moderna – ou a monetização direta de gastos fiscais maciços – da teoria à prática sem qualquer debate. Aconteceu globalmente com tamanha velocidade que até mesmo um veterano do mercado, como eu, ficou sem palavras.

É a política monetária mais imprudente da história dos Estados Unidos e será desastrosa para a maioria das pessoas. Mas não para os que estão no topo da pirâmide.

Como eu disse, trata-se de uma demolição controlada e de uma redefinição do sistema monetário como nós o conhecemos. O objetivo é substituir o papel-moeda por um sistema de vigilância orwelliano capaz de monitorar e controlar cada centavo que você ganha, economiza e gasta.

As Moedas Digitais do Banco Central (CBDCs, na sigla em inglês) tornarão isso possível.

Como Giambruno observou recentemente, a adoção das CBDCs dará ao governo total conhecimento e controle sobre todas as nossas transações. Se "andarmos fora da linha", o governo poderá desativar nossa capacidade de efetuar transações com o apertar de um botão, ou poderá cobrar uma taxa sempre que fizermos algo que ele não goste.

Com as CBDCs, os bancos centrais poderiam impor com facilidade taxas de juros profundamente negativas – um imposto sobre a poupança – ou estabelecer uma data de validade para nosso dinheiro, semelhante ao programa de milhas das companhias aéreas.

O governo também poderia programar as CBDCs para controlar a forma como gastamos nosso dinheiro, estabelecendo limites para a compra de determinados produtos e serviços em nome do combate às mudanças climáticas.

As CBDCs permitirão, enfim, que o governo gerencie e redistribua a riqueza do país segundo seus próprios critérios, ou melhor, segundo os critérios da doutrina social católica, sobre a qual falaremos oportunamente.

É claro que, se forem adotadas, as moedas digitais representarão o fim da autonomia individual, que é o pré-requisito básico para que uma sociedade livre possa existir. Se o rei da Inglaterra tivesse esse tipo de poder no século XVIII, os colonos em busca de liberdade jamais teriam fundado os Estados Unidos da América.

A noção globalista de como uma sociedade deve funcionar é, aliás, incompatível com a Constituição americana. Uma ordem em que o homem não tem direitos individuais e a própria existência do indivíduo é justificada apenas por sua capacidade como membro do estado contradiz diretamente a Declaração de Independência e a Constituição. Ela subordina o princípio de "Nós, o povo" aos direitos de um estado todo-poderoso.

Como Antony Sutton assinalou, "não há provisão na Constituição para uma ordem orgânica mundial. De fato, é ilegal para qualquer oficial do governo ou funcionário eleito levar os Estados Unidos à tal ordem, pois seria claramente inconsistente com a Constituição".

As garantias constitucionais de separação entre igreja e estado e de soberania individual negam o ponto de vista de Hegel, filósofo alemão, de que o indivíduo não é nada e o estado é tudo, o estado é Deus. Para os globalistas, porém, esse conceito faz todo o sentido, e uma elite autonomeada governando o estado age efetivamente como Deus na terra. Isso lhe soa familiar?


"O mundo intelectual ainda está preso a uma falsa batalha verbal entre 'esquerda' e 'direita'", escreveu Sutton, "enquanto a verdadeira luta consiste na batalha entre a liberdade individual e o poder invasivo do estado absoluto".

O fim do papel-moeda e a adoção de uma moeda digital supranacional são parte disso. Ela será centralizada e administrada por uma autoridade emissora e dará ao governo total conhecimento e controle de tudo o que você compra, vende ou possui.

Quando toda a sua vida financeira puder ser acessada de um aparelho celular, e o papel-moeda não mais existir, o estado saberá tudo o que você está fazendo, onde e com quem.

Uma vez que essa forma de moeda pode ser programada, o banco emissor ou a empresa que a usa para pagamento de salários também tem controle direto sobre ela, o que significa que bancos e empregadores poderão fixar limites sobre o uso do dinheiro que emitem; quanto, onde e como pode ser gasto.

Algumas das pessoas mais poderosas do mundo estão ansiosas por isso e aproveitarão a próxima crise financeira para implementar seus planos, com imensas consequências para a nossa liberdade individual e bem-estar financeiro.

