O efeito das escatologias jesuítas na América – 3. A Bíblia fala de conspirações

Alguns crentes na Bíblia repudiam toda a ideia de conspiração porque dizem crer em um Deus soberano que controla a história. A Bíblia chama Satanás de deus deste mundo, porque milhões de pessoas o adoram e seguem sua sabedoria. Isso não significa que Satanás triunfará sobre Deus. Certamente não. Mas seu esforço é real e histórico. A grande apostasia é real, mesmo que não tenha êxito final.

A guerra contra Satanás ainda precisa ser travada. A verdade deve ser proclamada de maneira a vencer Satanás e a todos os seus falsos profetas, muitos dos quais trabalham na igreja visível para enganar, se possível, os próprios eleitos. Segundo o apóstolo Pedro, os falsos mestres estão na igreja, assim como os falsos profetas estavam em Israel. Deve-se ensinar a verdade para que os esforços de todos os falsos profetas sejam frustrados.

No livro de Jeremias, a Palavra de Deus revela que os falsos profetas clamavam paz quando não havia paz. Esse é um traço que identifica um falso profeta. Esses falsos profetas estavam envolvidos em uma conspiração contra Deus:

"O Senhor me disse (a Jeremias) que se achou uma conspiração entre os homens de Judá e entre os habitantes de Jerusalém. Voltaram às iniquidades de seus antepassados, que se recusaram a ouvir as minhas palavras, e se foram após outros deuses para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá quebraram a minha aliança que fiz com os seus antepassados. Portanto, assim diz o Senhor: Eis que trarei o mal sobre eles, do qual não poderão escapar."

A palavra hebraica traduzida aqui como conspiração é QESHAR, da raiz QASHAR, que significa fazer uma liga, unir-se, conspirar para cometer traição; portanto, refere-se a qualquer aliança, confederação ou conspiração ilegal. Essa palavra hebraica é empregada em Ezequiel 22:25:

"Filho do homem, dize-lhe (a Israel): Tu és a terra que não será purificada, nem receberá chuva no dia da indignação. Há uma conspiração de seus profetas no meio dela, como um leão que devora, despedaçando a presa; eles devoram as almas; eles tomam tesouros e coisas preciosas; multiplicam as suas viúvas no meio dela.

"Os seus sacerdotes violaram a minha lei, profanaram as minhas coisas santas; não fizeram diferença entre o santo e o profano, nem entre o limpo e o imundo; e esconderam os seus olhos dos meus sábados, e fui profanado no meio deles. Os seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa para derramarem sangue e destruírem almas, a fim de obterem lucro desonesto. E os seus profetas lhes encobrem isto com cal por visões falsas, predizendo mentiras e dizendo: Assim diz o Senhor, sem que o Senhor tenha falado." (Ezequiel 22:24-28).

Aqui havia uma conspiração para profanar o santo, não fazer diferença entre o limpo e o impuro e fingir falar em nome do Senhor, quando Ele não havia falado, divulgando assim mentiras. Sem dúvida, essa descrição também se aplica à grande meretriz de Roma, que não faz diferença entre o limpo e o impuro e profana o que é santo.

O Homem do Pecado de Roma também finge falar em nome do Senhor Jesus Cristo, quando, na verdade, ele é o grande enganador da humanidade. Em seus escritos, Malachi Martin tem algumas críticas ao sistema católico moderno, mas ele não critica o ofício do papado. Ele acredita que o papado foi instituído por Deus e que todos os papas de Roma descendem do apóstolo Pedro e que eles detêm os poderes investidos pela Tríplice Tiara, colocada em sua cabeça pelo cardeal diácono, acompanhada das palavras:

"Recebei a tiara com três coroas e sabei que sois Pai dos príncipes e dos reis, Governador do mundo, Vigário de nosso Salvador Jesus Cristo, a quem seja honra e glória, para todo o sempre, Amém."

De acordo com o dicionário católico, a primeira coroa simboliza o "episcopado universal" do papa; a segunda, sua "supremacia de jurisdição"; e a terceira, sua "supremacia temporal".

