A Responsabilidade de Roma pelo Assassinato de Abraham Lincoln

Por

Thomas M. Harris

Ex-brigadeiro-general da U.S.V. e major-general por brevê.


Pittsburg, PA.

The Williams Publishing Company

1897

[English version]



Prefácio

O General Harris é amplamente conhecido e respeitado, mas vale ressaltar sua notável versatilidade, demonstrada neste livro. Aos 84 anos, ele é um estudioso dedicado e observador atento dos ensinamentos e práticas do romanismo. Possui profundo conhecimento do assunto, baseado na história do romanismo. Como membro da Comissão Militar que julgou e condenou os conspiradores, ele teve acesso privilegiado a informações precisas sobre a responsabilidade de Roma pelo assassinato de Abraham Lincoln. Ele apresenta evidências substanciais que devem levar à expulsão dos jesuítas dos Estados Unidos.

Todo homem livre americano deveria ler e refletir sobre este livro.

Para finalizar esta nota, quero citar as palavras do próprio Lincoln, que disse em 1864:

"Se o povo americano pudesse saber o que eu sei sobre o ódio feroz dos sacerdotes de Roma contra nossas instituições, nossas escolas, nossos direitos mais sagrados e nossas liberdades tão preciosas, eles os expulsariam como traidores."

J. D. WILLIAMS.

Pittsburg, Pa., 17 de junho de 1897.


Introdução

Mensagem ao Leitor

Este livro apresenta fatos que são corroborados por extensas evidências.

Ele expõe uma situação que exige atenção e consideração de todo cidadão americano. Revela que temos um inimigo ardiloso e perigoso entre nós; que acolhemos uma serpente e, com gentileza e hospitalidade, demos a ela poder para nos atacar.

Esse inimigo é a hierarquia católica romana.

É importante esclarecer que quando nos referimos à Igreja Católica Romana como inimiga, estamos falando especificamente da hierarquia, que detém o poder governante, e não da totalidade dos seus membros.  Reconhecemos que, especialmente nos Estados Unidos, muitos católicos leigos demonstram genuíno amor e lealdade às nossas instituições civis.

No entanto, esses indivíduos são encontrados quase exclusivamente entre aqueles que receberam educação em escolas públicas, absorvendo o espírito das instituições e compreendendo seus direitos inerentes. Essa compreensão permite que eles rejeitem a suposta autoridade de seus sacerdotes em assuntos civis. Somente esses indivíduos, entre os leigos da Igreja Católica, podem se tornar cidadãos verdadeiramente leais da República.

É para impedir o crescimento dessa classe que a hierarquia da igreja emprega todos os seus recursos para manter os filhos da igreja fora das escolas públicas. A educação nas escolas paroquiais é direcionada especificamente para garantir lealdade à hierarquia e incutir nas mentes de seus alunos a deslealdade a qualquer outro poder.

E, assim, apenas uma parcela relativamente pequena de seus leigos pode ser considerada leal ao nosso governo em uma situação de emergência. Nossas acusações visam tão-somente o poder governamental da Igreja Católica. Ela é a única responsável pela atitude de seus leigos em relação às nossas instituições e pelo controle de sua conduta. E essa hierarquia é um inimigo mortal e implacável de nosso governo. O leitor verá que essa denúncia não é de modo algum infundada.

Diante disso, os cidadãos livres americanos devem saber do fato e perceber sua importância, para que possam estar preparados para enfrentar, de forma inteligente, a crise que nos ameaça. Como podem, contudo, munir-se de conhecimento? A hierarquia alcançou tal posição de poder nesta "terra dos livres" que é capaz de controlar, em grande parte, todos os meios de informação.

Onde quer que a Igreja Católica seja forte, ela usará a força para suprimir a liberdade de expressão, e isso evidentemente por instigação do clero.

