Segundo o G1, cinco dos mortos já foram identificados. Todas as pessoas estavam na lancha chamada "Jesus".
O mais triste nesta tragédia é que ela poderia ter sido evitada.
Havia pelo menos dois sinais de advertência aos quais os barqueiros deviam ter prestado atenção, pois tinham sob sua responsabilidade vidas humanas.
O primeiro sinal são as intensas chuvas na região durante os meses de dezembro e janeiro, que podem ocasionar o desprendimento das rochas sedimentares. É possível que a tromba d'água filmada pelos turistas tenha acelerado esse processo.
A queda de pequenos sedimentos foi o segundo sinal. Assustou alguns passageiros, mas como essas quedas são comuns no cânion e a fenda na rocha era antiga, parecia não haver motivo para preocupações.
No entanto, passageiros de uma das lanchas perceberam o perigo e tentaram avisar sobre o deslizamento da rocha. Segundos depois ela desabou.
Há nesta tragédia uma lição para nós.
Existem hoje grandes "fendas" em nosso mundo; sociais, políticas, econômicas e ambientais. Estas enormes rachaduras são sinais de que a coisa toda está para desabar, de que uma grande crise está bem diante de nós. Não podemos impedi-la, mas, se prestarmos atenção às rachaduras, não seremos surpreendidos por ela.
Contudo, nem todos os que professam pertencer à igreja remanescente estão atentos aos sinais.
Nosso Deus, em Seu infinito amor e misericórdia, tem enviado mensageiros de dia e de noite para advertir Seu povo sobre o perigo iminente. Anjos do Senhor têm ido de igreja em igreja, cumprindo com seu dever, e Cristo está batendo à porta de nosso coração para entrar.
Mas, embora professemos crer nos testemunhos que Ele deu, nós os recusamos; ouvimos a voz de reprovação da Testemunha Fiel e as mensagens de advertência de Seus servos, mas não obedecemos.
Quando confrontados com essas mensagens, aqueles em quem o povo confia para seu guiamento espiritual dão de ombros e, desprezando os meios que Deus ideou para despertar a igreja de sua desagregação espiritual, induzem o povo a uma falsa sensação de segurança.
Em calma expectativa diante do perigo iminente, eles dizem: "Não nos apressemos demais. Pode haver engano. Devemos ter cuidado para não levantar alarme falso. Tem-se falado mais dessa questão do que ela merece. Essa agitação toda passará".
O resultado será fatal.
Há um paralelo entre a nossa experiência e os acontecimentos que precipitaram a ruína de Jerusalém pelas mãos dos babilônios.
Se a história de Israel fosse representada por um gráfico, ele seria como um trapézio, com altos e baixos, de acordo com o caráter do governante. O ponto mais baixo nesse gráfico está registrado em II Crônicas 36 e descreve os pecados que resultaram na queda de Judá.
O cronista relata que o rei Zedequias "fez o que era mau perante o Senhor, seu Deus, e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do Senhor" (verso 12).
Contrariando os conselhos de Jeremias para que se submetesse pacificamente ao domínio temporário de seus conquistadores, Zedequias se rebelou contra o rei Nabucodonosor, violando seu solene juramento de submissão feito em nome de Deus, e se tornou tão obstinado, "que não voltou ao Senhor, Deus de Israel" (verso 13).
Além disso, "todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o Senhor tinha santificado em Jerusalém" (verso 14).
Algumas dessas abominações, que despertaram a ira de Deus contra a nação, são retratadas em Ezequiel 8. O Comentário Bíblico Adventista sobre II Crônicas 36:14 observa:
"Parece ter havido poucas das terríveis abominações dos pagãos que não fossem então praticadas pelo professo povo de Deus dentro dos pátios sagrados do templo. Em vista de tal situação, o dia da ruína não podia estar longe."
Por isso, "o Senhor, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada" (verso 15).
"Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas", diz o cronista no verso 16, "até que subiu a ira do Senhor contra o seu povo, e não houve remédio algum".
O preço pago pela obstinação do rei, dos chefes dos sacerdotes e do povo foi terrível.
O mais angustiante é que iniciamos a mesma marcha no caminho da iniquidade, e parece não haver nenhuma disposição de retroceder.
Em lugar de ouvir as advertências de Deus, decidimos seguir os conselhos dos falsos profetas, os quais dizem que trazer o cinema e o teatro para dentro da igreja não tem problema algum; que assistir a produções que usam palavreado vulgar, banalizam a fornicação e o adultério, blasfemam de Deus e desprezam Seus mensageiros está OK; que é aceitável todo tipo de música para louvar a Deus, inclusive reggae, hip hop e samba; que praticar, enfim, todas as abominações dos gentios dentro das dependências sagradas do templo sob o verniz de uma falsa piedade é louvável e perfeitamente normal.
E tudo isso num tempo em que as fendas estão por toda parte, anunciando ruidosamente o desabamento do mundo.
Nessa condição, como poderemos escapar de um destino semelhante ao de Judá e Jerusalém? Distraídos com os prazeres desta vida e o som alto de nossas músicas estridentes, não ouvimos os apelos e advertências, e, por isso, quando o paredão desabar, seremos abatidos por ele.
Esta, porém, é uma tragédia que pode ser evitada!
Como nas mensagens de Jeremias a um Israel obstinado no pecado, as ameaças do Senhor dirigidas à sua igreja estão misturadas com promessas de perdão e restauração aos que se arrependerem de sua loucura. Conquanto o Senhor jamais inocente o culpado, Ele mostrará misericórdia para com os que se mostrarem leais e fiéis.
Ouçamos a voz do Espírito Santo e sejamos colaboradores de Deus no desenvolvimento de uma vida esmerada e santa para a glória do Senhor Jesus, e as atrações do mundo aparecerão tais como são, semelhantes aos perigosos rochedos de Capitólio.
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1 Comentários
Muito bom sua analogia.
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