Nosso Sumo Sacerdote - 7. Julgamento Segundo as Obras


Por Edward Heppenstall

A Bíblia afirma que o julgamento é invariavelmente de acordo com as obras.

Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade, contra os que praticam tais coisas. Tu, ó homem, que condenas aos que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? Ou desprezas a riqueza de sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada segundo o seu procedimento. (Romanos 2:2-6).
Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tinheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. Ora, se invocais como Pai a aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação. (I Pedro 1:14-17).
Assim foi apresentado à visão do profeta o grande e solene dia em que o caráter e vida dos homens passariam em revista perante o Juiz de toda a Terra, e cada homem seria recompensado "segundo as suas obras". - O Grande Conflito, p. 519.

A essa altura alguém pode perguntar: Se o homem deve ser salvo pela graça e pela justiça de Cristo, por que, então, o julgamento é segundo as obras dos homens? Que lugar teriam as obras no juízo? Por que não decidir em função do relacionamento do homem com Deus e deixar assim? Além disso, se o juízo é segundo as obras, não requer isto que a vida seja devotada a boas obras de preferência a dedicar-se alguém ao relacionamento com Deus? Isto não nega a salvação unicamente pela graça e torna sem efeito o perdão de Deus?

A Bíblia diz duas coisas sobre as obras: Primeira, a salvação não é possível pelas obras. "Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus." (Gálatas 2:16). "Porque pela graça sois salvos mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras para que ninguém se glorie". (Efésios 2:8 e 9, ver também Romanos 4:2, 4, 5; 9:31, 32; 11:6).

Segunda, boas obras são uma parte essencial da vida cristã e um elemento básico para o reto juízo de Deus. "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2:10). "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas e obras e glorifiquem a vosso Pai que está no céu" (Mateus 5:16; ver também I Pedro 2:11 e 12; Tito 1:11; Romanos 13:12-14; Efésios 5:1-11). "A fé sem obras é morta" (Tiago 2:20).

As boas obras não são, de maneira alguma, opostas ao evangelho; elas são parte dele. Somente quando as obras são encaradas como meio de obter méritos diante de Deus e alcançar a salvação é que elas ficam em desacordo com a salvação pela graça. As boas obras constituem uma parte essencial da vida cristã genuína e formam a base para o reto juízo de Deus, Infelizmente, muitos professos cristãos recusam dar às obras o seu devido lugar na salvação pela fé. Estas pessoas dizem efetivamente: "As obras não importam. Tudo o que Deus requer é fé e amor. Só importa o que você crê".

Juízo de acordo com as obras significa juízo tanto segundo a lei quanto ao evangelho.

Pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás, também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. Falai de tal maneira, e de tal maneira procedei, como aqueles que hão de ser julgados pela lei a liberdade. (Tiago 2:10-12).
Assim, pois, todos os que pecaram sem lei, também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram, mediante a lei serão julgados. Porque os simples ouvidores da lei não são justificados diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Quando, pois, os gentios, que não tem lei, procedem por natureza de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei, gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a consciência, e os seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se; no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho. (Romanos 2:12-16).
Se me amais, guardareis os meus mandamentos. (João 14:15).
Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos. (I João 5:3).

Não há nada vago, obscuro ou inconsistente com respeito a estas passagens. A exigência é obedecer aos mandamentos. O amor é o cumprimento da lei, não sua negligência ou negação. O amor cumpre a lei da verdade, da honestidade, da pureza. O amor ou a fé que despreza a lei de Deus leva o homem a seguir seus próprios impulsos, Esses textos são um protesto contra tal emocionalismo em religião. No juízo, Deus exigirá que nós prestemos conta de nossa mordomia a fim de que o verdadeiro cristão possa depor o tesouro de um caráter semelhante a Cristo a Seus pés - não para obter méritos nem por ostentação diante dos homens, mas com o objetivo de ser semelhante a Ele quando Ele aparecer.