O Homem do Pecado Papal reivindica mais poder e autoridade do que qualquer outro homem no mundo. Ele afirma ser o CHEFE da Igreja Universal, o árbitro supremo da humanidade e o governante soberano dos reinos do mundo. Na verdade, "ele se assenta em seu templo como 'deus'", afirmando e mostrando a si mesmo "que é deus". Malachi Martin chama o papa, sobre o qual ele estava escrevendo em THE KEYS OF THIS BLOOD [As chaves deste sangue], de "SERVO do GRANDE PLANO de Deus", no jogo do fim do milênio, que ele viu surgir no mundo à medida que o século XX terminava. O crente na Bíblia vê o Homem do Pecado Papal como o servo de um plano muito inferior ao grandioso e que, de fato, promove A MENTIRA em vez da verdade. É interessante notar as semelhanças entre a conspiração revelada em Ezequiel e a mencionada no Apocalipse. Pois ambas falam de príncipes que devoram almas, e de mercadores que negociam as almas dos homens, e de tesouros e riquezas que perecem com a queda da Grande Meretriz Babilônica.

As conspirações em Israel são reveladas pelos escritores inspirados do Antigo Testamento. Tratam-se, pois, de conspirações reais. As Escrituras também revelam, no Salmo segundo, que os governantes do mundo conspiram contra o Senhor e contra Seu Ungido – o Cristo. Portanto, novamente a Palavra do Senhor revela a inimizade, a rebelião e a conspiração dos governantes do mundo contra o Senhor Jesus Cristo.

No Novo Testamento, as Escrituras revelam mais uma vez a presença de um sistema mundial que se opõe à verdadeira Igreja – Mistério: Babilônia, a Grande. Por meio do trabalho dos jesuítas, essa grande conspiração contra a Igreja verdadeira é adiada para o futuro e, portanto, removida da história, ou se diz que ela surgiu no primeiro século e depois desapareceu no ano 70 d.C. Esse ponto de vista também foi apresentado pela primeira vez pelos jesuítas. Em todo caso, para os jesuítas, Babilônia, a Grande, não faz parte da história da igreja.

Os reformadores protestantes acreditavam que o catolicismo era a espinha dorsal dessa grande conspiração contra a Igreja verdadeira. Os puritanos, muitos dos quais também viam o catolicismo como a base da Babilônia, a Grande, acreditavam que os jesuítas eram a força por trás da Contrarreforma e, portanto, os maiores conspiradores contra o protestantismo bíblico histórico.

Os jesuítas, por outro lado, sempre negaram muitas das acusações feitas contra eles pelos protestantes. Em tempos recentes, sua história sórdida foi completamente apagada da mente do público, e eles agora são considerados alguns dos melhores e mais amorosos líderes do movimento ecumênico moderno.

A Bíblia ensina que há uma grande conspiração apóstata contra a igreja verdadeira. Esse grande conglomerado apóstata é formado por muitos males e pessoas más. As Escrituras dizem:

"Vi uma mulher sentada sobre uma besta de cor escarlate, repleta de nomes de blasfêmia, que tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas, tendo na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição; e na sua testa estava escrito um nome: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA. E vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus; e, quando a vi, maravilhei-me com grande espanto." (Apocalipse 17:3-6).

"E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra." (Apocalipse 17:18).

"E ele (o anjo) clamou com grande voz, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, a Grande, e se tornou morada de demônios, e guarida (prisão) de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e detestável. Porque TODAS as nações beberam do vinho do furor da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela, e os mercadores da terra se enriqueceram à custa de sua luxuria." (Apocalipse 18:2-3).

Aqui, a Bíblia descreve a realidade histórica, não apenas um cenário do fim dos tempos. Ela descreve a tentativa do mundo de unir suas falsas religiões em uma só. O povo de Deus é instruído a se separar desse conglomerado religioso, que começa em uma grande cidade e se estende aos governantes e comerciantes da Terra. Todos eles se unem à grande meretriz em adoração idólatra. Durante séculos, os jesuítas estiveram envolvidos na tentativa de derrubar a igreja verdadeira e trazer o mundo inteiro para essa habitação de atividade demoníaca.

