Nosso Sumo Sacerdote - 11. A Segunda Vinda de Cristo


Por Edward Heppenstall

Nós agora chegamos ao evento culminante que está delineado no plano da redenção desde o início.

Jesus Cristo é o Salvador do homem, o Juiz e Rei. O propósito de Deus será plenamente realizado somente com a volta de Cristo ao nosso mundo.

Nas visões e mensagens de Daniel 7 a 12 e Apocalipse 5, 10 a 14 e 17 a 19, Deus aparece dirigindo os eventos e movimentos finais em nosso mundo até a vitória final. Tanto no tipo como no antítipo Deus tem revelado o Seu plano para salvar o perdido e levá-lo à reconciliação de todas as coisas consigo mesmo.

Esta poderosa obra de Cristo, nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial, constitui o feito distintivo da última mensagem de Deus ao mundo. O ponto central da fé cristã, particularmente neste tempo, não está na mente ou no coração humano, mas no santuário celestial, onde o juízo divino está ocorrendo. O clímax do mundo ocorrerá quando Jesus Cristo deixar o santuário celestial e voltar à terra.

O juízo pré-advento é o prelúdio à vinda de Cristo e ao estabelecimento de Seu reino. O apóstolo João, em Apocalipse 14:6-20, fala da vinda de Cristo como dependente de um juízo que torne isto possível, pois Ele "retribuirá a cada um segundo as suas obras" (Romanos 6:20). Esse juízo é representado pelas figuras da colheita do trigo - os justos - e a colheita da vinha, os impenitentes.

Com relação à solução dos problemas sociais, nacionais e internacionais do homem, os quais fazem parte da missão de Cristo, isto nunca poderá revelar a verdade e realidade últimas de Deus. Isto vem ao homem mediante o ministério de Cristo no santuário. Em nenhum lugar o triunfo final da justiça, da verdade e da virtude é apresentado como um processo gradual de salvar o mundo, com o seguro avanço da cultura e civilização modernas, contra as forças da pobreza, da doença e guerra. Deus fala ao homem na Sua palavra final por meio do ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial. Os homens cuja fé esteja voltada nessa direção aprenderão a verdade para estes últimos dias.

O fato inevitável é que, por ocasião da segunda vinda de Cristo, o destino eterno de todos os homens já estará determinado. Com base nesse juízo pré-advento, os crentes estarão unidos a Cristo quando Ele vier, e os descrentes estarão para sempre separados de Deus.

E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. Foram ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira. Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus. (Apocalipse 22:12-20).

O triunfo da justiça vem com a redenção e o juízo. Na sequência divina dos últimos eventos, o juízo pré-advento é uma necessidade para a consumação de todas as coisas. A mensagem do juízo é um assunto da maior urgência para alcançar o homem, despertá-lo, tirá-lo da Babilônia apóstata e prepará-lo para encontrar o Rei vindouro. O mundo está cheio de pessoas completamente despreparadas que estão agora, por assim dizer, diante do tribunal de Deus. O grau de urgência é avaliado pela proximidade da volta de Cristo e o perigo mortal de perda eterna para as vastas multidões do mundo hoje. Um grande número de eleitos de Deus ainda não foi alcançado. Deus espera e trabalha para salvar todos aqueles que virão a Ele através de Cristo.

Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo deve ainda encontrar-se em sua comunhão. Muitos deles há que nunca souberam das verdades especiais para este tempo. - O Grande Conflito, p. 421.

A mensagem da hora do juízo convida todos os homens a saírem de Babilônia e, dessa maneira, terem seus nomes escritos no Livro da Vida, não para serem condenados, mas para vindicá-los. Quando Cristo vier será tarde demais. O fato de Deus ministrar esse juízo investigativo no santuário celestial e dizer-nos isto antes que Ele venha é uma manifestação do ardente amor de Deus e do desejo de que todos encontrem o noivo com óleo em suas lâmpadas.