Oradores patriotas devem enfrentar de forma determinada e corajosa a violência da multidão. Neste país livre e nesta era de conhecimento, essa experiência ocorre quase que diariamente. A Igreja Católica é a única responsável por educar seus membros de maneira a serem hostis à liberdade de expressão, sempre e onde quer que tenham o poder.

A hierarquia tem sido ainda mais bem-sucedida ao suprimir a liberdade de imprensa. Com o emprego habilidoso de seus recursos quase ilimitados, Roma garantiu o controle da imprensa e pode moldar a opinião pública exatamente como quiser, negando ou retendo informações. Assim, nos encontramos em uma situação na qual um livro como este não pode chegar ao conhecimento do público pelos canais convencionais. Fora da imprensa patriótica, não há praticamente nenhum jornal no país que se atreveria a divulgar este pequeno livro, a não ser para deturpá-lo e condená-lo. E não há praticamente nenhum livreiro ou revendedor nos Estados Unidos que se atreva a vendê-lo por medo do "boicote", uma arma exclusivamente católica. Como, então, este livro chegará às mãos do povo? Todos os eleitores do país e todos os cidadãos americanos deveriam ter acesso às informações que ele apresenta. Mas como isso será possível? Somente por meio das várias organizações patrióticas existentes em todo o país.

Cada membro dessas várias organizações deve conscienciosamente interessar-se por sua circulação.

Todo orador patriótico deve estar preparado para fornecê-lo a qualquer um com quem tenha contato, que deseje ou possa ser convencido a lê-lo. Seu preço o coloca ao alcance de todos e deve circular aos milhões em toda a parte, em toda a extensão do país. As sugestões que fiz no final do livro pretendem ser práticas, não arbitrárias.

Naturalmente, essas sugestões expressam minhas próprias conclusões sobre como quebrar, definitivamente, o poder da hierarquia, mas não desejo ser ditatorial. Simplesmente convido o leitor a uma consideração cuidadosa e imparcial. Caberá ao povo americano, no exercício de sua sabedoria coletiva, determinar o melhor curso de ação, pois algo deve ser feito.

Que Deus, em Sua infinita misericórdia, nos conceda a sabedoria para discernir o que é certo e necessário, e a coragem para agir de acordo e triunfar sobre o inimigo. Assim como nossa resistência se limita à reivindicação da Hierarquia de domínio soberano e civil por seu líder, é somente através de nossa conduta civil, no cumprimento de nossos deveres como cidadãos, que podemos resistir com sucesso a essa reivindicação abominável.

É contra os interesses políticos de Roma que somos chamados a lutar. Nesse conflito, nada temos contra a religião da hierarquia romana. Reconhecemos o direito de cada homem escolher sua própria religião e prestar contas apenas a Deus.


Dedicatória

À memória de nosso presidente mártir, Abraham Lincoln; a todos os que amam a bandeira de nosso país; a todos os que amam a liberdade e odeiam o despotismo; a todos os que são leais à Constituição e ao Governo dos Estados Unidos da América e que valorizam os direitos e a proteção que eles nos asseguram: liberdade de consciência, liberdade de pensamento e investigação, liberdade de expressão e de imprensa, dentro dos limites da lei; a completa separação entre igreja e estado, como organizações distintas e separadas; independentes uma da outra em sua própria esfera de ação, mas não de modo a separar a religião do estado; o governo civil como uma ordenança de Deus e que deve ser administrado sob Sua autoridade, de acordo com as grandes exigências morais do Decálogo; aos amigos da educação pública financiada pelo estado; e a todos que esperam servir aos mais altos interesses da humanidade e atingir o verdadeiro ideal da existência humana mediante a manutenção dessas ideias e instituições protestantes, este pequeno livro é respeitosa e fraternalmente dedicado por seu autor.

T. M. HARRIS,

Harrisville, W. Va.


A Responsabilidade de Roma pelo Assassinato de Abraham Lincoln

A agitação anticatólica, que agora é tão comum nos Estados Unidos, marca uma crise em nossa história. Centenas de homens inteligentes, patriotas e conscienciosos estão abordando essa agitação de forma séria, laboriosa e corajosa.

