Nosso Sumo Sacerdote - 4. Cristo, nosso Sumo Sacerdote


Por Edward Heppenstall

Jesus Cristo ofereceu-Se a Deus para ser um sacrifício pelo pecado, na cruz. Desde Sua ascensão, Ele ministra à mão direita do Pai no santuário celestial, como Sumo Sacerdote e Mediador entre Deus e o homem. Em ambos os aspectos de Seu ministério, Cristo está empenhado na obra de reconciliação ou expiação.

Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou em um que é seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez todo o Universo... depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas. (Hebreus 1:1-3).

A Epístola aos Hebreus estabelece a finalidade da revelação e salvação providenciadas por Deus através de Seu Filho Jesus Cristo. Cristo, na dupla função de sacrifício e sacerdote, é mostrado como sendo o cumprimento total de todos os tipos e cerimônias do Antigo Testamento retratados no santuário terrestre.

A oferta de Si mesmo como um sacrifício e o início de Seu ministério sacerdotal no Céu permanecem juntos. A primeira tarefa de um sacerdote é oferecer sacrifícios:

Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é constituído nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer assim dons como sacrifícios pelos pecados... Assim também Cristo. (Hebreus 5:1-5).
Pois todo sumo sacerdote é constituído para oferecer assim dons como sacrifícios, por isso era necessário que também esse sumo sacerdote tivesse o que oferecer. (Hebreus 8:3).

Sobre a cruz, Jesus era o verdadeiro cordeiro pascal. O Sumo Sacerdote apresentou a Si mesmo como o sacrifício. Esta função não continua no santuário celestial. O sacrifício não é parte da obra de Cristo ante o trono de Deus, onde Ele é sacerdote para sempre. "Este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável." (Hebreus 7:24). Cristo ofereceu-Se uma vez por todas quando o fez (veja cap. 9:12, 25 e 26). Tal sacrifício não é para ser repetido. Por meio daquele sacrifício, Cristo "obteve para nós eterna redenção" (Hebreus 9:11-15).

Pela virtude deste único e perfeito sacrifício pelo pecado, Cristo exerce agora Seu ministério sacerdotal à direita do Pai apresentando e representando Seu povo que está na Terra. Ele tem sido exaltado à posição de Sumo Sacerdote no santuário celestial, transcendendo tudo que tivera lugar no santuário terrestre. Em Sua exaltada posição, Ele é o Rei da justiça devido à Sua vida sem pecados, é sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque, e é o "único mediador entre Deus e o homem" (I Timóteo 2:5).

Nós agora vemos Cristo Jesus entronizado ao lado do Pai, como capitão da nossa salvação (Hebreus 2:5-10). Ele é verdadeiramente Deus e também verdadeiramente homem. Ele está, por isso, qualificado nas coisas que pertencem a Deus e aos homens. Sendo Ele o Filho de Deus que interveio por nós, que morreu por nós e agora vive e ministra por nós, Ele satisfaz as necessidades fundamentais do penitente pecador - reconciliação com Deus e transformação de vida.

A Esfera do Ministério Sacerdotal de Cristo

Cristo é sacerdote no Céu. O livro de Hebreus torna claro que o ministério sacerdotal de Cristo funciona no santuário celestial.

Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. (Hebreus 8:1 e 2).
Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação. (Hebreus 9:11).

Cristo não atuava como sacerdote no santuário terrestre. Alguém poderia concluir que Cristo é um eterno sumo sacerdote e tem sido assim desde que o pecado entrou no universo. Ainda assim há razões para inferir da Epístola aos Hebreus que há sentido no fato de Cristo não ter assumido Seu ministério sumo sacerdotal, tipificado pelo sacerdócio levítico, até que tivesse oferecido a Si mesmo como sacrifício e ascendesse ao santuário celestial. Não o fez até que derramasse o Seu sangue e pudesse pleitear com Seu sangue, representando o homem pecador diante do Pai.

Após Sua ascensão, Ele tornou-Se nosso representante ante o trono de Deus "para comparecer agora, por nós, diante de Deus" (Hebreus 9:24). Assim era no serviço levítico. Após imolar o animal, o sacerdote tomava o sangue da vítima e aspergia-o no local apropriado - sobre o altar ou ante o véu. Sem o derramamento de sangue a apresentação do sacerdote não tinha valor; sua entrada no santuário não podia ter eficácia. Assim Cristo apresenta os méritos de Seu sacrifício, fundamentado na expiação feita na cruz.

Necessidade de um Eterno Sumo Sacerdote

A suprema função de um sumo sacerdote é mediar entre Deus e o homem. A necessidade deste sistema mediatório tanto em tipo como antítipo surgiu devido à alienação resultante do pecado. Satanás tentara e persuadira Adão e Eva a transferir seu centro de confiança e lealdade de Deus para eles mesmos. Desde então, o homem tem sido o centro de seu próprio mudo. Todos os homens começam a vida com essa alienação de Deus, que herdaram de Adão.

Tivesse Deus escolhido deixar o homem em seu isolamento e este estaria eternamente perdido. Mas Deus estendeu a mão, na pessoa de Seu Filho, e buscou reconciliar o homem com Deus. Por meio de Cristo, Deus trouxe o homem de volta a Si. Para realizar isto, Jesus Cristo tornou-Se  a expiação pelo pecado, o divino mediador do homem.

Jesus Cristo é o supremo dom de Deus ao homem, não para contemplação acadêmica e investigação crítica, mas para atender à desesperada necessidade do homem como pecador alienado do Pai. Onde há um pecador perdido, aí está Jesus Cristo, Sumo Sacerdote e Redentor. Do início ao fim, Ele é a solução completa às necessidades do pecador. Deus tem dado ao homem todas as coisas em Jesus Cristo.

Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. (Romanos 8:32 e 33).

Assim, as esperanças do homem encontram sua realização somente em Cristo. Todos os homens nascem "sem Deus no mundo" (Efésios 2:12). Em seu estado perdido, o homem permanece afastado de Deus. Cristo veio para restaurar essa relação e tornar possível o acesso ao Deus vivo.

Sem esse ministério sacerdotal no santuário celeste, o homem somente poderia nutrir "certa expectação horrível de juízo" (Hebreus 10:27). A natureza e a profundidade das necessidades do pecador requerem uma correspondente mediação sobrenatural. Aqui nós vemos a grande diferença entre o tipo e o antítipo, entre o sacerdócio levítico e o eterno sacerdócio de Cristo.

Nos serviços levíticos do santuário terrestre, animais eram sacrificados. Eles não tinham escolha. Cristo, porém, voluntariamente "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:8).

Os sacrifícios levíticos nunca foram completos, mas eram repetidos dia após dia, ano após ano. Porém Cristo morreu uma só vez. Os sacrifícios levíticos purificavam só ritual e externamente. Eles nunca tiraram pecados. Cristo, porém, expiou completamente os pecados do mundo. Ele obteve uma terna redenção.

No santuário terrestre os sacerdotes levíticos ministravam em um santuário material sob condições marcadas pela fragilidade e inadequação. Eles eram homens mortais; não tinham permanência. Mas Cristo entrou no próprio Céu, no genuíno santuário do qual o terrestre era apenas uma figura. Os tipos eram apenas sombras, por certo tempo (veja Hebreus 9:10).

O máximo que poderiam fazer era apontar à realidade última, em Cristo. Os tipos não são considerados nulos e sem valor, pois apontam para a realidade e para a obra de Cristo no santuário celestial. Cristo tem um sacerdócio incorruptível. Ele é um sacerdote ante a ordenação e o poder de uma "vida indissolúvel" (Hebreus 7:16, 17, 23, 24).

O sacerdócio levítico funcionava sempre à distância, com a Divindade velada. Todo o ministério do santuário terrestre era marcado pela distância de Deus. O sumo sacerdote, unicamente, tinha acesso à presença de Deus, e isto somente um dia por ano, no Dia da Expiação. O sacerdote comum nunca foi além do véu, no lugar santo, ou seja, além do primeiro compartimento. O adorador comum nunca ia além do pátio. Cristo, porém, nosso Sumo Sacerdote, "não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porem no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus" (Hebreus 9:24). Em Cristo, o crente é convidado a ir pessoalmente ao trono da graça. Nele "temos ousadia e acesso com confiança, pela fé nele" (Efésios 3:12).

Cristo opera uma eterna redenção naqueles que creem nEle. Ele salva integralmente. Ele dá arrependimento. Ele ministra o perdão e tira o pecado. Ele oferece o que o homem desesperadamente necessita. Somente Ele é o Filho de Deus que Se tornou homem. Ele está qualificado em todos os pontos para ser o Salvador do homem e Advogado ante o nosso Pai celestial. Ele conhece o Pai como nenhum outro ser. Ele está plenamente familiarizado com o caráter de Deus.

Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (Lucas 10:22).

Por ter-Se tornado homem, Ele conhece bem a situação de Seus irmãos aqui na Terra.

No Evangelho de João, lemos sobre Ele:

Mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana. (João 2:24 e 25).

Nossos desejos, necessidades, pecados, tentações, provações, enfermidades, são mais bem conhecidos por Ele do que por nós mesmos. Até nossos íntimos anseios e secretos anelos são plenamente conhecidos. Porque Ele é homem, um como nós, está apto a compartilhar conosco a própria vida. Ele é o capitão da nossa salvação (Hebreus 2:10).

Ele também entende completamente a lei de Deus, a qual todos os homens têm transgredido. Ele acata e ensina a autoridade divina da lei, sustenta seus reclamos e mantém seus padrões morais. Ele jamais deprecia seus reclamos nem nega a violação desta lei pelo pecador. Ele, porém, apresenta ao Pai Sua própria vida de perfeita obediência à lei pela qual esta é honrada, sendo-lhe satisfeitas as exigências, e assim reclama Seus méritos a favor dos pecadores arrependidos. Ele é o justo Senhor que ama a justiça e odeia a iniquidade.

Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus. (Hebreus 7:26).

Esta é a necessidade dos pecadores e a provisão feita por Deus. Assim nosso divino Advogado promove a glória de Deus, o bem do Seu povo e a honra da lei. Ele advoga a causa de Deus e a do homem mais poderosamente e com mais justiça do que poderia ser feito por qualquer outro ser no Universo. Os méritos de Sua justiça e a redenção executada na cruz estão agora poderosamente diante de nosso Pai, no Céu.

Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Achegue-mo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. (Hebreus 4:14-16).

Natureza do Ministério Sacerdotal de Cristo

Qual é a natureza da obra sacerdotal de Cristo no Céu? Por ser Ele um sacerdote para sempre, é importante compreender o que é a obra sacerdotal que Ele continua a realizar. Sacrifício não pode ser, pois Ele já o realizou uma vez na Terra. Não quer dizer que o sacrifício de Cristo na Terra não tenha mais significado no Céu. Ao contrário, os dois aspectos do ministério sacerdotal de Cristo estão muito intimamente relacionados. Cristo assumiu Sua obra como sumo sacerdote no Céu no poder de Sua oferta sacrifical. A redenção teve lugar na cruz. A aplicação eficaz dessa redenção na vida do crente é realizada pela obra de Cristo no Céu.