Certeza da Volta de Cristo

"Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na terra?" (Lucas 18:8). Esse texto estabelece dois pontos da verdade: "quando vier o Filho do Homem". Aí está a certeza de Deus. "Porventura achará fé na terra?" Aí está a incerteza do homem.

Ao longo dos séculos tem havido muita especulação sobre a volta de Cristo e o fim do mundo. As pessoas que creem na volta iminente e visível de Cristo a este mundo têm frequentemente sido classificadas entre os lunáticos e fanáticos do cristianismo.

Há ocasiões em que o homem sente uma necessidade desesperada de auxílio e livramento que está além dele, além de qualquer coisa que esteja à disposição do homem. Tal é o tempo em que vivemos hoje. Os fatos violentos e as condições do mundo declaram que o dia do Senhor está perto, que o dia do juízo final está às portas.

O homem moderno é inclinado a encarar as declarações bíblicas sobre a volta de Cristo e o fim do mundo com sérias dúvidas e aberta descrença. Os homens insistem em que essas afirmações bíblicas perderam a validade e não são mais importantes.

Além disso, é claro que a civilização moderna, com seu avanço científico e tecnológico, torna difícil pregar com eficácia sobre a volta iminente de Cristo à terra. Não poucos religiosos evitam cuidadosamente tal assunto.

A Promessa Divina

A Bíblia declara que o homem tem um futuro tão certamente como ele tem um passado e um presente. Esse futuro não é uma mera extensão da vida tal como é agora na terra. Os cristãos confiam nas promessas de Deus com uma certeza nascida da fé. Os homens e mulheres precisam ouvir uma clara mensagem da Palavra de Deus. Deus conhece muito bem a desesperada e confusa condição do mundo. Ele também sabe que somente a volta de Cristo poderá providenciar a solução de que necessitamos. Cristo prometeu categoricamente que voltaria.

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também. (João 14:1-3).

Cristo sempre cumpriu a palavra, a promessa de Sua volta está firmemente fundamentada. Ele é o Cristo vivo, não um homem morto. Ele fez tal promessa há quase dois mil anos. O passar do tempo não invalida a promessa. Tendo vindo uma vez, a promessa de Deus de vir novamente não poder ser desprezada. Em Cristo, Deus deu ao homem libertação do pecado e da morte.

Não temas; eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno. (Apocalipse 1:17 e 18).

Cristo deve vir outra vez, pois Ele não é o Deus da morte, mas da vida. Sem vir para ressuscitar os santos, Ele seria apenas Deus de mortos. O fato de voltar significa que Cristo mesmo virá. Não é a vinda do Espírito Santo ao coração dos homens que cumprirá essa promessa. Cristo falou "daquele dia", o dia em que Ele ressuscitaria Seus santos ao voltar.

Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. (João 5:28 e 29).
Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:44).

Se o atual estado de coisas deve continuar como está, então a visível e eterna vitória de Cristo sobre Satanás, o pecado e a morte não está, de forma nenhuma, às portas.

É impossível que a tumba vença afinal. Um fator é mais forte que o pecado e a morte; uma coisa garante a vitória sobre ambos: não que o homem tenha uma alma imortal, mas um Salvador imortal; não que os homens ao morrer passem para uma vida mais elevada ou inferior, mas que eles são de Cristo ao Ele voltar.

A vida após a morte depende exclusivamente da ressurreição. Ao ressuscitar, Cristo disse: "Ainda não subi ao Pai" (João 20:17). Deus não levou o Seu Filho de volta ao Céu. Ele O chamou da sepultura. Se Cristo não houvesse ressuscitado, Ele agora não estaria no Céu. Ele ainda estaria na tumba em algum lugar da Palestina. Somente pela ressurreição há vida. Isto é verdade para com todos os crentes. "Eu sou a ressurreição e a vida", disse Jesus (João 11:25). A vitória de Cristo sobre a morte é a garantia de nossa própria vitória. O cristão pode enfrentar a morte sem temor. Quando Cristo vier pela segunda vez, os cristãos despertarão para a imortalidade, ao som de Sua voz.

Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar d'olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista de imortalidade... Então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. (I Coríntios 15:51-57).

Não nos enganemos quanto à volta de nosso Senhor. Ele está às portas. Cristo morreu na cruz não somente para estabelecer um reino, mas para consumá-lo ao voltar. A volta de Cristo é o dia da coroação dos cristãos.

Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por amor do qual perdi todas as coisas... Para o conhecer e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos. (Filipenses 3:8-11).

A volta de Cristo visível, pessoal e corporalmente à terra era uma crença dominante da igreja primitiva. O Novo Testamento é farto em referências a esta verdade básica. A única maneira de explicar essa crença uniforme e a expectativa por parte dos cristãos primitivos seria pela própria afirmação de Cristo a esse respeito. Os discípulos tinham absoluta certeza de que Cristo voltaria pessoal e visivelmente (ver Atos 1:11; I Tessalonicenses 4:13-15; Hebreus 9:27, 28; Apocalipse 1:7).

Os escritores bíblicos que falaram e profetizaram sobre a volta de Cristo eram homens de elevada integridade moral. As afirmações bíblicas não são o produto de um mero pensamento positivo ou de uma invenção fictícia de mentes doentias. Os testemunhos deles quanto aos eventos finais da história deste mundo são inequívocos. Desde aquele tempo a igreja cristã tem aceitado e proclamado essa verdade como uma parte essencial de seu credo, juntamente com a encarnação de Cristo, Sua morte e ressurreição.

A Grande Profecia de Nosso Senhor

Todos os três evangelistas sinóticos relatam a profecia de nosso Senhor como dada justamente antes de Sua crucifixão, quando Ele reafirmou a certeza de Sua volta (ver Mateus 24; Marcos 13; Lucas 21:5-36). Como eles estivessem contemplando o templo de Jerusalém, Cristo surpreendeu-os dizendo: "Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada" (Mateus 24:2). Os discípulos imediatamente perguntaram-lhe: "Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sina haverá da tua vinda e da consumação do século?" (verso 3).

Então Jesus falou do futuro que incluía um juízo divino tanto sobre a nação judaica como sobre o mundo. Ele procurou preparar Seus discípulos para o terrível desastre que estava para ocorrer à nação judaica e para os dias escuros que viriam em sua geração.

Após referir-se ao juízo sobre os judeus, Cristo voltou-se imediatamente a responder a pergunta: "Que sina haverá da tua vinda e do fim do mundo?". Ele falou de vários sinais nos céus e na terra que deveriam ocorrer justamente antes que o Filho do homem viesse nas nuvens do céu com poder e grande glória (ver Lucas 21:25-36).

O significativo é que todas as predições de Cristo concernentes à nação judaica cumpriram-se de maneira literal em todos os detalhes. Esse fato torna certo que Sua predição quanto ao fim do mundo e à sua volta irão igualmente receber um exato cumprimento literal. Cristo está preocupado não com tempo de Sua volta, mas com a certeza dela. Cristo torna o fato de Sua volta tão certo que ele está incluído entre os fundamentos da fé cristã.

Uma Salvação Completa

Uma salvação completa pode ser realizada somente com a volta de Cristo. É de extrema urgência que o programa de Deus para a redenção do homem perdido e para a restauração da nova terra seja realizado.

A plena manifestação de todos os filhos de Deus ainda está por ocorrer.

Na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? (Romanos 8:21-24).

A segunda vinda de Cristo deve realizar aquilo que ficou por fazer na Sua primeira vinda. A obra de Cristo na terra foi apenas o primeiro capítulo do plano da redenção. Havia ainda uma grande obra a ser realizada. A supremacia de Cristo ainda não foi reconhecida. O pecado ainda atua e Satanás ainda prevalece.

Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. (Hebreus 10:12, 13).