Jornais surgiram em todo o país para alertar sobre o perigo e despertar o espírito de patriotismo americano.

Sociedades estão sendo organizadas em todo o mundo para proteger e defender as instituições americanas contra as agressões e invasões de um poder político estrangeiro que se instalou nesta terra de liberdade e que está evidentemente empenhado em destruir nossas instituições livres e substituí-las pela tirania papal; uma tirania que domina as mentes, as consciências e as ações de seus súditos, tornando-os incapazes de serem leais a qualquer outro governo.

O que tudo isso significa? É evidente que uma crise está chegando, na qual a disputa mundialmente antiga entre liberdade e despotismo deve ser definitivamente resolvida. Essa é uma luta antiga. A causa da liberdade parecia ter alcançado a vitória quando nossos antepassados conquistaram sua independência por meio de uma revolução bem-sucedida e fundaram nosso governo com base nos princípios anunciados formalmente pela primeira vez em nossa Declaração de Independência, assegurando ao nosso povo os direitos naturais do homem, a liberdade de espírito e de consciência, a liberdade de culto, a liberdade de expressão e de ação e a proteção no exercício desses direitos.

Aqui, nas regiões selvagens de um mundo recém-descoberto, foi estabelecido um governo bem considerado, bem compreendido e verdadeiramente democrático; um governo "do povo, pelo povo e para o povo". A árvore da liberdade foi plantada aqui em um solo fértil e num clima agradável, e se tornou uma árvore bem enraizada, vigorosa e frutífera, de boa estatura. Seus ramos cobrem a terra, e seu fruto é agradável ao paladar. A questão agora é: será que ela deve ser arrancada pela raiz e queimada no fogo?

Mais de doze milhões de homens livres americanos, em nome de si mesmos, de suas esposas e filhos, e da humanidade, respondem enfaticamente: "Nunca!" E, se necessário, estão prontos para selar essa resposta com seu sangue. O fruto da árvore da liberdade é tão doce ao paladar, tão refrescante e tão revigorante, que fazemos nossas as palavras de Patrick Henry: "Dê-me a liberdade ou a morte".

Estamos em meio a essa agitação anticatólica pela convicção de que nosso governo está sendo ameaçado por um inimigo ardiloso e poderoso, e porque a causa da liberdade humana está em risco. Essa ameaça é real ou imaginária? A Igreja Católica é amiga ou inimiga da liberdade? Ela é parte da Igreja de Cristo, juntamente com as várias denominações protestantes, e trabalha em conjunto com elas para estabelecer o Reino de Cristo na Terra?

Se respondermos a essas perguntas à luz da história, da experiência atual, das monstruosas reivindicações do papa, do espírito pelo qual a Igreja é sempre e em toda parte animada, e de seus esforços atuais neste país e em todos os demais, devemos dizer que essa Igreja não tem, em nenhum grau, as marcas de uma igreja de Cristo. É, de fato, apenas uma máquina política compacta, bem organizada e poderosa, usada no interesse da maior tirania que já amaldiçoou a Terra. "Se alguém não tem o espírito de Cristo, esse não é dele"; e se essa organização não tem o espírito de Cristo, não é uma igreja de Cristo. O fato de ela não ser animada pelo espírito de Cristo é claramente evidente. Ela nunca manifestou o espírito de Cristo em toda a sua história passada e, portanto, não é uma igreja cristã de forma alguma. E como ela sempre buscou o poder temporal e o domínio civil, e está agora, como sempre esteve, trabalhando pela supremacia civil em todo o mundo, certamente temos a garantia de chamá-la de uma máquina política enorme e perigosa, que roubou a vestimenta do céu para capacitá-la a servir ao diabo de forma mais eficaz e a enganar e escravizar a humanidade com mais facilidade.