No início de setembro de 2021, Benoit Coeure, diretor do BIS Innovation Hub, fez um discurso sobre as CBDCs, em que afirmou o seguinte:

O mundo não está retornando ao velho normal. Os pagamentos são um exemplo disso. A pandemia acelerou uma migração de longa duração para o digital... os bancos centrais do mundo estão intensificando os esforços para preparar o terreno para o dinheiro digital - a Moeda Digital do Banco Central (CBDC).

O objetivo da CBDC é, em última análise, preservar os melhores elementos de nossos sistemas atuais e, ao mesmo tempo, permitir um espaço seguro para as inovações do amanhã. Para fazer isso, os bancos centrais precisam agir enquanto o sistema atual ainda está em vigor – e agir agora.

O mundo inteiro está sendo impulsionado nessa direção, e, com o sistema de crédito social em desenvolvimento – em que direitos serão privilégios e o grau de cidadania dependerá de uma pontuação que pode ser prejudicada pelo que você pensa, diz ou com quem se relaciona –, o processo de controle estará completo.

É aqui que o estado de bem-estar social alardeado pelas elites e inspirado na doutrina social católica se revelará tal como é: totalitarismo disfarçado de democracia.

John e Nisha Whitehead, do Rutherford Institute, escreveram:

Tenha certeza de que quando e se o fascismo finalmente tomar conta da América, as formas básicas de governo permanecerão: o fascismo parecerá amigável. Os legisladores estarão em sessão. Haverá eleições e a mídia de notícias continuará a cobrir o entretenimento e as trivialidades políticas. O consentimento dos governados, no entanto, não será mais aplicável. O controle real terá finalmente passado para a elite oligárquica que controla o governo nos bastidores.

Eu compartilho da mesma certeza, com a observação de que a transferência de controle ocorrerá com o consentimento dos governados, pois, com o agravamento da crise, a maioria clamará por uma liderança forte e aceitará de bom grado este novo ordenamento socioeconômico sob a promessa ilusória de segurança.

A ideia de que o Federal Reserve criasse e gerenciasse uma moeda digital centralizada para facilitar os pagamentos de estímulo devido á Covid-19, possibilitando que todos os residentes dos EUA obtivessem uma conta bancária digital em dólar no FED para o recebimento dos benefícios, é um exemplo disso.

Embora a proposta de um dólar digital não tenha entrado na versão final do projeto, não é difícil perceber como eles pretendem vendê-la ao público. Quem recusaria dinheiro gratuito depositado diretamente em sua conta?

Contudo, trata-se essencialmente da mesma política do sistema bancário soviético, no qual não havia liberdade de ação econômica. E é esse mesmo sistema que as nações ocidentais buscam implementar em formato digital.

O fascismo econômico que tem dominado os Estados Unidos desde, pelo menos, os dias do New Deal – um plano moldado com base nos princípios sociais da encíclica do papa Leão XIII, Rerum Novarum – está transformando o país num gigantesco estado de bem-estar policial, criando as condições para que uma medida econômica ainda mais severa seja tomada como esforço para assegurar a submissão (Apocalipse 13:16 e 17).

Vejo nesses desenvolvimentos um sinal inequívoco de que a América (e, por extensão, o mundo) está começando a falar como um dragão, à medida que a nação se desvia de sua tradição fundadora de soberania individual, da autoridade do indivíduo sobre sua consciência e destino econômico, e, portanto, de seu direito à liberdade.

Este é um assunto de grande importância para o povo de Deus, a respeito do qual deveríamos estar bem informados. Deve haver de nossa parte um sentimento de urgência quanto a isso, pois necessitamos de uma experiência que agora não possuímos e que é indispensável para enfrentar a grandeza da prova que está diante de nós.

Que Deus nos desperte de nossa indolência e nos capacite a obter o necessário preparo para esse tempo.

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1 Comentários

  1. Um sistema que tem como objetivo controle do povo, existe muitos canais denunciando este sistema as pedras já estão clamando, temos que nos preparar Deus está voltando.

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