Quando Cristo subiu ao Céu Ele levou consigo uma porção de Seus filhos aqui da terra, os primeiros frutos de Sua obra, a garantia de que Ele voltaria par todos os Seus filhos (ver Mateus 27:52, 53; Efésios 4:8). Milhões ainda esperam, em suas tumbas, por Sua volta. A separação entre Cristo e Seus filhos mortos não pode ser eterna. Ele certamente voltará para eles.

Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará em sua companhia os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. (I Tessalonicenses 4:13-18).

Por fim, todos os que confiaram nEle estarão unidos com Cristo em Seu reino. Esta certeza tem sido a esperança do advento através dos anos. Tal esperança é primordial ao povo de Deus nestes últimos dias. Assim como não pode haver substituto para o primeiro advento de Cristo, assim também não pode haver nenhum substituto para o Seu segundo advento. Deve acontecer conforme Cristo disse.

De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:40).

A salvação abrange mais do que perdão, justificação e santificação nesta vida. Salvação é mais do que a aceitação daqueles que creem nEle aqui. Salvação completa inclui a segunda vinda de Cristo. O plano da redenção não pode ser concluído sem isto. A redenção completa virá somente por meio de uma nova ordem proveniente do Céu. Naquele dia, Deus prometeu:

E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentando no trono disse: eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. (Apocalipse 21:4, 5).

O progresso humano não fará isto. O homem pode prolongar a vida aqui tanto quanto lhe seja possível, porém ele nunca vencerá o pecado e a morte com seu terror ao morrer e suas lágrimas para sobreviver.

A asserção de que uma sociedade perfeita pode ser estabelecida pelo homem na terra deve ser rejeitada. Nada da presente civilização permanecerá, tanto quanto saibamos. Esse tem sido sempre o plano divino. Cristo em breve tornará este mundo perfeito. Aqueles que confiam nEle viverão em um mundo de seres perfeitos, sem pecado. Para além das sombras haverá a ordem perfeita com a revelação final de Jesus Cristo. Assim como nós recebemos conscientemente da justiça de Cristo, assim também ansiamos cada vez mais, tornando-se profunda a convicção de que esta ânsia por justiça não será desapontada, mas satisfeita, pois somente Deus pode satisfazê-la. A fé cristã é baseada não na posse de coisas, mas nas realidades últimas. A volta de Cristo não é um complemento à nossa fé. O cristão poderá encontrar pleno cumprimento da mensagem do terceiro anjo somente quando o Filho de Deus aparecer nas nuvens do céu.

Intervenção Repentina

No que tange às condições do mundo, nenhuma mudança para melhor está prevista na Bíblia. Isto não é pessimismo. Isto é uma verdade escriturística.

Sabe, porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. (II Timóteo 3:1-5).

Hoje os poderes das trevas e a injustiça estão em plena ascendência. Os homens podem elaborar teoria proclamando o evangelho da melhoria gradual e da salvação da civilização tal como a conhecemos, porém as Sagradas Escrituras negam isto. Cristo disse: "Meu reino não é deste mundo" (João 18:36). Cristo é apresentado em Sua vinda como um cavaleiro em um cavalo branco comandando os exércitos do Céu.

Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro, e pessoalmente pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES. (Apocalipse 19:15 e 16).

Sua volta é repentina e catastrófica. Isto atingirá o mundo com terrível surpresa.

Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem... Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus. (Mateus 24:27-31).

Enquanto os homens estão proclamando a paz e segurança, sobrevirá repentina destruição.

Pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. (I Tessalonicenses 5:2-6, ver também Mateus 24:44-51; Apocalipse 6:15-17).

A volta de Cristo significa uma ordem de coisas inteiramente nova, proveniente do Céu e não da terra. Todas as coisas daqui cessarão completamente. Todos os negócios, prazeres, trabalhos e educação cessarão. Toda atividade social, política, nacional e internacional será paralisada. Os homens não terão nem desejo nem tempo de comer, jogar, trabalhar ou lutar. Os homens contemplarão a Cristo. "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá" (Apocalipse 1:7). O véu celestial romper-se-á. O invisível Senhor do Céu tornar-se-á visível. Ele será visto. Ele será ouvido com voz de trombeta, a qual ressuscita os mortos.