Mas será que esse inimigo ameaça nossas instituições? Temos algum motivo para nos alarmar? É necessário tocar a trombeta em toda a extensão de nosso país e reunir as hostes da liberdade para o conflito? Sim, meus compatriotas, há motivo para alarme, há perigo real na situação imediata. E não é cedo demais para começarmos a nos organizar a fim de proteger as instituições americanas.

Todo cidadão e todo residente neste país que é leal à Igreja Católica é, necessariamente, um inimigo do nosso governo, pois ele presta sua mais alta lealdade ao papa de Roma, um potentado estrangeiro que, repetidas vezes, anatematizou todos os princípios fundamentais de nosso governo. Ele denunciou a liberdade de consciência, a liberdade de expressão e de imprensa, a liberdade de culto e de ensino como heresias pestilentas e condenáveis, destrutivas da ordem, da paz e do bem-estar da sociedade.

Os mais altos dignitários dessa assim chamada igreja declararam seu propósito de tornar os Estados Unidos um país católico. Mas, para isso, é preciso que seu povo aceite o papa de Roma como o vice-regente ou representante de Cristo na terra, investido de toda autoridade temporal e espiritual; acima de todos os reis, imperadores e governantes civis; o juiz supremo e legislador, cujas decisões são infalíveis e finais. Isso o tornaria senhor da consciência e mestre das ações de todos os homens em todo o seu domínio, que abrange nada menos que a Terra. Essas são suas reivindicações monstruosas. E seus sacerdotes, de todos os graus, incluindo os astutos jesuítas, estão trabalhando noite e dia para torná-las realidade em nosso país. Não é verdade que a besta da profecia seguiu a mulher até o deserto para destruir seu filho, cujo nome é Liberdade?

Faz apenas alguns anos que um arcebispo irlandês, que se apresenta como republicano e amigo de nosso governo, e que se ocupou tanto em nossa última eleição presidencial, e que, desde a eleição, tem sido ouvido pelo presidente, e se ocupa em tentar controlar suas nomeações mais importantes no interesse de sua igreja, declarou que este país seria submetido ao papa nos próximos vinte anos. Mas se as coisas continuarem por mais vinte anos no ritmo dos últimos cinquenta anos, não parecerá que essa foi uma profecia injustificada.

É evidente que Roma ingressou na política americana e está incessantemente atenta para controlar a ação política de nosso povo, de modo que, seja qual for o partido eleito, ela possa estar no comando para aumentar sua riqueza e poder.

O povo está dormindo, e se não for despertado e levado a perceber o perigo, nossa nau do estado será abatida e afundada. Não é um sinal de perigo quando a hierarquia romana coloca seus agentes astutos na capital de nossa nação para exercer sua influência na formação de nossas leis e no controle das nomeações presidenciais para os cargos mais altos e importantes? Ou quando todos os nossos políticos que aspiram à fama nacional sentem que, para serem bem-sucedidos, precisam se submeter a Roma e ser obedientes? Ou ainda quando a capital de nossa nação foi capturada pelos astutos jesuítas, e Washington está literalmente "no colo de Roma"? Visite qualquer departamento de nosso governo e você encontrará em vários deles sete em cada dez funcionários públicos que são escravos qualificados do papa, e me diga se não há perigo? Vá a todas as nossas cidades e vilas maiores e encontre nossos governos municipais nas mãos dos servos fiéis desse déspota estrangeiro, o papa, e que estão administrando seus negócios de forma corrupta para enriquecer a igreja à custa do povo, e me diga, não há perigo? Veja esse poder estrangeiro e perigoso no controle total de três quartos de nossos jornais e periódicos e me diga se não há perigo? Observe essa organização estrangeira cobrando tributos dos empresários protestantes em todo o país, enriquecendo com os impostos assim cobrados e assegurados pelo medo do boicote, e então me diga, se puder, que não há perigo. Olhe para o púlpito protestante, em sua maior parte amordaçado e mudo por medo do boicote contra seus membros que estão envolvidos em negócios e dos quais dependem em grande parte para receber seus salários, e então me diga, se puder, que não há perigo.

