No ano passado, Washington promulgou a chamada Lei de Redução da Inflação. Ao contrário do que o nome sugere, a nova lei pouco faz para reduzir a inflação e, na verdade, pode agravá-la ainda mais.
O Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA concluiu que a lei terá um "efeito insignificante sobre a inflação" e não representará nenhuma redução significativa nos déficits do governo.
O propósito da lei, no entanto, nunca foi combater a inflação. Ela promove principalmente a agenda verde encampada por Washington. Serão US$ 385 bilhões destinados à causa ambiental nos próximo cinco anos – a maior parte dos gastos previstos na legislação.
A alocação dos recursos em programas ambientais é um esforço do atual governo americano para promover a transição para uma matriz energética limpa, porém mais cara e menos eficiente, o que certamente agravará a inflação ao limitar o fornecimento de energia e aumentar seu custo.
Mas o maior problema é que, em nome do combate às mudanças climáticas e da promoção do que a legislação chama de "iniciativas de justiça ambiental", a lei exigirá mais controle centralizado.
Ela confere aos órgãos governamentais envolvidos considerável poder de decisão sobre quais atividades são elegíveis para os generosos incentivos fiscais do governo e quais não são.
Em última análise, a legislação é parte de uma agenda que exige mais interferência do estado na vida do cidadão comum e no modo como empresas e instituições operam.
Eu não preciso lhe dizer o quanto isso é ruim.
No entanto, se você ainda tem dúvidas, basta lembrar que os poderes políticos não são simbolizados na Bíblia por bichinhos peludos e fofinhos, mas por bestas ou feras predadoras que não visam outro objetivo senão o poder.
Assim, é ingênuo acreditar que o estado sempre tem em vista os melhores interesses do cidadão ou que ele será menos bisbilhoteiro ou intrusivo a fim de favorecer a liberdade e a autonomia individual.
É certo que o cristão tem o dever de respeitar as autoridades constituídas, como procedentes de Deus, mas isso não significa obediência incondicional nem, tampouco, que Deus sempre aprova a conduta dos governantes.
Se as exigências do governo humano contrariam a verdade e a justiça, mais "importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:29).
Enquanto os parlamentares se preparavam para votar a Lei de Redução da Inflação, Nancy Pelosi, presidente da Câmara, fez um discurso no plenário.
E é aqui que as coisas ficam interessantes!
Pelosi defendeu a aprovação da nova lei argumentando que se trata dos "valores defendidos pelo Papa Francisco"!
Sim, isso mesmo! Eis suas palavras:
"Trata-se de valores – valores defendidos pelo Papa Francisco, quando ele disse no início deste verão que nosso planeta atingiu um 'ponto de ruptura' na luta contra a crise climática."
Brian Roewe, escrevendo para o National Catholic Reporter, observou que a Lei de Redução da Inflação tem impressões digitais católicas por toda parte e representa uma conquista significativa para "grupos religiosos que trabalham há anos fazendo lobby por uma legislação climática federal"[!].
Foi Biden, o segundo presidente católico do país, que assinou a lei. Depois de assiná-la, ele presenteou a caneta ao senador católico Joe Manchin, de West Virginia. Foi Manchin, o foco de intenso escrutínio por seus laços com a indústria do carvão, que durante meses exerceu sua posição como um voto decisivo para reduzir e suspender a legislação antes de fechar um acordo surpresa em 27 de julho com o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, para trazer o projeto de lei de volta à vida, com uma aparente ajuda de Bill Gates.
Ora, ora, temos uma conexão aqui?
Roewe continua:
E foi a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a católica da Califórnia, que deu início à legislação aprovada no Congresso. Antes disso, ela citou o papa sobre o significado das disposições climáticas do projeto de lei, dizendo que elas representam "valores defendidos pelo Papa Francisco quando ele disse no início deste verão: 'Nosso planeta atingiu um ponto de ruptura na luta contra a crise climática'".
Isso certamente ajuda a entender por que essa lei não visa realmente o combate à inflação, e sim o aumento do poder estatal e seu controle sobre os mercados e as pessoas.
Se você leu meu artigo sobre a doutrina social católica, deve se lembrar que o mercado só pode ser orientado para o bem comum (i.e., para o coletivismo) por meio de forte regulamentação governamental.
Ou seja, essa doutrina não defende economias de livre mercado, capazes de gerar riqueza para todos, mas economias dirigidas pelo estado, um modelo que, historicamente, inibe o progresso e mantém na pobreza os mais vulneráveis.
Este é o princípio sobre o qual a Lei de Redução da Inflação de Biden se baseia. Não admira que os Estados Unidos estejam a caminho da ruína nacional.
O New Deal verde requer total controle político e econômico das pessoas, de suas conveniências pessoais e escolhas individuais como cidadãos e consumidores.
A abordagem abrange todo o governo, isto é, todos os órgãos públicos são envolvidos, mesmo que sua principal função não esteja relacionada à agenda climática.
E a pressão é feita nos âmbitos regulatório e econômico: exigência de divulgações financeiras das empresas sobre impactos climáticos e outras métricas ESG (governança ambiental, social e corporativa), redução ou suspensão de empréstimos a indústrias cuja produção é baseada em carbono, e outras medidas para forçar empresas e instituições a se comprometerem com a eliminação de energia acessível e abundante.
Meu palpite é que a legislação climática nacional de Biden pode servir como exemplo para uma legislação dominical nacional, que seria justificada em termos muitos semelhantes àqueles apresentados por Nancy Pelosi durante seu discurso em favor da Lei de Redução da Inflação!
Considerando que a agenda ambiental tem as digitais de Roma e que o domingo "verde" é a marca de sua autoridade e poder, isso faz bastante sentido.
É importante lembrar que há todo um contexto político e jurídico em torno dessa agenda que afetará os guardadores do sábado.
Um estudo publicado recentemente observou:
Com os impactos das mudanças climáticas cada vez mais severos, as questões de quem é responsável pelas mudanças climáticas, quanta responsabilidade cada entidade tem e as obrigações dessas entidades de mitigar futuras mudanças climáticas e ajudar financeiramente com a adaptação climática estão mais presentes do que nunca nas negociações de políticas e em tribunais em todo o mundo.
Ora, sabemos que esses eventos ambientais não têm uma causa exclusivamente humana. São sinais da volta de Jesus (Lucas 21:25-27).
À medida que nos aproximamos deste grande dia, tais eventos serão mais frequentes, mais intensos e mais extraordinários, e nenhuma intervenção humana poderá reverter essa tendência.
Quando os governantes perceberem que suas políticas não estão surtindo efeito no combate a mudanças climáticas cada vez mais severas, o clamor popular exigirá responsabilização, e esta recairá não sobre a indústria de combustíveis fósseis, mas sobre aqueles que se recusarem a honrar a religião falsa.
No momento, esta é uma conclusão silenciosa que não vai ser manchete, porém seu desenvolvimento está acontecendo agora sob a superfície e em breve se tornará o grande ponto de controvérsia. O que hoje parece impensável logo se tornará inevitável.
É nosso dever, no entanto, fazer todo o possível para evitar o perigo que se aproxima e lutar para preservar a liberdade obtida a tão elevado custo, de maneira que mais pessoas possam ser trazidas das trevas da ignorância para a luz da verdade.
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1 Comentários
É hora de levantarmos as nossas cabeças " porque a nossa redenção está próxima". Mas, enquanto ela não vem precisamos envidar esforços contra as forças das trevas.
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