Se Cristo não mais oferece sacrifícios, o que está Ele fazendo? Sua obra é de intercessão:

Por isso também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hebreus 7:25).

O significado literal da palavra é "passar por entre". Isso denota mediar entre duas partes com o objetivo de reconciliar diferenças. A palavra "intercessão" no Novo Testamento inclui cada forma de ação em favor de outrem, particularmente a súplica a Deus em favor do homem. Enquanto esteve na Terra, Cristo intercedia na forma de oração a Seu Pai:

É por eles que eu rogo, não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas coisas são tuas e as tuas coisas são minhas; e neles eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. (João 17:9-11).

Ele é também nosso advogado. "Se alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo" (I João 2:1). Este é um termo legal. Um advogado é alguém que se apresenta na corte de justiça para representar a pessoa acusada, um representante para a defesa. Cristo, nosso advogado, não alega nossa inocência diante de Deus, pois nenhum homem é inocente diante de Deus. Ele reclama Seus próprios méritos, porque o pecador não pode apelar a seu próprio favor. Assim, diz-se de Cristo que Ele "aparece na presença de Deus por nós" (Hebreus 9:24). Na hora de sua provação e martírio, Estevão contemplou o seu divino Intercessor.

Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus. (Atos 7:55 e 56).

Com que prontidão Cristo interveio a favor de Estevão! Cristo nunca está ausente de Seu ministério sacerdotal. Os crentes sabem onde Ele pode ser encontrado. Ele está sempre à mão direita do Pai aguardando que Seus filhos chamem por Ele. Assim eles podem confiar nEle plenamente. Quando eles pecam e se arrependem, Ele pleiteará por perdão. Quando forem acusados, Ele os vindicará. Quando forem tentados, Ele pedirá que a fé não lhes desfaleça. Ele é um misericordioso e fiel sumo sacerdote. NEle todo o amor de Deus flui ao homem. Ele é no santuário celestial o mesmo que era na Terra.

Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. (Hebreus 4:15).
Por isso mesmo convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus, e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. (Hebreus 2:17 e 18).

Como o sumo sacerdote do santuário terrestre levava os nomes das tribos gravados em seu peitoral, quando ia à presença de Deus, assim Cristo leva-nos em Seu coração. Nada pode exceder o calor e o amor da obra de nosso Senhor por nós ante o Pai. O Pai jamais deixa de ouvir Seu Filho.

Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu bem sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. (João 11:41 e 42).

Apresentando o Sangue

O sangue derramado por Cristo desempenha uma função chave na obra de intercessão. Cristo intercede pela virtude de Seu sacrifício. É o sangue de Cristo no Céu que clama a Deus em nosso favor.

Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia, e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados. (Hebreus 12:22-24).

No centro do trono de Deus, Cristo permanece como "o Cordeiro que tinha sido morto" (Apocalipse 5:6). "Quando eu vir o sangue, passarei por cima", disse Ele aos filhos de Israel (Êxodo 12:13). O sacrifício expiatório de Cristo é a base sobre a qual todas as bênçãos da redenção são conferidas aos crentes. Porque "sem derramamento de sangue, não há remissão" (Hebreus 9:22). O sangue de Cristo é mencionado mais frequentemente no Novo Testamento do que a morte ou a cruz de Cristo. A ênfase principal está em Cristo livremente dar a Sua vida e aplicar esse ato redentivo para a salvação e recuperação do homem.

Muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo. (Hebreus 9:14).

O Novo Testamento fala sempre do sangue de Cristo como exercendo positiva ação redentora. Em parte alguma o sangue de Cristo produz mácula. Somente o pecado produz mácula. O sangue é central na obra de salvação. Ele limpa (I João 1:7; Apocalipse 1:5), justifica (Romanos 3:24, 25; 5:9), reconcilia (Efésios 2:13), redime (Efésios 1:7; Colossenses 1:14; Apocalipse 5:9), santifica (Hebreus 10:29; 13:12).

O fundamento da obra de Cristo no Céu é Seu sangue derramado. A cruz é a base de toda negociação e atividade redentora. O sangue provê a base para toda intercessão no santuário celestial.

Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Portanto, se o sangue de bodes e de touros, e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo! Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados (Hebreus 9:11-15).

O sangue de Cristo é a moeda corrente no Céu. O pecador arrependido não pode apelar para mais nada, pois nada mais teria valor. Diante de Deus o homem pode pleitear somente os méritos da vida imaculada de Cristo e Seu perfeito sacrifício. O crente não tem em si mesmo nada a oferecer. Há somente um meio de perdão e vitória sobre o pecado. Jesus tornou isso claro quando esteve sobre a Terra.

Respondeu-lhes Jesus Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai; também quem de mim se alimenta, por mi viverá. (João 6:53-57).

Cristo, por Sua intercessão, declara que Seu sacrifício e os méritos de Seu sangue são sempre válidos diante de Deus. Os pecados do homem clamam por juízo. O sangue de Cristo proclama o perdão. Nada pode negar a graça e a misericórdia de Deus, exceto a própria rejeição por parte do homem. Os homens podem saber que os pecados são perdoados, as culpas, removidas, e a condenação, afastada unicamente pelo sangue de Cristo. Não se deve permitir que coisa alguma encubra esta verdade. Nenhuma oferta substituta pode ser feita. Nenhuma obra humana pode ajudar; unicamente Cristo. Há somente uma porta para o reino de Deus.

Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem. (João 10:7-9).

De Cristo é dito que Ele apresenta Seu sangue ante o Pai, a favor do pecador.

Assim como Cristo, por ocasião de Sua ascensão, compareceu à presença de Deus, a fim de pleitear com Seu sangue em favor dos crentes arrependidos, assim o sacerdote, no ministério diário, aspergia o sangue do sacrifício no lugar santo em favor do pecador. - Patriarcas e Profetas, p. 370.
A obra de Cristo no santuário, apresentando Seu próprio sangue, a cada momento, diante do trono da graça, fazendo intercessão por nós, deveria produzir profunda impressão sobre o coração, para que possamos avaliar cada momento. Jesus vive para fazer intercessão por nós, porém um momento gasto de maneira descuidada pode nunca ser recuperado. - The Faith I Live By, p. 205.
Quando Cristo ascendeu ao Céu, Seus seguidores continuaram ainda a sentir-Lhe a presença. Era uma presença pessoal, cheia de amor e luz... Sabiam que Ele estava perante o trono de Deus, ainda como amigo e Salvador seu; que Sua simpatia não se havia alterado, que continuava identificado com a sofredora humanidade. Estava apresentando perante Deus os méritos de Seu próprio precioso sangue, mostrando Suas mãos e pés feridos, em lembrança do preço que pagara por Seus remidos. - Vereda de Cristo, p. 102.

No santuário celestial, Cristo comparece a favor de Seu povo, após ter feito o sacrifício e não a fim de fazê-lo. Ele pleiteia os méritos de Seu sacrifício para os pecadores.

Sacrifícios repetidos pertenciam inteiramente ao sacerdócio levítico no santuário terrestre. Com Cristo, não há lugar para repetição, quer seja na terra, quer no céu.

Qualquer ritual que procure repetir isso em alguma condição ou forma constitui um engano e uma falsa interpretação da obra sacerdotal de Cristo. Isto anula, em realidade, a eficácia de tal sacrifício. Nem há qualquer eficácia em tal ato, executado por sacerdotes terrestres. Cristo unicamente tem o direito de pleitear os méritos de Seu sangue diante do Pai, e conceder o perdão dos pecados. Sua intercessão, unicamente garante a constante eficácia de Sua perfeita justiça. Cristo vigia com amor eterno sobre todos os membros da família humana. Ele conhece a todos, pois são Seus. Seus nomes estão todos escritos no Livro da Vida do Cordeiro. Estão gravados como se fossem nas palmas de Suas mãos e sobre as tábuas de Seu coração. Ele leva seus casos ao trono de Deus. O Pai ouve. O Espírito Santo é comissionado para mover a mente dos homens. O pecador é voltado das trevas para a luz, do pecado à justiça.

Advogado de Defesa

Parte do trabalho de intercessão de Cristo consiste em proteger Seu povo contra as tentações e acusações de Satanás.

Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. (Romanos 8:33 e 34).

Satanás é o acusador dos irmãos (Apocalipse 12:10). Acusar não é obra de Cristo. A intenção de Paulo nessa passagem é mostrar que quando Satanás acusa o arrependido pecador, Cristo põe-Se diante de Deus e intercede em seu favor. Para aqueles que reclamam os méritos de Cristo, não há condenação. Cristo veio destruir as obras do diabo (Hebreus 2:14 e 15). Ele derrotou Satanás na cruz (ver João 12:31 e 32). No santuário celestial, Ele continua a mesma obra, refutando as acusações do adversário. Muitos são os assaltos e tentações do inimigo. A menos que o povo de Deus tenha ao seu lado Alguém ainda mais poderoso, que seja apto a responder a todas as acusações que Satanás faz contra eles, poderão cair presas de seus estratagemas e ceder ao peso de seus ataques. A intercessão de Cristo é a segurança deles. Sua fé é preservada firme e inamovível. Inspirados e fortalecidos pela intercessão de Cristo, são eles vitoriosos sobre o príncipe das trevas.

Como a intercessão de Cristo é conduzida e em que forma Cristo advoga por nós, a Escritura não diz.

A compreensão da palavra "intercessão", em inglês, pode bem levar-nos a perguntar: Com quem está Cristo intercedendo? Necessita Cristo de pleitear com Seu Pai a fim de persuadi-lo a fazer algo que Ele está relutante em fazer? Obviamente não. Evidentemente, isso é parte da única função de Cristo no plano da salvação. Cada membro da Trindade tem funções específicas a exercer. Desde a entrada do pecado no universo, Cristo escolheu voluntariamente uma posição subordinada. Cristo veio dar testemunho do Pai. Cada um está interessado em revelar plena confiança nos Outros. A obra de intercessão de Cristo é parte dos arranjos originais, bem como o foi Seu sacrifício. Por este acordo, Cristo honra o Pai e o Espírito Santo honra o Filho.

A intercessão de Cristo oferece uma maravilhosa demonstração do amor de Deus. Por apontar um Advogado divino para os pecadores, o caráter do amor de Deus é manifesto a todo o universo. Tudo isso revela a distância a qual Deus está disposto a ir a fim de conquistar os homens de volta a Ele. O Pai, o Filho, o Espírito Santo - todos estão unidos na obra da redenção última dos homens e na completa erradicação do pecado. A intercessão é uma função messiânica, tão verdadeiramente quanto era a obra de Cristo como Filho de Deus sobre a terra.