Está claro que Roma está rapidamente assumindo o controle de todas as fontes de poder nos Estados Unidos, tanto nos assuntos civis quanto nos militares, e que ela está fazendo isso de acordo com um plano bem pensado e sabiamente elaborado e com o propósito de subverter nosso governo. Voltemos um pouco no tempo e analisemos os meios sugeridos e considerados para submeter os Estados Unidos ao controle do papado. O padre Chiniquy, em seu livro Cinquenta anos na Igreja de Roma, faz um relato extenso e minucioso dos planos que foram discutidos por bispos e padres para obter o controle político dos Estados Unidos e derrubar nosso governo. Há cerca de cinquenta anos, um conselho de bispos e sacerdotes foi reunido em Buffalo, N.Y., com o propósito de determinar essa questão.

O bispo de Chicago pensou em atingir esse objetivo colonizando emigrantes do Canadá, França e Bélgica em tal número no vale do Mississippi, que daria à Igreja Católica o controle político dos estados de Illinois, Indiana, Missouri e Iowa. Acreditava-se que, com o rápido domínio que a igreja havia conquistado nos estados do sul, bem como em Michigan e Wisconsin, ela seria capaz de manter um cordão de estados que se estendia da Flórida ao longo do Golfo do México e subindo o Mississipi até os limites do norte e, assim, com o tempo, daria a ela o controle político completo dos Estados Unidos. O padre Chiniquy havia sido contratado para esse esquema pelo bispo de Chicago e, com entusiasmo, desempenhou seu papel como agente de emigração, obtendo um sucesso encorajador. Esse plano de operações estava sendo defendido com seriedade por De Prey Magee, o editor, naquela época, do Freeman's Journal.

Embora parecesse promissor para seus defensores, o plano foi repudiado por uma grande maioria dos membros da Conferência de Buffalo. Eles argumentaram que, se fosse adotado, suas forças seriam dispersas e o poder da Igreja seria dissipado, e que a verdadeira política da igreja para obter o controle político do país era concentrar suas forças nas cidades e vilas maiores e preenchê-las, o mais rápido possível, com seus emigrantes estrangeiros. Argumentou-se que, dessa forma, o voto católico poderia ser exercido de tal maneira, sob a direção dos bispos e padres, que se tornaria um voto de equilíbrio de poder entre os dois partidos políticos e, portanto, necessário para o sucesso de qualquer um deles. E, sendo assim, a Igreja poderia estabelecer seus próprios termos aos líderes dos partidos políticos e, desse modo, obter o controle dos escritórios municipais em um tempo muito curto; e que, em poucos anos, ela se tornaria um voto majoritário, quando teria controle total nos governos municipais e, por fim, na política estadual.

Esse plano havia sido cuidadosamente pensado e amadurecido pelos jesuítas, e sua astúcia ficou tão evidente por meio de seus argumentos, que o plano do bispo de Chicago e de seus adeptos foi enfaticamente rejeitado pela Conferência de Buffalo, e o astuto plano dos jesuítas foi adotado e imediatamente implementado como a verdadeira política da igreja para garantir o controle de nosso governo.

A astúcia desse plano pode ser vista por seus resultados. Meio século se passou desde sua adoção. O trabalho de trazer imigrantes católicos para o nosso país e colonizá-los em nossas cidades tem sido sedutoramente perseguido desde aquele dia até hoje. E os resultados previstos pelos mais otimistas de seus defensores foram alcançados. Esse plano tem prosseguido silenciosa, furtiva e diligentemente sob a direção dos mais astutos administradores políticos que o mundo já viu, até que a realização de seu propósito parece estar quase ao alcance de suas mãos. E qual é o objetivo declarado? O controle político de nosso país e, por meio dele, a derrubada de nosso governo.