O movimento ecumênico moderno também é parte da conspiração jesuíta. Eles têm trabalhado no movimento ecumênico há anos. Recentemente, têm trabalhado com os evangélicos ou, pelo menos, com os que professam ser evangélicos. O povo de Deus não deveria trabalhar com os inimigos do evangelho. Contudo, é um fato inegável que muitos o fazem. Veja o recente envolvimento dos evangélicos com os católicos no ECT (Evangélicos e Católicos Juntos) I e II, que também incluiu a participação de vários jesuítas.

Trabalhar com os inimigos do Senhor não é algo novo. Vemos esse tipo de atividade revelada no Antigo Testamento, desde os dias de Josafá, rei de Judá. A Palavra inspirada de Deus revela a atividade traidora de Josafá:

"Ora, Josafá tinha riquezas e honra em abundância, e aparentou-se com Acabe. E Josafá, rei de Judá, voltou em paz para sua casa em Jerusalém, e Jeú, filho de Hanani, o vidente, saiu ao encontro do rei Josafá e lhe disse: Devias tu ajudar os ímpios e amar aqueles que aborrecem o Senhor? Portanto, a ira do Senhor está sobre ti." (II Crônicas 18:1 e 19:1-2).

Josafá é um exemplo de um homem que fez muitas coisas certas e, ainda assim, trabalhou com os inimigos de Deus. Ele certamente apresenta o Deus da Bíblia em sua oração, quando diz:

"Ó Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus no céu e não dominas sobre todos os reinos das nações? E na tua mão não há poder e força, de sorte que ninguém te pode resistir? Não és tu o nosso Deus, que expulsaste os habitantes desta terra de diante do teu povo, Israel, e a deste à descendência de Abraão, teu amigo, para sempre? E habitaram nela, e edificaram um santuário ao teu nome, dizendo: Se, quando nos sobrevier algum mal, como espada, juízo, peste ou fome, estivermos diante desta casa e na tua presença (pois o teu nome está nesta casa), e clamarmos a ti na nossa aflição, então tu nos ouvirás e nos socorrerás…"

Quando Josafá ora, o Senhor lhe garante uma resposta.

"Assim vos diz o Senhor: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, porque a peleja não é vossa, mas de Deus." (II Crônicas 20:6-15).

Portanto, a Bíblia revela que Deus está acima de todos os reinos das nações e que Ele intervém em favor de seu povo e luta por eles contra seus inimigos. Pois ele lhes diz que não precisarão lutar nessa batalha; preparem-se, fiquem parados e vejam a salvação do Senhor.

Aqui vemos que Jeú, filho de Hanani, saiu para encontrar Josafá e lhe disse:

"Por que você ajuda os ímpios, e por que ama os que aborrecem o Senhor? Portanto, há ira – a ira de Deus – sobre ti da parte do Senhor, porque estás agindo contra a vontade de Deus."

Assim sendo, homens piedosos podem se envolver na causa de homens iníquos e daqueles que aborrecem o Senhor.

Essa é a razão por que que a Bíblia ensina a separação de todos os envolvimentos ímpios. É por isso que há tanta confusão hoje. Os homens piedosos não obedecem ao Senhor e não se separam daqueles que O aborrecem. Portanto, milhões de pessoas seguem seu exemplo de confusão, a qual é chamada Mistério: Babilônia, a Grande. De fato, é um mistério que homens piedosos se envolvam com aqueles que aborrecem o Senhor. E a CONFUSÃO gerada é GRANDE. Ela é generalizada.

Quando o chefe da Aliança Evangélica Mundial, o Dr. Tunnicliffe, afirma que está engajado no diálogo ecumênico com o catolicismo, ele demonstra a confusão da qual a Bíblia fala. Diz-se que essa Aliança representa cerca de meio bilhão de evangélicos. De modo que a confusão é generalizada e milhões de pessoas estão obviamente envolvidas em um amálgama profano com aqueles que aborrecem o Senhor.

Em Edimburgo, na Escócia, no ano de nosso Senhor de 2010, todos os tipos de incredulidade e compromissos foram representados na celebração do centenário da primeira conferência de Edimburgo, em 1910. Havia batistas, católicos, presbiterianos, metodistas, reformados, pentecostais e adventistas do sétimo dia, todos reunidos com todos os tipos de escolas e organizações "evangélicas". O evangelismo ecumênico reuniu quase todo tipo de denominação, igreja, organização e instituição acadêmica que se autodenomina "cristã".

