Atualmente, não há nenhuma questão na Igreja Adventista do Sétimo Dia que cause tanto conflito e divisão quanto a maneira correta de adorar a Deus. Semanalmente, recebo e-mails, cartas e telefonemas de membros de todo o mundo expressando descontentamento e até angústia pelo fato de suas igrejas locais terem substituído um estilo tradicional de adoração por um estilo contemporâneo. Inúmeros membros reclamam que não conseguem mais encontrar uma igreja em sua região onde possam adorar a Deus com reverência e ouvir um bom sermão doutrinário. Muitos dos que entraram em contato comigo reclamam porque, segundo eles, alguns membros influentes em suas igrejas locais não querem mais ouvir sermões doutrinários e/ou proféticos, nem querem que os escritos de Ellen White sejam usados no púlpito. Além disso, eles dizem que os cultos se tornaram irreverentes e, em alguns casos, indisciplinados.
No entanto, grande parte da discussão sobre esse tópico gira em torno de questões periféricas e está repleta de perguntas como:
- Por que não é aceitável usar instrumentos de percussão na adoração?
- Por que é errado usar música cristã contemporânea?
- O que há de errado em usar métodos como teatro, pantomima, fantoches, palhaços, mágicos e dança na adoração para transmitir a mensagem do evangelho?
- Por que é errado usar a música de adoração de outros cristãos em vez dos hinos tradicionais encontrados no hinário adventista?
- Afinal, não é a letra que importa e não a música em si?
Muitos dos que me escreveram observam que uma mudança lenta, porém segura, foi feita no estilo de adoração da Igreja Adventista e que eles não gostam disso, mas não conseguiram explicar por que essa mudança ocorreu. Para a maioria das pessoas, o uso ou a rejeição desses métodos é apenas uma questão de gosto.
Neste livro, decidi não me concentrar em questões periféricas, mas chegar ao cerne do problema que nos aflige, ou seja, à base teológica de nossas dificuldades atuais, de forma direta e franca. Alguns que o lerem exclamarão: "Amém!" e outros clamarão com toda a força: "Queimem-no na fogueira!"
Há uma coisa que quero deixar absolutamente clara desde o início. Este livro não deve ser usado contra a Igreja Adventista do Sétimo Dia por aqueles que acreditam que ela se desviou da fé. Eu nasci na Igreja. Sou adventista de terceira geração, e meu pai foi pastor por mais de 41 anos. Cursei o ensino fundamental, médio, universitário e de pós-graduação em instituições educacionais adventistas. Servi à minha amada igreja como pastor, professor, evangelista e diretor de jovens por mais de 35 anos. Amo esta igreja e estou disposto a defendê-la com todas as energias que o Senhor me deu.
Contudo, tendo dito isso, não creio que seja um sinal de deslealdade eu oferecer críticas construtivas sobre o que está acontecendo em minha igreja. A autoanálise e a introspecção são sempre positivas, pois sem elas os erros nunca seriam corrigidos e não haveria crescimento cristão. Não há nenhum mal em nossa igreja se olhar no espelho de vez em quando para corrigir o que não está certo. Realizei este projeto por um profundo senso de amor e lealdade à minha igreja e à verdade contida na Bíblia e no Espírito de Profecia.
Em resumo, espero que este livro estimule uma discussão ponderada sobre esse importante tópico. É minha esperança e oração que minha igreja se mantenha firme na mensagem distintiva que Deus lhe deu e cumpra plenamente a missão para a qual Deus a chamou. Espero que todo adventista possa ler este livro com uma mente aberta e um coração sincero, e que o Espírito Santo remova quaisquer ideias preconcebidas ou obstáculos para que a mensagem possa ser ouvida e, mais importante, vivida.
Fiz o possível para encontrar as citações do Espírito de Profecia em livros publicados em espanhol, mas, quando não pude encontrá-las, fiz minha própria tradução. De tempos em tempos, também tomei a liberdade de fazer minha própria tradução de citações já traduzidas e, em algumas ocasiões, corrigi palavras e expressões encontradas na tradução oficial. Fiz isso porque, às vezes, a tradução autorizada não reflete totalmente o significado ou a força de expressão do original.
Todos os itálicos ou negritos nas citações são de minha autoria e as referências bíblicas são da versão King James de 1960, salvo indicação em contrário.
O leitor se sentirá tentado a pular as notas de rodapé, mas não o faça, pois elas contêm uma mina de ouro de informações e seria um erro ignorá-las. O leitor também ficará tentado a pular os dois primeiros capítulos desta obra, pois parecem um tanto complexos. Por favor, não faça isso, pois esses capítulos contêm a base teológica de todo o livro. Faça o possível para estudar e entender esses capítulos.
Por fim, quero deixar claro que este livro foi escrito principalmente para os adventistas do sétimo dia. É absolutamente necessário enfatizar que todas as outras igrejas e denominações religiosas têm em seu meio indivíduos que são verdadeiros discípulos de Cristo. Eles amam o Senhor Jesus de todo o coração e O servem com todas as suas forças, de acordo com seu conhecimento da verdade. Mas essas igrejas, como organizações, caíram e se tornaram o que a Bíblia chama de "Babilônia" ou "sinagoga de Satanás".
Com o tempo, muitas pessoas aceitaram a verdade presente, deixando essas igrejas para unir-se à igreja remanescente. Mas até hoje nenhuma denominação ou organização religiosa que eu conheça mudou sua teologia de maneira a aceitar as verdades distintivas pregadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. E as profecias indicam clara e tragicamente que isso nunca acontecerá.
Esta obra foi preparada com muita reflexão e oração. É meu sincero desejo que ela possa ser útil para restaurar em nossa amada igreja uma adoração que agrade ao Senhor.
Se você quiser ajudar a fortalecer o nosso trabalho, por favor, considere contribuir com qualquer valor:
0 Comentários