O clero católico frequentemente afirmava que não se envolvia em política, concentrando-se apenas em questões espirituais. No entanto, suas ações ao longo da história revelam que essas afirmações eram uma tentativa de mascarar suas verdadeiras intenções contra as liberdades civis e religiosas. Agora, tendo consolidado seu poder, a Igreja Católica busca abertamente influenciar a política, orgulhando-se de seu poder sobre os políticos. Embora ainda opere nas sombras, ocasionalmente revela suas ações. Essa mudança de postura despertou a preocupação pública, resultando em um crescente sentimento anticatólico.

Mas há sinais ainda maiores de perigo iminente. Por que os jovens dessa Igreja estão sendo organizados em companhias militares e recebem treinamento regular sobre o uso de armas e táticas? Por que um processo sistemático de obtenção de armas e munições está sendo implementado? Qual o motivo para a conversão de porões de igrejas, catedrais e prédios escolares em arsenais para armazenamento de armas e munições de guerra? Essas ações não indicam a intenção de recorrer à revolução e ao derramamento de sangue na busca pela supremacia, caso seja necessário?

É mera coincidência que as fileiras do exército dos Estados Unidos sejam compostas, em grande parte, por súditos do papa de Roma? Homens que, desde a infância, foram ensinados a obedecer cegamente à sua autoridade, acreditando que essa obediência é o preço da salvação de suas almas. Em um conflito de autoridade entre o papa e o governo dos Estados Unidos, esses homens hesitariam em render lealdade ao papa? Não é digno de reflexão que uma proporção inadequada dos oficiais de nosso exército e marinha são membros dessa Igreja? E que a mesma situação se encontra em nossas escolas militares, onde uma quantidade desproporcional de cadetes são membros da Igreja Católica por nascimento, batismo e confirmação? Esses fatos significativos não indicam claramente que existe um poder invisível observando, guardando e controlando essas coisas?

Esse mesmo poder invisível foi o responsável pela recente promoção do Coronel Copinger a Brigadeiro-General, ultrapassando cerca de vinte oficiais americanos com histórico militar equivalente e melhor reputação. Copinger, um aventureiro irlandês, começou sua carreira militar lutando contra a libertação italiana do domínio papal. Ao chegar aos Estados Unidos durante a guerra civil, conseguiu uma comissão em um regimento de Nova York e, por seu desempenho, garantiu um lugar no exército regular após a guerra. Apesar de seu histórico militar ser bom, sua reputação pessoal era questionável. No entanto, ele conseguiu influenciar o Presidente Cleveland para promovê-lo, superando coronéis americanos com registros impecáveis, cujo único "defeito" era serem protestantes. Sua confirmação, apesar da oposição no Senado, foi um triunfo dos jesuítas.

A hierarquia está buscando uma concessão do Departamento de Guerra para construir uma igreja católica na reserva militar de West Point, que abriga uma Escola Militar Nacional sob controle governamental. Embora o governo forneça uma capela e um capelão, isso não atende aos objetivos ambiciosos de Roma, que deseja construir uma capela exclusivamente para católicos. Os representantes da hierarquia argumentaram que dois terços dos homens alistados, cinco dos oficiais no comando e a família de um sexto são católicos, levantando a questão de como Roma conseguiu tal influência no exército americano e se a alta representação de católicos em West Point é mera coincidência.

E por que somente essa Igreja, assim chamada, busca tão ansiosamente essa concessão? Com base em tudo isso, não parece evidente que Roma está trabalhando para romanizar nosso exército? Devemos nos perguntar com que propósito ela busca com tanta ansiedade e astúcia esse controle militar? Poderíamos confiar nossas instituições à guarda de um exército hostil? Ou uma soldadesca sob o controle de uma tirania que obviamente está preparando suas armas para destruir nossas instituições civis? Em vista da deslealdade de Roma em nossa guerra civil, podemos confiar nela? Este é um país católico?

Diante desses fatos, não é razoável a conclusão de que os astutos jesuítas estão secretamente observando e trabalhando incessantemente para se apoderar de todas as fontes de poder político nos Estados Unidos, bem como daquilo em que devemos confiar para a defesa de nossas instituições, ou seja, nosso exército e marinha? Não é hora de chamar a atenção do povo americano para essas coisas e entender seu significado?