Cristo intercedeu enquanto esteve aqui na terra. Ele dirigia Sua petição ao Pai (ver Lucas 22:32). Jesus pediu ao Pai em Seu próprio favor, revelando Sua completa confiança no Pai (ver João 17:5). Jesus prometeu antes de Sua crucifixão: "Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja para sempre convosco." (João 14:16). Jesus fala aqui de uma petição que Ele dirigiria ao Pai, após Sua ascensão e retorno ao trono de Deus. Desta maneira, Ele sempre traz glória à pessoa do Pai. Cristo é para sempre o supremo exemplo de confiança infalível em nosso Pai celestial e em Seu amor pelo homem.

Benefícios da Intercessão de Cristo

Todo bom e perfeito dom procede do santuário celestial, como resultado da obra sacerdotal de Cristo (ver Tiago 1:17; Romanos 8:28). Por seu ministério de mediação, Cristo Se identifica conosco e por nós de tal forma que o que é realidade nEle torna-se realidade em nós.

Perfeita Segurança - A ministração de Cristo provê perfeita segurança aos filhos de Deus. Seu estado atual está longe da perfeição. Não haveria necessidade de Cristo interceder se não houvesse imperfeição em Seu povo. A segurança dos santos não procede de algo intrínseco a eles mesmos em termos de santidade, porém inteiramente dos méritos de Cristo. Aqui há certeza, confiança, completa segurança diante de Deus. Quando Cristo ascendeu ao santuário celestial como mediador do homem, os discípulos sabiam com certeza que nada poderia desapontá-los (ver Lucas 24:50-53). Os crentes daquele tempo sabiam que todo poder era-lhes disponível (ver Atos 1:8).

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. (Hebreus 10:19-23).

Não é demais afirmar a máxima confiança no santuário celestial por parte daqueles que seguem a Cristo. Ele abriu o caminho para a presença de Deus. Tal caminho conserva nossos olhos e nossas vidas em união com a própria vida de Deus. Por Sua intercessão, Cristo propicia vida eterna a despeito de nossa decadência. Os pecados que demandam condenação, Ele perdoa. Não pode assaltar-nos nenhuma tentação que Ele não tenha poder de repelir. Nossa salvação final em Cristo seguramente depende não de nossa autoconfiança na justiça de alguém, mas da humilde dependência de nosso divino Advogado junto ao Pai. Assim os servos de Deus são selados em suas testas. Eles pertencem a Deus para sempre.

Por isso Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque. (Hebreus 6:17-20).

Devido a Cristo, nosso eterno Sumo Sacerdote, nossa confiança, esperança e certeza assemelham-se a uma âncora que se tem firmado no santuário celestial. Ali estamos unidos ao Pai e ao Filho por laços indissolúveis. O crente deve ter sua âncora aí e em nenhuma outra parte - nem nas coisas presentes e temporais, nem na ministração de algum sacerdote na terra, mas no Deus vivo.

Nada a não ser essa âncora subsistirá nas tormentas dos últimos dias. O crente está atualmente ancorado ao trono de Deus. Quando Cristo subiu ao Céu, Ele levou consigo uma hoste de remidos (ver Mateus 27:51-53; Efésios 4:8). Eles são os primeiros frutos dos remidos. O santuário celestial é o santuário da esperança para todos que seguem a Cristo até os lugares santos, não feitos por mãos.

Salvação Completa -

E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote, constituído, não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel. Pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hebreus 7:15-25).

O plano da redenção tem por objetivo a santificação dos remidos. O ministério de Cristo busca desenvolver pureza moral. Por meio da intercessão de Cristo, os crentes voltam-se do pecado para a justiça, aprendem a amar o que Deus ama e a odiar o que Ele aborrece. A expulsão do pecado na vida é o resultado da comunicação da vida de Cristo em nós. Vitória sobre o pecado procede dessa fonte divina.

Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor. (I Coríntios 1:30, 31).

No santuário celestial, Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, aguarda que a nossa dependência própria chegue ao fim. O homem é naturalmente egocêntrico. A habilidade Deus em salvar o homem ao máximo, ou seja, completamente, é limitada pela direção da contemplação e dependência do homem. A última coisa que o homem abandona é o esforço de executar sua própria salvação e assim olhar para si mesmo.

Frequentemente há no homem a tendência de contemplar a lei. É possível viver uma vida moralmente satisfatória desta maneira. Mesmo o crente frequentemente relaciona sua obediência à lei com seus próprios interesses e ao galardão que ele pode obter por cumprir a lei. O Cristo vivo deve conquistar o egoísmo humano e até sua própria justiça, pois esta é como trapos de imundícia (Isaías 64:6).

Quando nós, como crentes, dependemos de Cristo no santuário celestial, Cristo transfere para nós a Sua própria justiça. Nosso grande Sumo Sacerdote torna-Se o novo centro da vida. Isto é o que Cristo prometeu sobre Sua ida ao santuário celestial.

Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. (João 14:16-18).

Cristo torna os que esperam nEle em recipientes de Seu amor, poder e graça. Eles não confiam em suas próprias obras para transformar-lhes a vida. Isto não é nenhuma emoção estática. Não é uma falsa segurança ou algum seguro de vida automático. Salvação significa que Cristo entra na vida. Nenhum esforço humano, por forte que seja, e nenhuma obra, por extensa que seja, pode produzir obediência genuína à vontade de Deus.

Unicamente algo que faça o homem abandonar o eu e o apertado círculo de suas próprias jactâncias poderá transformar a vida. Assim, o homem é salvo unicamente pela fé. Porém a obediência à vontade revelada de Deus é a confissão dessa fé.