De acordo com o Dr. Ralph Colas, Secretário Geral do Conselho Americano de Igrejas Cristãs, essa conferência incluiu as seguintes escolas, igrejas e sociedades:

Perkins School of Theology; Catholic Theological Union, Chicago; Missionários de Maryknoll (católicos); World Evangelical Missions Commission; St. Thomas University; Aliança Mundial de Igrejas Reformadas; Igreja Adventista do Sétimo Dia; Agape International Missions; Aliança Mundial Batista; Seminário Teológico Asbury; Seminário Teológico Fuller; Seminário Teológico Gordon-Conwell; Conselho Mundial e Conselho Nacional de Igrejas dos EUA; Jovens com uma Missão; Universidade Fordham (jesuíta); Igreja do Evangelho Pleno Yoido; Federação Luterana Mundial; Igreja Batista Americana, EUA; Saint Paul School of Theology; Churches Together in Britain and Ireland; Vanderbilt University; Assemblies of God; Tyndale Seminary, Toronto, Canadá; World Council of Churches/Presbyterian Church of Canada; Kentucky Council of Churches; Princeton Theological Seminary; United Bible Societies e BIOLA University. Esses são apenas alguns dos muitos que constam da lista oficial de delegados. [1]

O Dr. Tunnicliffe informou aos presentes nesse encontro ecumênico que a Aliança Evangélica Mundial (WEA) representa 128 alianças evangélicas e 420 milhões de evangélicos em todo o mundo. Ele então acrescentou:

"Na WEA, temos discussões frutíferas com o Conselho Pontifício da Igreja Católica, o Conselho Mundial de Igrejas e as Igrejas Ortodoxas (Orientais). Precisamos ouvir uns aos outros com amor e respeito, construindo pontes em vez de criar abismos [em inglês, chasms]." [2]

"Chasm" é uma palavra interessante. Na verdade, é uma palavra grega que aparece no Novo Testamento. Ela é traduzida como ABISMO em Lucas 16:26 – CHASMA, no original. Portanto, "chasm" é uma transliteração e não uma tradução dessa palavra.

Segundo as Escrituras inspiradas, e não as bobagens do Dr. Tunnicliffe, é Deus quem estabelece esse CHASMA. É um abismo criado por Deus, não pelo homem. É FIXO. Isso significa que esse abismo está firmemente estabelecido e, de acordo com Cristo, NENHUM HOMEM jamais poderá transpô-lo.

O Dr. Tunnicliffe pode manifestar interesse em construir pontes a fim de conectar a verdade com o erro, mas nem ele, nem qualquer outro homem, pode construir uma ponte sobre o abismo que separa a verdade do erro, independentemente de seus esforços. Em nenhum lugar a Bíblia ensina que o verdadeiro crente deve respeitar e amar o mal. Pelo contrário, a Bíblia diz categoricamente que devemos

ABOMINAR O MAL E NOS APEGAR AO BEM.

O crente deve ODIAR o mal, ODIAR as mentiras e ODIAR as falsas doutrinas que levam milhões de pessoas à perdição eterna.

Enquanto o catolicismo, auxiliado pelos jesuítas, continua seu esforço para dominar os Estados Unidos e destruir completamente o que restou do protestantismo, milhões de evangélicos nominais continuam deslizando em direção à apostasia e à incredulidade. Como demonstra a liderança do Dr. Tunnicliffe: o que restou do cristianismo evangélico carece de líderes e está indefeso diante do ataque dos jesuítas.

Os Estados Unidos são muito mais influenciados pelos jesuítas do que por qualquer líder do que restou do evangelicalismo protestante. Politicamente, culturalmente, socialmente, filosoficamente e teologicamente, a América segue a liderança de Roma. Certamente NÃO segue o protestantismo puritano que deu origem a essa nação e a desenvolveu a ponto de torná-la a maior nação da história. Nas próximas páginas, faremos o possível para mostrar que esse é o caso.

Referências

1. ACCC Newsletter, Relatório do Dr. Ralph Colas, 2010.

2. Loc. cit.


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