Por que países diferentes adotam as mesmas políticas restritivas


Um recente estudo publicado no site da National Academy of Sciences investigou por que diferentes países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) adotaram as mesmas políticas restritivas em resposta à Covid-19, como bloqueios e fechamento de escolas.

Os pesquisadores descobriram "que, em tempos de crise severa, os governos seguem o exemplo de outros e baseiam suas decisões no que outros países fazem".

Eles observam com evidente surpresa que, "dada a heterogeneidade entre esses países em termos de preparação de seus sistemas de saúde, sua demografia e o grau em que a pandemia se instalou em cada país neste momento, a homogeneidade no cronograma da adoção [de intervenções] é impressionante".

Os países membros da OCDE possuem economias igualmente avançadas e sistemas de saúde bastante desenvolvidos, "onde os tomadores de decisão são expostos à oposição política e (principalmente) a instituições democráticas".

Por isso mesmo, os pesquisadores constataram que "as democracias são mais sensíveis à influência das escolhas políticas de outros países".

Verificou-se que os processos de difusão de políticas restritivas são "moldados pela adequação de uma política às necessidades de possíveis adotantes, juntamente com a pressão para adotar que é imposta pelas adoções cumulativas anteriores de outros países".

Mais interessante ainda:

Os países também podem ser mais fortemente influenciados por países com os quais compartilham uma religião e, portanto, sistemas de normas, ou com os quais mantêm relações intensas e, assim, compartilham uma interdependência.

Estas descobertas são especialmente significativas para aqueles que conhecem as palavras de Ellen G. White sobre a futura crise dominical, escritas em 1900:

Quando os Estados Unidos, o país da liberdade religiosa, se aliar com o papado, a fim de dominar as consciências e obrigar os homens a reverenciar o falso sábado, os povos de todos os demais países do mundo hão de ser induzidos a imitar-lhe o exemplo. - Testemunhos para a Igreja, vol. 6, p. 18.

As nações estrangeiras seguirão o seu exemplo [dos Estados Unidos]. Embora ela seja a líder, a mesma crise atingirá todo o nosso povo em toda parte do mundo. Ibid., p. 395.

Até há pouco tempo, era quase impossível imaginar como isso se dará. Porém, mais uma vez a pandemia tem se mostrado uma “caixa de surpresas” e o processo de difusão de políticas dos governos em resposta à crise parece lançar alguma luz a esse respeito!

A diferença é que este processo de mimetização não se restringirá aos países da OCDE, mas abrangerá o mundo inteiro, e não será em resposta à uma crise sanitária, mas à uma crise de dimensões religiosas.

O estudo também fornece subsídios para pesquisas sobre as consequências políticas da pandemia no que tange às liberdades civis, que também é uma questão de interesse profético, como já observei em alguns artigos neste blog.

Em maio de 2020, mais de 100 países haviam promulgado leis emergenciais, concentrando ainda mais poder no executivo, e uma estimativa recente sugere que 82 países estão em alto ou médio risco de 'retrocesso pandêmico' da democracia.

Se as restrições às liberdades civis devido à pandemia de COVID-19 em curso forem adotadas mais rapidamente por países que já estão passando por um declínio na democracia, esses países podem estar suscetíveis a uma maior autocratização em face de choques exógenos, como pandemias.

A pesquisa pode ser acessada na íntegra aqui.

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