É a ciência (médica) totalmente confiável?


Pr. Paulo Cordeiro
, via Facebook

O que irei aqui expor aplica-se a qualquer ramo do conhecimento científico, mas irei abordar, mais em detalhe, a ciência médica.

Em primeiro lugar é preciso não esquecer um FACTO ÓBVIO, MAS NÃO MENOS FUNDAMENTAL: a ciência sempre foi feita, ao longo da História humana, e continua a ser feita, por... SERES HUMANOS! Por conseguinte, ter uma confiança total na ciência, é ter, indireta e implicitamente, uma total confiança no ser humano, nem que seja, em ALGUNS seres humanos - os cientistas! Ora isto CHOCA COMPLETAMENTE DE FRENTE com este conselho bíblico:

"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!" (Jeremias 17:5; ARA).

É igualmente fácil percebermos que, ter uma TOTAL CONFIANÇA NA CIÊNCIA, corresponde a:

  • idolatrar a ciência, ou, repito, os homens que estão por detrás dela; e/ou...
  • a fazermos da ciência um deus!

Ora, quer uma atitude, quer a outra, constituem uma CLARA VIOLAÇÃO do PRIMEIRO e do SEGUNDO mandamentos da Lei de Deus (ver: Êxodo 20:3-6 ou Deuteronômio 5:7-10)!

É absolutamente indiscutível que muitas e muitas descobertas científicas têm contribuído para o bem da humanidade! Mas não é menos verdade que muitas outras trouxeram a miséria e a destruição no seu rasto!

Com alguma frequência ouço alguns crentes afirmarem que Deus tem dado sabedoria aos seres humanos para descobrirem coisas valiosas para a humanidade, nomeadamente tratamentos médicos. Essa afirmação é totalmente verdadeira e apenas um louco ousaria contradizê-la! Contudo, essa afirmação - que Deus tem dado sabedoria aos seres humanos para descobrirem coisas valiosas para a humanidade - deveria ser SEMPRE pronunciada com a sua contraparte: o diabo também tem dado "sabedoria" a muitos seres humanos para descobrirem certas coisas! Ou não é verdade que "satanás... estudou os segredos dos laboratórios da Natureza, e emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus." (EGW, O Grande Conflito, pág. 589 da edição online)?

Pergunto:

  • foi Albert Einstein (1879-1955) inspirado por Deus ao ter descoberto os segredos da Física que abriram o caminho para se poder construir uma bomba atómica?
  • foi o famoso médico português, Egas Moniz (1874-1955), que parece ter sido espírita, e recebeu o Prémio Nobel da Medicina em 1949, por ter descoberto a lobotomia pré-frontal, inspirado por Deus?

Sabe o que quer dizer a palavra "lobotomia" (do grego λοβός [cérebro] e τομή [cortar])? É uma intervenção cirúrgica no cérebro em que são seccionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas.

Sabe que, apesar de cerca de 6% dos pacientes não sobreviverem à operação da lobotomia, e de vários outros ficarem com alterações muito severas da personalidade, ela foi praticada com excessivo entusiasmo em muitos países, nomeadamente no Japão e nos Estados Unidos? Neste último país foi popularizada pelo cirurgião Walter Freeman, que divulgou a técnica por todo o país, percorrendo-o no seu Lobotomobile, e criando, inclusivamente, uma variante em que espetava um picador de gelo diretamente no crânio do doente, desde um ponto logo acima do canal lacrimal com a ajuda de um martelo, rodando-se posteriormente para destruir as vias aí localizadas. Supostamente a atratividade deste procedimento seria o seu baixo custo e o desejo social de silenciar doentes psiquiátricos incómodos. A lobotomia ganhou tal popularidade que foi inclusivamente praticada em crianças com mau comportamento. Cerca de 50 000 doentes foram vitimados só nos Estados Unidos. Rosemary Kennedy, uma irmã de John Fitzgerald Kennedy (o 35º presidente dos EUA, que foi assassinado a 22 de novembro de 1963, com apenas 46 anos de idade), passou por uma lobotomia em 1941, aos 23 anos, que a deixou permanentemente incapacitada. Graças a estes abusos, bem como à irreversibilidade dos seus resultados, a lobotomia (também conhecida por leucotomia) foi abandonada quando surgiram os primeiros fármacos antipsicóticos (que, por sua vez, também têm uma triste história desde que foram implementados). A partir dos anos 1950 a leucotomia foi banida da maior parte dos países onde era praticada. Hoje em dia, a lobotomia, tal como foi exemplificada por Egas Moniz, já não é praticada devido aos efeitos secundários severos e a sua aplicação em grande escala é, hoje, considerada como um dos episódios mais bárbaros da história da psiquiatria, sendo comum a sua comparação com a técnica da flebotomia (ou sangria) na história da medicina interna. (Fonte: Wikipédia / Lobotomia)

E sabe que é no lobo frontal que está situada a sede da razão e da consciência? É isto ciência inspirada por Deus - destruir algo que Deus criou e que acaba por ser a própria sede da personalidade de alguém?

Que dizer ainda de tantos e tantos outros "tratamentos", hoje quase completamente descredibilizados, como os choques insulínicos, os eletrochoques (cheguei a participar em alguns, como enfermeiro, no final dos anos 1980), e mesmo certas terapêuticas medicamentosas? Foi Deus que inspirou os homens que descobriram essas "terapias"? Não me digam que sim, senão Deus seria um autêntico tirano ou homicida, algo que Ele NUNCA FOI NEM É. Mas o diabo é, SIM!

Tenhamos isto bem estabelecido na nossa mente: É A PALAVRA DE DEUS QUE DEVE JULGAR OU AVALIAR todo e qualquer procedimento médico e/ou descoberta científica, e não o contrário - ser a ciência a provar que a Bíblia está certa ou errada!

E NUNCA NOS ESQUEÇAMOS de que Deus inspira, sim, homens, mas o diabo também "inspira" outros homens, porque a mente de cada ser humano é o campo de batalha do Grande Conflito entre o Bem e o mal e, neste mundo, sempre houve, e continuam a haver, "os filhos de Deus e os filhos do diabo" (1 João 3:10). Logo, a confiança de um verdadeiro e genuíno cristão na ciência deve estar, SEMPRE, subordinada a um "assim diz o SENHOR", porque a Bíblia, e só esta, é a Fonte Suprema de Autoridade para o cristão:

"Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da maioria — nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro — 'Assim diz o Senhor'." (Ellen White, O Grande Conflito, pág. 595 da edição online)

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