Salvação integral não está edificada sobre as vacilações dos próprios esforços do homem, mas sobre o Cristo vivo, nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial.

Aqui está o amor de Deus demonstrado, onde a salvação é verdadeiramente experimentada e apreciada. Nós sozinhos jamais poderíamos alcançar a salvação. Sem a intercessão de Cristo nenhuma oração poderia ser atendida, nenhum serviço aceito, nenhuma tentação resistida. Porém nós temos tal Advogado, o próprio Filho de Deus, a mais nobre Pessoa do universo, que está disponível a todo o momento de cada dia e em cada situação. Embora exaltado sobre todos, adorado por hostes angélicas, Ele concede-nos todo amor e graça que reside na Divindade.

E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste. (João 17:3).
Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste, e os amaste como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu, eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. (João 17:22-25).

Acesso a Deus - Em Cristo, o crente tem acesso a Deus. No Novo Testamento, o crente é convidado a "achegar-se confiadamente junto ao trono da graça, a fim de obtermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna". (Hebreus 4:16).

Pela virtude de Sua obra sacerdotal, Cristo une os crentes ao Pai pelo companheirismo. Nós estamos separados de Deus, como pecadores. Nós precisamos de alguém que tenha acesso ao trono de Deus. Nós estamos diariamente em necessidade de intervenção sacerdotal. Através de Cristo, nós nos achegamos a Deus em perfeita confiança.

Os crentes estão tão completamente em Cristo que por meio dEle têm companheirismo com o Pai e o Filho. O Pai contempla-os em Seu Filho. Ele vê que eles são um com Seu Filho e, portanto, um com o Pai. Eles agora mantêm com o Pai a mesma relação de nosso Senhor Jesus Cristo: Eles são filhos de Deus. Deus os ama como ama a Seu Filho. Nada pode separar-nos do amor de Deus (ver Romanos 8:38 e 39).

Quanto mais vivemos em Cristo, tanto mais seguros estamos do amor de Deus, tanto mais O compreendemos e O manifestamos aos outros. Nós chegamos a ver que todo amor verdadeiro vem de Deus, porque Cristo partilha Sua própria vida conosco. A plena verdade permanece em nós - somos amados por Deus com amor eterno que não poupou Seu único Filho.

Nós estamos diariamente em necessidade de muitas coisas - pedidos a fazer, pecados a serem perdoados, poder para viver vitoriosamente, agradecimentos a serem dados. "Por meio dele... temos acesso ao Pai, em um Espírito" (Efésios 2:18). Não é suficiente começar a nova vida com Cristo. Nós devemos manter firme "a confiança inicial, até o fim" (Hebreus 3:14). Um bom começo não garante um término. A causa de muitos fracassos é o engano de que uma vez salvo, alguém está salvo para sempre. Somente aqueles que mantêm um vivo companheirismo com Deus triunfarão. O companheirismo com Ele nos dá coragem e força. Nós possuímos vida eterna agora, vida que vem do alto.

Quem crê no Filho tem vida eterna. (João 3:36).
Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que se lhe der será nele uma fonte a jorrar para vida eterna. (João 4:14).

Deve haver um real contato com Deus, ou nós não teremos nada mais que uma forma exterior de religião. Comunhão espiritual com Deus jaz a base de todo verdadeiro culto. Os adoradores são convidados a voltarem-se, vez após vez, ao trono de Deus, onde Cristo assenta-Se à mão direita. Aqui está uma realidade espiritual, aberta para a nossa contemplação, para nossa adoração e para nosso total envolvimento. Aqui está o centro do culto.

A questão básica de toda religião e culto é nossa relação pessoal com Deus. O ministério de Cristo no santuário celestial representa o apropriado relacionamento do homem com Deus. Ensina-nos "a olhar para Jesus, o autor e consumador da nossa fé" (Hebreus 12:2). Um denominador comum permanece revelado - toda verdade, toda doutrina, toda adoração deve ser compreendida e mantida em relação ao Cristo vivo.

Cristo pessoalmente permanece à mão direita do Pai e também à porta do nosso coração através de Seu Espírito Santo. Nós deixamos de experimentar o poder salvador de Deus se fazemos de Cristo simplesmente a memória e a imagem do que Ele foi há dois mil anos, ou fazemos de Sua influência um mero entusiasmo natural, ao invés de ser ela a certeza real de que Cristo está presente conosco e por nós.

Verdadeira confiança e segurança diante de Deus não são gerados por nós mesmos. O perigo é que os homens percam de vista o Cristo vivo que está no santuário em cima. Então o mundo e a carne tornam-se o interesse último do homem. Ele fica propenso a buscar significado e pôr sua inteira confiança nas coisas que finalmente perecerão.

Precisamos crer na interdependência da vida cristã na terra com o ministério de nosso Senhor no Céu. Quão grande é o poder de transformar e o significado da vida, quando olhamos para Aquele que está à direita do Pai, ministrando as riquezas e as bênçãos do Céu para nós que cremos. Só por este meio nos são dispensadas a força, a sabedoria e a verdade que são necessárias ao pecador.

Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. (Romanos 8:5-9).

Obras da Fé -

Muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo! Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. (Hebreus 9:14, 15).
Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. (Hebreus 10:24).

Por crermos em Cristo, nós somos chamados das "obras mortas" para oferecer um serviço vivo a Deus e aos homens. Através da obra de intercessão de Cristo, o serviço do povo de Deus está vivo em fé e amor. É assunto de não pequena consequência saber por qual mérito e motivação vive o cristão uma vida de boas obras. Por Sua intercessão, Cristo supre todas as nossas deficiências e remove toda culpa. Ele não vê "iniquidade em Jacó nem desventura em Israel" (Números 23:21).

