O dia em que o mundo parou


O século 21 começou no dia 11 de setembro de 2001. Nunca vou esquecer daquela manhã de terça-feira. Eu trabalhava no departamento fiscal de uma concessionária da Volkswagen na região de Vila das Belezas, zona sul de São Paulo.

Enquanto fazia o trabalho costumeiro de escrituração, um colega entrou rapidamente na sala e disse: "Vocês ficaram sabendo do que aconteceu em Nova York? Um avião bateu contra um prédio!"

Imediatamente me levantei e fui até o saguão de atendimento ao cliente, onde havia um televisor. As imagens estavam sendo transmitidas ao vivo. Era inacreditável e assustador.

A parte superior da Torre Norte do complexo empresarial do World Trade Center, localizado no centro financeiro de Nova York, estava tomada pelas chamas e por uma espessa fumaça negra. A força do impacto entre os andares 93 e 99 causou uma enorme abertura na torre que podia ser vista à distância.

Enquanto olhávamos perplexos as imagens, nos perguntávamos o que poderia ter provocado um acidente daquela magnitude. Então o surreal aconteceu.

Cerca de quinze minutos depois do primeiro impacto, um segundo avião colidiu contra a Torre Sul do WTC. Ficou claro que não se tratava de um acidente, mas de um ataque terrorista de proporções nunca vistas.

Meia hora depois, outro avião atingiu o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos em Washington, e, mais tarde, um quarto avião, cujo alvo era possivelmente o Capitólio ou a Casa Branca, havia caído em uma área rural na Pensilvânia.

Embora tenha sido atingida depois, a Torre Sul foi a primeira a colapsar, depois de queimar por quase uma hora, seguida mais tarde pela Torre Norte, que ardeu em chamas por uma hora e quarenta minutos.

A queda das torres causou danos estruturais a um outro edifício do complexo, o WTC 7, que colapsou no fim da tarde. Eu vi as imagens ao vivo pela TV.

Segundo as estimativas oficiais, 2.977 pessoas morreram naquele dia, das quais 1.100 não puderam ser identificadas. Várias mortes ocorreram nos anos seguintes devido à poeira tóxica causada pelo colapso das Torres Gêmeas, e muitas pessoas ainda sofrem seus efeitos debilitantes.

Após os ataques, o espaço aéreo americano permaneceu fechado por vários dias, e a Bolsa de Valores de Nova York e a NASDAQ não abriram por quase uma semana.

O fim da liberdade

Além das vítimas e do impacto econômico significativo, os ataques de 11 de setembro tiveram outro efeito não menos devastador.

No mês seguinte aos atentados, no dia 5 de outubro, o Congresso dos EUA aprovou um pacote de medidas de combate ao terrorismo chamado USA Patriot Act, negociado em apenas cinco semanas e assinado pelo presidente George W. Bush no dia 6. Nenhuma lei até então havia tramitado tão rapidamente na história do Congresso americano.

Embora a medida parecesse bastante idealista, na prática ela concedia ao governo maiores poderes de busca e vigilância e de detenção de qualquer pessoa suspeita de estar envolvida com atividades terroristas.

Como John Whitehead observou recentemente, nos 22 anos desde que o USA Patriot Act foi aprovado no Congresso, tornou-se uma bola de neve na erradicação de todas as salvaguardas constitucionais contra os excessos, a corrupção e os abusos do governo.

A medida viola pelo menos seis das dez emendas da Declaração de Direitos, e redefiniu de tal forma o terrorismo que as atividades protegidas pela Primeira Emenda podem ser enquadradas como potenciais atos terroristas, o que torna qualquer pessoa que deseje envolver-se nessas atividades um alvo do estado de vigilância.

Veja, estamos falando aqui de uma lei que autoriza agentes federais e policiais a realizar buscas secretas em casas e escritórios, com a possibilidade de confisco de bens sem aviso prévio; concede ao FBI a prerrogativa de realizar uma incursão em seu local de trabalho, exigir seus registros pessoais e interrogar seus supervisores e colegas sem notificá-lo; permite ao governo acesso a seus registros médicos, escolares e praticamente a todos os seus registros pessoais, inclusive registros de livros e revistas que você consultou em qualquer biblioteca pública ou site da internet.

Mas não é só isso!

Em nome do combate ao terror, funcionários públicos estão autorizados a monitorar instituições religiosas e políticas e conversas entre advogados e clientes; indiciar bibliotecários e arquivistas que prejudicarem as investigações; efetuar busca e apreensão de documentos e pertences pessoais sem revelar a causa provável; e prender cidadãos americanos indefinidamente sem o devido processo legal, entre outras coisas.

Whitehead escreveu:

Os nomes e rostos do bicho-papão mudaram ao longo do tempo (terrorismo, guerra às drogas, imigração ilegal, uma pandemia viral e muito mais por vir), mas o resultado permanece o mesmo: em nome da chamada segurança nacional, a Constituição tem sido constantemente destruída, minada, corroída, reduzida e geralmente descartada com o apoio do Congresso, da Casa Branca e dos tribunais.

Tudo isso parece loucura, e de certa forma é.

Sim, a Constituição ainda existe, e o sistema legal e cultural dos Estados Unidos fundado nos princípios da liberdade não foi oficialmente revogado.

Mas está ocorrendo uma mudança, iniciada pelos ataques de 11 de setembro.

Trata-se da mudança da velha realidade para uma nova realidade. A velha realidade ainda não desapareceu. Está sendo desmantelada à medida que a nova realidade a substitui. Nesse ínterim, a sociedade é polarizada e dividida, até que a nova realidade assuma o seu lugar na história.

Este é o ponto em que nos encontramos agora.

Tempo de decisão

Quando o segundo avião atingiu a Torre Sul do WTC, eu estava no meu horário de almoço. Como a concessionária não era muito distante, eu almoçava todos os dias em casa.

Alguns minutos depois do impacto, meu pai entrou apressadamente em casa e a primeira coisa que disse foi: "Existe na Bíblia alguma profecia sobre isso?"

Expliquei-lhe que não há nas Escrituras uma profecia específica sobre os atentados, mas era evidente que aquela tragédia tinha o potencial de mudar o rumo da história na direção indicada nas profecias.

Lembrei-me então de dois textos do livro de Ellen G. White, Eventos Finais, p. 111.6 e 112.4, e os li para meu pai:

Vi as mais dispendiosas estruturas de edifícios erigidos e que se acreditava serem à prova de fogo. E assim como Sodoma pereceu nas chamas da vingança de Deus, essas suntuosas construções também se transformarão em cinzas. ... Os lisonjeiros monumentos da grandeza de homens serão reduzidos a pó, mesmo antes que sobrevenha ao mundo a última grande destruição.

Não tenho luz especial a respeito do que sobrevirá a Nova Iorque, mas sei que um dia os grandes edifícios que estão ali serão demolidos pela ação construtiva e destrutiva do poder de Deus. … A morte chegará a todos os lugares. É por isso que estou tão ansiosa de que nossas cidades sejam advertidas.

O 11 de setembro é uma lembrança permanente de que não vivemos em um tempo qualquer. Ele anuncia um tempo solene, um tempo de decisão, e acontecimentos ainda mais extraordinários terão lugar à medida que nos aproximamos do grande Dia do Senhor.

Que Jesus habite em nosso coração e que trabalhemos diligentemente em favor das almas a perecer.

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