Não há nada que destrua tão completamente o relacionamento do homem com Deus como a desobediência. O juízo é uma ocasião para fazer separação entre os salvos e os perdidos. O pecado separa o homem de Deus, com todas as sérias consequências de estar perdido. Perante Deus, nenhum pecado pode tornar-se inconsequente ou ser abandonado como irreal. A promessa de Deus de lançar nossos pecados nas profundezas do mar uma vez que nos arrependamos não relega o pecado ao completo esquecimento. Paulo, escrevendo sobre o juízo, disse que Deus "não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus" (I Coríntios 4:5). "Manifesta se torna a obra de cada um; pois o dia a demonstrará" (I Coríntios 3:13). Em última análise, a Bíblia afirma que o juízo é segundo as obras, quer seja para a aprovação, quer seja para a desaprovação. O cristão que em fé e amor tem guardado a Palavra e os mandamentos de Deus receberá o veredito de aprovação. Um professo cristão que por sua vida e obras na terra tem servido ao mal receberá o veredito de desaprovação. Seu nome será apagado do livro da vida.

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. (Mateus 7:21).

O Deus que julga de acordo com as obras não está ocupado em operar um sistema de méritos e deméritos. O cristão que participa da vida de Cristo colherá os frutos dessa vida.

Além disso, o crucial e decisivo a respeito das obras é que elas envolvem o homem todo. Elas formam uma base clara de evidências no juízo. A inclinação da mente e da vida é mais evidente pelas obras e feitos do homem, do que simplesmente pelos pensamentos da mente humana. Isto não nega a seriedade de uma mente pervertida ou uma consciência cauterizada. Mas as obras revelam uma permanência, a extensão do envolvimento de um homem com o mal. Elas mostram quão longe o homem tem ido. As obras ocupam um homem mais do que seus pensamentos, assim como um construtor que faz os planos e então constrói a casa.  Ele transforma seus pensamentos e suas ideias em obras que constroem a casa, o que requer do homem mais envolvimento do que esboçar os planos. As obras tomam mais do tempo de um homem, suas energias, e revelam a natureza de empenho, seja ele bom ou mau.

As ações são melhores ou piores que as ideias. O ato de adultério traz, inevitavelmente, consequências que nada poderá erradicar. Os pensamentos sensuais, conquanto ainda condenados por Deus, podem ser detidos antes que a ação produza seus tristes frutos. Um adultério atual prejudica vidas, mais do que a cobiça. O roubo é mais desastroso em seus efeitos que a ganância. O efeito das obras excede igualmente o simples desejo de fazer o bem. Dedicar a vida a fazer o bem mostra muito mais realidade cristã do que desejar fazê-lo. Pensamentos de amor são bons para aqueles que os têm, mas atos de amor produzem relacionamento de amor. Por outro lado, pensamentos de sensualidade ou ódio podem perturbar a alma por horas ou dias; porém atos sensuais e ações de ódio desfiguram também a vida daqueles que estão próximos deles, às vezes por anos. Vidas são arruinadas permanentemente. O testemunho de boas ou más obras, a indicação clara das escolhas que um homem fez ou fará, inevitavelmente determinam seu destino no tribunal de Deus.

No juízo, as obras são, portanto, a medida da vida inteira. Um homem que é continuamente desobediente à vontade de Deus fornece mais claras e conclusivas evidências de seu total envolvimento, do que o fazem seus pensamentos sem ação e sem obras. É por isso que as obras são tão importantes no juízo.

O exercício e a prática da devoção são melhores do que ideias de devoção. Os atos de adoração são uma melhor indicação do que um homem é, religiosamente falando, do que é o mero desejo de prestar culto; pois a prática disto serve para mudar um homem à imagem de Deus e a vida é assim purificada pela Sua presença. Um conhecimento da oração e o desejo de orar que não leve à prática da oração, logo morrerá. Desejar a Palavra de Deus e ainda deixar de estudá-la é insuficiente diante das necessidades espirituais da lei. É a obra, a ação, o que verdadeiramente compromete a pessoa.