A missão da igreja cristã é espalhar o Evangelho da vida e da salvação, por meio do "sangue da aliança eterna", a um mundo perdido e arruinado, com o objetivo de buscar e salvar os perdidos e inaugurar uma era de amor, paz e alegria em todo o mundo. Essa missão deve ser realizada através do poder da verdade, o qual é aplicado às mentes e consciências dos homens pelo Espírito Santo. A igreja não utiliza armas físicas para realizar seu trabalho. Sua única arma legítima é a Palavra de Deus, que é "a Espada do Espírito".

Uma organização que está sempre e em toda parte buscando riqueza e poder, servindo-se e mobilizando-se para usar armas físicas, não hesitando nem mesmo em recorrer à guerra e ao derramamento de sangue com o propósito de escravizar a mente, a consciência, o corpo e a alma dos homens, fomentando as superstições mais monstruosas e perversas, para que possa encher seus cofres de ouro; que nega a seus membros a Palavra de Deus e que a substitui pelas decisões e os decretos dos papas e dos concílios da Igreja como regra de vida, certamente não pode ser reconhecida como uma igreja cristã. Não! Ela é simplesmente uma máquina política destinada a escravizar a humanidade. É uma tirania monstruosa, que se apoia na ignorância e em sua prole natural, a superstição.

Não somos chamados a combater uma religião, mas uma organização política corrupta e extremamente perigosa, cujo objetivo é nada menos que a destruição de nosso governo. O que quer que ela seja como religião não diz respeito à nossa discussão atual.

Todo verdadeiro cidadão americano reconhece a liberdade de consciência em matéria de religião e estará sempre pronto para protegê-la. Não investigamos a verdade ou a falsidade da religião católica. Reconhecemos o direito do cidadão de determinar isso por si mesmo e de responder somente a seu Deus.

Nossas denúncias dizem respeito às suas aspirações políticas, porque ela é o inimigo desesperado e mortal da liberdade civil. É, além disso, um inimigo ativo e agressivo, que nunca pode ser conciliado e no qual não se pode confiar. Pois quando professa amizade por nossas instituições, seu único objetivo é desorientar-nos, para que possa miná-las e destruí-las com mais segurança. Sabemos que, se algum dia obtiver controle político em nosso país, esse inimigo nos privará dos direitos que agora lhe concedemos. Sendo uma tirania organizada e inimigo jurado e implacável da liberdade, ele odeia o símbolo da política, do poder e da autoridade de nosso governo, a bandeira de nosso país, e pretende cobri-la com o trapo papal.  Concede ao mais alto oficial de nosso governo, o Presidente dos Estados Unidos, o segundo lugar em sua mesa festiva, reservando o lugar de honra para o ablegate do papa. Esse insulto foi recentemente perpetrado contra nós publicamente e da maneira mais ofensiva – um insulto que faz com que o sangue de todo patriota americano ferva com ressentimento.

Independentemente de suas profissões públicas, na prática, a Igreja é leal apenas ao papa de Roma. Esse poder estrangeiro é o inimigo implacável da educação pública e está constantemente trabalhando para a destruição de nosso sistema de escolas gratuitas. O verdadeiro motivo para essa oposição reside no fato de que a educação que seus filhos receberiam nessas escolas os tornaria inadequados para serem filhos leais, obedientes e submissos da Igreja, porque seriam ensinados a pensar, raciocinar e investigar, de maneira a formar suas opiniões sobre os mais variados assuntos com base na investigação livre e racional. O ambiente das escolas gratuitas e as associações que elas proporcionam produziriam neles o amor pela liberdade.