Entre as multidões hoje, o senso de um mundo por vir antecipando o evento sobrenatural da volta de Cristo tem sido diminuído pelo secularismo do nosso tempo, minimizando a urgência que requer uma preparação específica para o Dia do Senhor. O entusiasmo desenfreado pelos prazeres sensuais desencoraja o estudo diligente da Palavra de Deus. Alguns argumentam dizendo que Cristo tem estado ausente por quase dois mil anos. Por isso, tem surgido uma tendência de considerar a volta iminente de Cristo como uma má interpretação da Palavra de Deus ou até mesmo uma falsificação. A aparente demora da volta de Cristo torna incerta a possibilidade de uma conclusão quanto à proximidade do fim. É estabelecido o fato de que a uniformidade na natureza afasta toda possibilidade de uma intervenção divina. A Bíblia predisse que nos últimos dias os homens pensariam dessa maneira.

Tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus, pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água. Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios. (II Pedro 3:3-7).

Devido à sua força repentina e catastrófica, Cristo comparou o fim do mundo à destruição do mundo através do dilúvio e a destruição de Sodoma e Gomorra pelo fogo.

Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. (Lucas 17:26-30).

Nos dias de Noé, o povo estava preocupado com a vida secular e com lucros pessoais. Por mais de cem anos, Noé procurou advertir o mundo da catástrofe universal impendente. Porém eles eram homens que não ouviam. A construção da arca por Noé testemunhava que ele cria na Palavra do Senhor. Entretanto, somente oito pessoas do mundo conhecido de então entraram na arca e foram salvas. O dilúvio veio com terrível violência. Em poucos dias, os únicos sobreviventes eram os que estavam na arca!

Cristo disse que a mesma situação prevaleceria antes de Sua volta; que o mundo incrédulo ignoraria ou desprezaria a última mensagem de Deus. Um mundo em pecado e morte não pode ter parte na nova ordem divina. Seu reino vai além da preservação da vida como a conhecemos. Vida eterna jamais poderá derivar de um mundo tal como o nosso. A sabedoria e o trabalho humano não podem criar nenhuma panaceia para os males da humanidade. Não há nenhuma evidência de uma conversão e arrependimento geral em direção ao Cristo vivo.

A Palavra de Deus repetidas vezes declara que Jesus Cristo dirá a palavra final e executará o juízo final sobre nosso mundo. Cristo falava frequentemente por parábolas sobre este assunto - o joio e o trigo esperando pelo grande Ceifeiro; os lavradores maus pegos de surpresa, despreparados ao vir o Senhor (Mateus 25:13-33; 21:33-42).

A vida hoje em grande parte é materialista e sem Deus. Ela atua sem espiritualidade alguma. A moralidade da época tende à licenciosidade e ilegalidade. Isto provoca alarme e temor por toda a parte.

Entretanto, a despeito do progresso do mal no mundo, Deus está dirigindo, do santuário, Seu próprio plano para o estabelecimento de Seu reino justo. O mundo está marchando rapidamente para o seu clímax. O futuro de todos os homens e nações será moldado por essa revelação final de Deus.

"Sai Dela Povo Meu"

Vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória. Então exclamou com potente voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo, e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, pois todas as nações têm bebido do vinho da furor da sua prostituição... Ouvi outra voz do céu dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos. (Apocalipse 18:1-4).
Descreve-se aqui uma terrível condição do mundo religioso. A cada rejeição da verdade o espírito do povo se torna mais entenebrecido, mais obstinado o coração, até que fique entrincheirado em audaciosa incredulidade. Em desafio às advertências que Deus deu, continuarão a calcar a pés um dos preceitos do decálogo, até que sejam levados a perseguir os que o tem consagrado. Cristo é desprezado com o desdém que se lança à Sua Palavra e a Seu povo. - O Grande Conflito, p. 653.