Quando é entendido o fato de que o juízo é segundo as obras, e, portanto, envolve o homem todo, não há lugar para os ensinos contrários, que buscam ab-rogar a lei de Deus. Na presença de Cristo e sob a influência do Espírito Santo, a desobediência à vontade de Deus é inconcebível, pois em Cristo nunca houve desonestidade nem impureza.

"Direito à Árvore da Vida"

Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras, para que lhes assistam o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira. (Apocalipse 22:14 e 15).

Esse texto fala de aptidão para o reino de Deus. O juízo determinará tal aptidão. Uma determinada qualidade de vida é requerida, em contraste com aqueles que serão finalmente condenados.

Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça. Por esta razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por ser achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis. (II Pedro 3:13 e 14).

O evangelho é salvação do pecado. Cristo salva o pecador. Tal salvação, aqui e agora, torna o cristão apto para o reino de Deus. Aqueles que irão possuir o reino são os que obedecem a Deus. O tempo de preparo é agora. Quando o nome de alguém surgir diante da corte celestial, o caso será decidido. Os cristãos estão continuamente sendo renovados em santa obediência e conformados à imagem do Filho de Deus. Por suas vidas estabelecem o direito e a aptidão de habitar na cidade de Deus.

O direito ao reino depende, em certo sentido, da obediência do homem aos mandamentos. A vida que vivermos agora é de vasta importância e significado no juízo agora em andamento. O direito do povo de Deus ao reino não está baseado em suas obras de fé e amor. Tal direito foi conquistado por Cristo. Porém obediência através do Espírito manifesta em obras de fé, prova que eles possuem esse direito.

As obras da fé revelam que Cristo é verdadeiramente o Senhor. Ao preparar-se para o juízo e o reino, o cristão é dirigido pelo único propósito de honrar e obedecer a Cristo. Deus requer tal qualificação na vida do crente. Uma preparação adequada é necessária à prática da medicina. A tarefa dessa profissão é praticar eficientemente. A tarefa da vida cristã é viver uma vida de boas obras e de obediência à vontade de Deus. Essas obras não obtém mérito. Deus não confere vida eterna baseado em nossa obediência. Porém isto é o início de uma vida aqui e agora, que continuará no além. A vida cristã está em harmonia com a vida a ser vivida além. Há uma afinidade e semelhança entre elas. O juízo determinará a habilitação de um homem para o reino.

Obviamente, a habilitação de um homem deve ser determinada antes que Cristo volte. Se a vida de um homem não foi mudada aqui e agora, então será muito tarde. Se um homem não tem prazer na lei do Senhor agora, ele não o terá então. Se um homem não se submeter a Cristo aqui, ele rejeitará o governo soberano de Cristo então. O juízo pré-advento revelará se um homem se tornou habituado aqui à vontade de Deus; se ele ama a luz mais do que as trevas. O livro de registros manifestará se um homem construiu sua casa sobre a areia ou sobre a rocha. Qualquer vida que não esteja edificada sobre Cristo será condenada. No juízo, Cristo não pode proclamar um veredito contrário aos fatos. Deus traz as obras de amor e obediência do homem à luz perante a corte do Céu. Perante uma multidão de testemunhas, o fiel e obediente filho de Deus será vindicado. Para isto tem o amor de Cristo trabalhado, por isto tem sua graça sido manifestada e aplicada - tudo isso para que Ele pudesse transformar pecadores à Sua semelhança e habilitá-los para a nova terra onde há somente justiça.

Devido à justiça perfeita de Cristo, o crente é livre da maldição e da condenação da lei, porém não da obediência a ela. Fé não anula a lei.

Dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. [...] Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. (Apocalipse 14:7 e 12).

O cristão deve ser ao máximo de suas habilidades semelhante ao seu Mestre. Ele glorifica a Deus por devotada e amorável obediência. É inconcebível que onde Cristo magnificou e honrou a lei por Sua obediência perfeita (Isaías 42:21) o cristão desonre pela desobediência.

