O perigo de uma contrafação do evangelho



O fato de nosso Salvador, através do Seu servo João, usar a expressão "evangelho eterno" em Apocalipse 14:6, representa para nós uma advertência quanto à possibilidade de falsificação da verdade no momento em que ela é mais necessária, ou seja, no tempo do fim.

Diante das sutis filosofias religiosas que afastam da fé apostólica e da sã doutrina, o poder do evangelho eterno, demonstrado no ensino e na prática da verdade, é, sem dúvida alguma, a única proteção do crente contra o poder do engano.

A Escritura enfaticamente declara:

Toda a Palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam. Nada acrescentes às suas palavras para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso. (Provérbios 30:5-6)

A propósito desta advertência, Ellen G. White escreve:

Todos os que exaltem  suas próprias opiniões acima da revelação divina, todos os que mudem o sentido claro das Escrituras para acomodá-lo à sua própria conveniência, ou pelo motivo de se conformar com o mundo, estão a trazer sobre si terrível responsabilidade. A Palavra escrita, a lei de Deus, aferirá o caráter de todo homem, e condenará a todos a quem esta infalível prova declarar em falta. (O Grande Conflito, 19ª edição, p. 266).

Em vista disso, é preciso considerar se nossa experiência religiosa está em harmonia com o verdadeiro evangelho de Cristo, ou se reflete apenas nossas impressões e sentimentos pessoais sobre a verdade.

Provar a consistência e a validade de nossas convicções e práticas religiosas, segundo o exemplo deixado por nosso Salvador (Mateus 4:4, 7 e 10; João 7:17), é exercer um cristianismo inteligente e legítimo. Não podemos permanecer seguros depositando nossa confiança nas aparências (ver II Coríntios 11:13-15).

O próprio Senhor Jesus fez solenes exortações acerca dos muitos enganos que prevaleceriam nos últimos dias. Em Mateus 24:23 a 25, Ele declara:

Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito.

As palavras de Jesus não deixam margem para dúvida. Se os próprios escolhidos podem ser enganados, devemos concluir, então, que se trata de uma mentira tão semelhante à verdade que pode ser facilmente confundida com o original.

Que espécie de mentira é capaz de enganar até mesmo os discípulos de Cristo?

A contrafação da verdade não é um fenômeno que se manifesta em um único ato. Consiste em um processo sutil pelo qual é suprimida a habilidade individual de discernir entre o que é verdadeiro e o que é falso. Quando o senso da verdade é finalmente removido, a mentira se torna o padrão pelo qual tudo é medido.

A negação do conceito da verdade é a prova definitiva de que a mentira se tornou o novo parâmetro. Uma vez suprimida a verdade, as pessoas ficam mais susceptíveis aos sinais e maravilhas de que nos advertiu Jesus, os quais podem ser usados como "prova" de qualquer "verdade" que se queira invocar em favor de uma crença ou filosofia religiosa.

Diante do fato de que Satanás pode apresentar uma contrafação da verdade valendo-se de nossos sentidos, a adoção da religião popular, de forte apelo sensorial e emocional, torna-se potencialmente perigosa.

Embora os falsos evangelhos careçam da luz da verdade, os fiéis só poderão distinguir entre a luz e as trevas se atenderem à exortação da Testemunha fiel e verdadeira, que aconselha os crentes de hoje a ungirem os olhos com o colírio divino, símbolo da obra do Espírito Santo (Apocalipse 3:18; João 16:8-11 e 13).

A importância da verdade em um tempo de crise


Apesar das condições alarmantes de nosso tempo, há uma procura consistente pela verdade, um reconhecimento de que ela é perfeitamente identificável e absolutamente necessária.

Naomi Wolf observa, por exemplo, que a verdade é essencial em uma sociedade aberta. Ela escreve que "a democracia depende de um acordo social tão óbvio que normalmente não é dito: existe uma coisa chamada verdade... A democracia depende de confiança e requer que possamos distinguir mentira e verdade. Para isso nós todos precisamos concordar que a verdade faz diferença." (O Fim da América: cartas a um jovem patriota norte-americano. Rio de Janeiro: Record, 2010, p. 189).

Argumentando contra o relativismo, Guy Durandin assinala que as noções de verdade e mentira são aplicáveis a um número considerável de casos, e seria simplista renunciar a elas sob o pretexto de que a realidade é, em outros casos, complexa e difícil de conhecer. Ele observa ainda que o abandono da ideia de verdade às vezes leva aos piores abusos, pois, sob a capa do relativismo, pode-se afirmar qualquer coisa (As Mentiras na Propaganda e na Publicidade. São Paulo: JSN, 1997, p. 23).

Em uma sociedade complexa como a nossa, a verdade é um artigo indispensável. Nosso bem-estar, segurança e sobrevivência dependem da verdade.

A firmeza e solidez de uma estrutura ou a eficácia e segurança de um produto dependem de normas e processos que sejam verdadeiros. A verdade também é exigida nas transações comerciais e financeiras, na política, nos processos e decisões judiciais, no diagnóstico e tratamento de doenças, nas relações trabalhistas e pessoais.

É através da verdade que Deus se comunica conosco, revelando-nos seus propósitos eternos mediante Seu Filho (Hebreus 1:1-2).

Com efeito, Jesus não é um aspecto ou um ramo da verdade. Ele é a própria verdade (João 14:6). E o Espírito da verdade, que o Senhor prometeu aos que O amam, guiará os homens em toda a verdade (João 16:13; Atos 5:32).

Como Edward Heppenstall observa em seu livro Nosso Sumo Sacerdote, o mundo de hoje está passando por um período de mudança revolucionária. A demanda é por um reajustamento radical de todo pensamento e vida. Duas forças lutam pelo domínio sobre os homens - Cristo e Satanás.

As forças prevalecentes no lado satânico estão marcadas pelo pensamento desleal, pela rejeição a uma moral que restrinja e discipline e pela apostasia religiosa, afastando-se da Palavra de Deus. As vozes que falam por Deus procuram chamar o homem de volta ao Cristo vivo e à Sua Palavra.

Em vista das alarmantes condições de nosso tempo, é urgentíssimo voltarmos à verdade eterna de Deus. Unicamente essa verdade sobrepujará as trevas.

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3 Comentários

  1. Artigo espetacular !!! muito bom !!! realmente Deus é verdade e meu ponto de vista não seve como referência !!!!

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    1. Obrigado, Chris! Realmente devemos viver em função da verdade revelada de Deus. Esse é o sentido do verdadeiro discipulado.

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