As obras são mortas quando feitas afastadas do Deus vivo. A vida espiritual vinda de Cristo as torna verdadeiras obras de fé. Obras mortas são aquelas feitas em um esforço para guardar a lei, e não como uma expressão da vida em Cristo. O cristão unido a Cristo não mais age erradamente, pensando conter méritos e merecer a salvação. Ele age por motivos puros, para a glória de Deus. Ele trabalha no poder do Espírito Santo. Deus não precisa de nossa sabedoria, nossa força, nossa inteligência, nossa suficiência. Entretanto, os homens são sempre tentados a confiar nessas coisas. Quanto mais perto alguém está do poder de Deus, tanto menos falará sobre essas coisas ou gloriar-se-á em possuí-las. Separados de Cristo, nada podemos fazer.

Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos. (João 15:58).

Fé Salvadora - No livro de Hebreus, o qual se centraliza no Filho do homem assentado à direita de Deus no santuário celestial, a palavra "fé" é usada mais de quarenta vezes.

Ora,  a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto ainda fala. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte, não foi achado porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. (Hebreus 11:1-6).

Neste décimo primeiro capítulo de Hebreus, todos os santos de Deus estão alistados e aprovados por Deus porque sua fé triunfou sobre incríveis obstáculos, mesmo ante a morte. "Pela fé" é o único princípio básico destes homens de Israel que centralizaram suas vidas em Deus.

Em contraste com isso está o fracasso dos filhos de Israel no deserto. Descrença ou falta de fé é a única razão dada. Por causa disso e pela consequente desobediência, eles têm sido lembrados em todas as gerações por seus fracassos.

Não endureçais os vossos corações como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, onde os vossos pais me tentara, pondo-me à prova. (Hebreus 3:8 e 9).
E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes? Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade. (Hebreus 3:18, 19).

Fé salvadora não é dizer simplesmente: "Eu creio que Jesus morreu por mim". Verbalizar essa verdade não a torna uma experiência salvadora. A verdade bíblica torna-se salvadora somente quando nós conhecemos a verdade e nos tornamos pessoalmente comprometidos e envolvidos com ela; quando a totalidade da vida é determinada por ela. "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:32).

As grandes verdades da redenção apontam para além da realidade atual e subjetiva. Nós somos salvos pelo Jesus Cristo da história, de Nazaré, da cruz, da ressurreição e do santuário celestial. Cristo é o objeto da nossa fé. Sem Ele, todos os sentimentos subjetivos do mundo não valeriam para a nossa salvação. Não haveria fundamento para a nossa fé.

Ao mesmo tempo, não somos deixados somente com o Jesus da história. Os eventos salvadores de Cristo na história não permanecem meros fatos históricos. Nós experimentamos salvação por meio de uma união pessoal com o Cristo vivo. Ambos são essenciais. O Cristo que viveu na terra e que reina no Céu, e o Cristo que vive em nossas vidas são um e o mesmo. Nós nos identificamos com ambos os aspectos do Filho de Deus. "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente" (Hebreus 13:8). A eternidade não muda o Cristo que nos salvou. Não há outro. Ele é o único que é decisivo para nossa fé e que habita em nossos corações.

A fé recebe este Cristo eterno. Nele somos seus irmãos e filhos de Deus. "Pois todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus" (Gálatas 3:26). Fé envolve confiança, comprometimento, envolvimento, conhecimento e obediência. A fé traz a totalidade da vida sob o poder de Jesus Cristo. Assim poder-se-á dizer que vivemos pela fé. Fé não salva. Somente Cristo salva. Nossa fé simplesmente permite que Cristo nos salve.

Este mesmo Jesus toma a iniciativa, através do Espírito Santo, de dirigir-Se para nós. Fé é a nossa resposta e a nossa recepção a essa iniciativa. Por essa razão, a fé deve ser um ato total e não simplesmente um assentimento mental.

Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. (Colossenses 3:1-3).

Fé e Obediência - Por ser a fé que atua por amor uma responsabilidade total da nossa parte para com o Deus vivo, ela envolve obediência à sua vontade e à Sua Palavra. A Palavra de Deus nos chama à obediência de fé. Esta viva responsabilidade é renovada cada dia em cada situação. Não há parte da vida que não esteja sob o poder dessa responsabilidade para com o Cristo vivo.

Obediência à Palavra revelada é parte da evidência de que a fé genuína. A desobediência rejeita seu domínio sobre nossas vidas. O que Jesus Cristo fez no calvário e está fazendo hoje nunca poderá ser desprezado. A salvação pela fé não é um escape da obediência à lei de Deus. Ao contrário, ela é prova de que nós escolhemos livremente viver em harmonia com Ele em cada ponto indicado em Sua Palavra. Essa é a razão porque a fé está inevitavelmente ligada à Palavra de Deus.

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. (Hebreus 4:12).
E, assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo. (Romanos 10:17).

Um dos presentes perigos da religião é a ênfase dada aos sentimentos interiores e ao êxtase emocional, levando à negligência e ignorância das Escrituras. Os homens do momento buscam no subjetivo ou em si mesmos por evidências de fé e prova de salvação e ficam suscetíveis às vozes incertas que podem surgir na mente humana.