Lealdade a Deus é essencial. Obediência por amor honra a Deus. Desobediência desonra-O. O juízo declarará isto. Todos os seres criados por Deus devem estar seguros em sua posição. Deus não pode arriscar outra catástrofe tal como a que o mundo tem enfrentado por quase seis mil anos. Fé que opera por amor é uma escolha clara entre Deus e qualquer outro deus, uma escolha entre honestidade e desonestidade, entre pureza e impureza, obedecer aos mandamentos ou desobedecê-los. A vontade e os mandamentos de Deus não são ambíguos. Deus não entra em argumentação para provar Sua posição. As exigências de Deus não são impossíveis sob o evangelho e sob o poder do Espírito Santo.

Cada qual tem um caso pendente no tribunal de Deus. Cada um há de defrontar face a face com o grande Juiz. Quão importante é, pois, que todos contemplem muitas vezes a cena solene em que o juízo se assentará e os livros se abrirão, e em que, juntamente com Daniel, cada pessoa deve estar na sua sorte, no fim dos dias. - O Grande Conflito, p. 528.
Vai alta a noite e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissolução, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante as suas concupiscências. (Romanos 13:12-14).

Quão difícil é avaliar a moralidade e espiritualidade como a Bíblia as expõem. Reconheçamos que o legalismo não é a solução e nunca o foi. A Bíblia é plenamente clara a respeito disto. A igreja logicamente deveria protestar contra uma religião legalista. Porém que diferença há entre você guardar a lei de Deus ou transgredi-la! Que grande abismo entre as obras da carne e os frutos do Espírito (ver Gálatas 5:19-25).

Os cientistas nunca cessam de proclamar a grandiosidade e a segurança das leis naturais - as leis que regem as estrelas, a terra, o homem físico. Quanto mais verdadeiras e seguras são as leis morais e espirituais de Deus. "Portanto, a lei é santa, e o mandamento, santo, justo e bom" (Romanos 7:12).

Através do mundo todo, a igreja depara-se com o abrandamento do código moral. O amor é tudo que precisamos, dizem-nos. A lei de Deus produz constrangimento e causa desconforto às pessoas. Assim, para a maioria, quanto menos se fala da lei de Deus, tanto melhor. Os cristãos concordam que o amor deveria ser a força motivadora de toda obediência. Entretanto, em um tempo em que são feitos ataques abertos à lei de Deus como tendo pouca ou nenhuma validade hoje, os homens precisam ver que a transgressão da lei de Deus ainda é pecado. Desobediência sempre significa escravidão, desgraça, sofrimento e morte. Sob o pretexto de aumentar nossa liberdade, somos desprovidos dela. Nós somos vendidos como escravos. Quão tola é a uma criatura ao entrar em discordância com seu Criador a respeito de Sua lei e de Seu evangelho. Ambos são uma expressão do eterno caráter da justiça e do amor de Deus para com todos os seres criados.

A possibilidade de um veredito divino a favor ou contra nós é uma clara realidade no juízo.

Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? (I Pedro 4:17).

A lei de Deus não contém nada que não seja recomendável ao entendimento, coração, consciência e à vida do cristão. Reconheçamos que a condenação do pecado é atenuada pela clemência divina para aqueles que se arrependem. O padrão moral de Deus é eterno e universal. Não há nenhuma revogação de Seus mandamentos. Rejeitá-los, violá-los, queimá-los com fogo, escondê-los, tudo pode ser feito, mas lembre-se de que não há escape da servidão, do fardo, da ansiedade e da culpa que o pecado produz. O pecado é ainda o mais negro problema do homem. Se você não vem a Cristo para perdão e purificação, as necessidades básicas da vida nunca poderão ser satisfeitas. A enfermidade da alma não pode ser resolvida por um código moral diferente ou atenuado. Se você quer encontrar saúde e poder para obedecer aos mandamentos, você precisa buscar o auxílio de Deus em Cristo. Vivendo em comunhão com Ele, você achará o jugo da lei suave e o seu fardo, leve.



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