O mundo hoje se depara ou com uma reforma espiritual ou uma revolução sem lei. A primeira alternativa depende de o homem render-se ao Espírito Santo; a segunda, depende do controle do homem pelos poderes demoníacos. A primeira, iluminará o mundo com a realidade e a glória de Deus; a segunda, levará o mundo à ilegalidade e à rejeição de toda restrição moral.

A revolução que agora está ocorrendo afeta a segurança dos homens em todos os lugares. As verdades fundamentais e a lei de Deus estão sendo desprezadas. Os próprios fundamentos da vida estão sendo solapados. Um dos principais pilares do universo é a justiça de Deus. Ela deve ser mantida a todo o custo. Porque Cristo é o Senhor Justiça nossa, a iniquidade deve ser destruída. Uma qualidade essencial da fé vital é envolvimento com Cristo e obediência a Seus mandamentos. Quando os homens pensam em mudar a lei de Deus eles escolhem ser desobedientes e rejeitar a justiça de Deus. A consequência é que eles não sentem mais muito respeito para com as leis nem inclinação para obedecê-las, sejam estas as leis de Deus ou as leis feitas pelo próprio homem.

As obras de obediência sozinhas não salvarão o homem, porém, ao mesmo tempo, elas constituem a melhor evidência de ter alguém experimentado o poder salvador de Deus.

Cristo, nosso Sumo Sacerdote, é ainda o ministro da reconciliação no santuário celestial. O mundo pertence a Deus e não a Satanás. Na cruz Cristo pagou o preço da redenção por todos os homens. A despeito disso, multidões ainda estão escravizadas pelas forças satânicas. Nosso mundo está no limiar do reino eterno de Jesus Cristo. O juízo investigativo vem sendo realizado há mais de cento e vinte e cinco anos. Por isso, os homens deveriam vir a Cristo nesta hora do juízo com confiança e esperança. Eles deveriam vir em plena fidelidade e disposição de fazer a Sua vontade. "Aquele que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora" (João 6:37).

Neste tempo a igreja remanescente de Deus, coberta com a justiça de Cristo, deve levar a última mensagem de Deus ao mundo. Em meio à apostasia mundial, o Espírito Santo efetuará um reavivamento da primitiva piedade.

A grande obra do evangelho não deverá encerrar-se com menor manifestação do poder de Deus do que assinalou o seu início. As profecias que se cumpriram no derramamento da chuva temporã no início do evangelho devem novamente cumprir-se na chuva serôdia no final do mesmo. O Grande Conflito, p. 662.

Quer o povo aceite quer não, esta é a responsabilidade da igreja. O povo de Deus deve ser o mais puro, o mais honesto, o mais obediente, o mais amorável e o mais empenhado na divulgação do evangelho do reino de Deus. A certeza da breve volta do Senhor deve dotar Seu povo de confiança diante de Deus e intrepidez diante dos homens. A igreja deve passar do estado laodiceano para o segundo Pentecostes. Um testemunho pessoal do poder transformador de Deus conquistará os corações para Cristo.

Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a extensão da terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes. Satanás também opera com prodígios de mentira, fazendo mesmo descer fogo do céu, à vista dos homens. Assim os habitantes da terra serão levados a decidir-se. A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito Deus... Apesar das forças arregimentadas contra a verdade, grande número se coloca ao lado do Senhor. - O Grande Conflito, p. 662.

O povo de Deus deve experimentar a realidade do Deus vivo. Eles devem compreender a realidade do mundo eterno. Cristo em Sua exaltada pessoa é a fonte de poder e força para Seu povo. Pertence-lhes uma nova criação para partilhar com os homens. Eles andam na gloriosa liberdade de filhos de Deus. Eles foram libertos das trevas pela gloriosa luz de Deus. Andam com Cristo nos lugares celestiais. Sua cidadania está no Céu. Sua fé está firmada no trono de Deus.



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