Qualquer apelo ao subjetivo deixa os homens sem nenhuma prova genuína, nenhum critério de verdade, nenhum padrão absoluto de moralidade e guia. O Espírito Santo leva os homens a viverem em harmonia com a verdade da Bíblia e a testemunharem esse ato. Os cristãos não devem ficar contentes com simplesmente alegar possuir o Espírito Santo, separados da Palavra e da obediência a ela. A Palavra de Deus, juntamente com o Espírito Santo, é o instrumento escolhido para desenvolver a fé que salva.

Fé e Conhecimento - A Bíblia constitui o conhecimento básico para a fé. Através das Sagradas Escrituras e de nenhuma outra fonte, nós sabemos quem Jesus Cristo é e o que Ele tem feito. Através da Palavra de Deus nós sabemos o que o Cristo vivo está fazendo em Seu ministério sacerdotal. Por meio desta fonte única, nós sabemos o que é a lei de Deus e o que Deus espera de nós em termos de obediência. Na Bíblia, Deus tem tornado conhecida a Sua vontade, Sua ação salvadora e Seu plano de redenção. O próprio Deus tem revelado tudo isso a nós.

Nada nos escritos e filosofias dos homens, nada nas experiências dos homens nos transmite a Palavra de Deus. Eles admitem que é possível reduzir este conhecimento à compreensão mental e nada mais. Porém Deus procura em nós muito mais do que uma aproximação mental dessas verdades eternas. Em nenhuma parte da Bíblia a compreensão intelectual da Palavra apresenta-se em oposição à fé salvadora. Fé envolve a afirmação intelectual e objetiva da verdade bíblica tanto quanto nosso total empenho em obedecê-la. A fé não só crê no que Deus tem dito, como abre toda nossa vida ao que é revelado aí. Essa é a obediência da fé, que Deus requer para a salvação.

Essa obediência torna-se possível pela atuação do Espírito Santo. Porém o Espírito Santo não destrói nossa liberdade nem nos subjuga. Ele não troca nossa vontade e mente pela dEle. Nós vivemos em união com Ele e sob Seu controle graças à reação totalmente livre da fé. O Cristo vivo anima o ser todo para viver em harmonia com Ele. Nosso conceito de fé salvadora pode ser distorcido, seja por equipará-la a algum êxtase no coração ou um mero assentimento mental aos fatos relacionados com Deus e Cristo nas Escrituras.

Identificar a fé com experiência interior significa expor-se alguém às decepções, das quais muito se tem visto nos modernos reavivamentos. Nós não somos convidados a buscar excitação emocional a qual possa ser identificada como a presença de Deus. Também não somos chamados a tentar encontrar a Deus em nossa vida interior e assim fazermos dEle motivo de jactância. Nós não damos testemunho de algum sentimento interior ao qual chamamos Deus. Nós somente podemos testificar de um Cristo vivo da história e da eternidade. Como e quando Cristo vem à nossa vida interior é Seu assunto. Nós não podemos esforçar-nos na espera de um irresistível sentimento para que estejamos certos disso. Não podemos insistir que cada pessoa passe pela mesma experiência como prova de sua fé. Nossa certeza está ligada ao Cristo eterno que Se tornou homem; ao Filho de Deus que morreu e que ascendeu aos lugares celestiais por nós. Nossa âncora está firmada no trono de Deus, não na experiência humana.

Nós podemos testemunhar do poder salvador de Cristo, do que Ele fez e está fazendo por nós, porém a fé salvadora não está aí. A fé que salva volta-se sempre para Cristo e para a Palavra de Deus. A fé é uma reação total a esses grandes fatos e às verdades reveladas, as quais permanecem verdadeiras a despeito do que possam homens e mulheres experimentar. Não há, na fé que salva, algo como ter o Espírito separado da Palavra de Deus.

Porque também a nós foram anunciadas as boas novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé, naqueles que a ouviram. (Hebreus 4:2).

Hoje nós necessitamos de um amplo reavivamento do verdadeiro cristianismo. Isto envolveria um reavivamento do estudo da Bíblia e das grandes verdades dadas a nós por revelação de Deus. A fé que salva possui um fator doutrinário objetivo. Isso exige um retorno às verdades da Bíblia e nunca um afastamento delas. Os homens tendem a concentrar-se muito na experiência íntima, e muito pouco no Deus vivo. Por essa razão, muitas das religiões tendem a oscilar o pêndulo para o êxtase e a excitação emocional.

Os santos mencionados no capítulo onze de Hebreus não tinham mais nada a seguir a não ser a pura Palavra e a realidade do Deus vivo.

Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem pela fé. Pela fé, Abraão, quando chamado obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança, e partiu sem saber aonde ia. (Hebreus 11:7 e 8).
Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé, ele abandonou o Egito, nem ficou amedrontado pela cólera do rei; antes permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. (Hebreus 11:23-27).

Em nenhuma ocasião estes homens de Deus apelaram a si mesmos. Eles se voltaram para o Deus vivo que atua na história independentemente dos sentimentos do homem. Eles confiaram-se moral e espiritualmente à revelação de Deus. Isto não é desprezar os frutos do Espírito, que são: amor, alegria e paz. Porém emoção e excitação podem decepcionar-nos abertamente e nos tornar tolos. Elas frequentemente o fazem. Cristo nunca! Os homens lutam por chegar a uma sensação de paz, alegria e amor, pela autoconcentração. As pessoas que assim fazem tentam levar sua religião aos extremos e provam a veracidade dela pelo que sentem. Nós necessitamos de um genuíno envolvimento com Cristo e um radiante testemunho deste fato. Não há substituto para isso. Fé em Deus é a mais poderosa força na vida, porém somente porque é o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que vem em resposta à nossa fé.

Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o auto e consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. (Hebreus 12:1 e 2).



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