Esse sistema de educação é exatamente o oposto do sistema das escolas paroquiais e é destrutivo para a fé cega e a obediência servil que dão poder à Igreja Católica. Nosso sistema de escolas gratuitas tende a tornar seus beneficiários cidadãos americanos bons, inteligentes e leais, enquanto as escolas paroquiais visam apenas transformar seus alunos em súditos leais do papado. Sob a proteção de nossa bandeira, elas estão arregimentando forças que serão usadas para destruir nosso governo.

Nessa disputa sobre a questão da educação, Roma está continuamente fazendo esforços para unir a igreja e o estado, assegurando a ajuda deste no apoio às suas escolas, bem como ao que ela chama de instituições de caridade. Ao atacar assim os princípios fundamentais de nosso governo em todos os pontos, ela manifesta sua deslealdade e seu propósito de minar e derrubar nossas instituições.

Nossas instituições civis e religiosas originaram-se do protesto de Lutero e seus coadjuvantes contra a tirania e as corrupções da Igreja Católica, que provocaram a Reforma do século XVI. Contra essa Reforma, ela nunca deixou de lutar, e nunca deixará, até que seu poder seja eliminado. Ela sempre foi inimiga declarada de nossas instituições protestantes e está hoje, como sempre esteve, empenhada em sua destruição. Nunca perdeu uma oportunidade de golpeá-la pelas costas.

Em nossas dissensões sobre a questão da escravidão, a Igreja divisou uma chance de destruir nosso governo; e, tomando o partido da escravidão, usou toda a sua influência no Sul para estimular e encorajar a secessão e a rebelião, e no Norte, para desacreditar e enfraquecer a causa da União.

O primeiro tiro contra a bandeira dos Estados Unidos em Fort Sumpter foi disparado por G.T. Beauregard, um católico fervoroso, que desencadeou a guerra.

O papa de Roma foi o único potentado europeu que reconheceu e abençoou o governo confederado. Em sua carta ao presidente, ele expressou claramente sua esperança de, por meio de seus esforços, garantir o reconhecimento das reivindicações do governo confederado e conquistá-lo para a Igreja.

O papa e Luís Napoleão, aproveitando-se da guerra civil americana, tentaram estabelecer um império católico no México. Enviaram Maximiliano, um príncipe católico, com um exército francês, para tomar o país. Seu objetivo era que a União perdesse a guerra, resultando em dois impérios católicos na América: o México sob Maximiliano e a Confederação sob Jefferson Davis, levando à conquista de todo o continente.

Essa carta do papa a Jefferson Davis, redigida em termos tão corteses e amorosos e evidenciando sua simpatia pela causa sulista, foi bem compreendida por seus súditos leais e fiéis em todo o Norte. Após a publicação da carta em 1863, oficiais católicos começaram a se demitir e soldados a desertar. Essa tendência continuou até o fim da guerra.

Em resposta à afirmação, tão amplamente divulgada por editores e oradores católicos, de que os irlandeses lutaram as batalhas da guerra civil e salvaram a nação, apresentamos o seguinte documento, recebido do departamento de pensões de Washington:

  • Número total de tropas: 2.128.200
  • Nativos dos Estados Unidos: 1.627.267
  • Alemães: 180.817
  • Irlandeses: 144.221
  • Britânicos (com exceção dos irlandeses): 90.040
  • Outros estrangeiros e missões: 87.855

As "deserções" foram as seguintes:

  • Nativos dos Estados Unidos: 5 por cento
  • Alemães: 10 por cento
  • Católicos irlandeses: 72 por cento
  • Britânicos (com exceção dos irlandeses): 7 por cento
  • Outros estrangeiros: 7 por cento

Em outras palavras, dos 144.000 irlandeses que se alistaram, 104.000 desertaram.  E é possível afirmar com segurança que a maioria destas deserções ocorreu após o reconhecimento da Confederação pelo Papa. Também é fato que, dos 5% de americanos nativos classificados como desertores, quase a metade era católica.—Toledo American, conforme citado na página 115 de "Why Am I An A.P.A."

Isso confirma a denúncia feita anteriormente, de que um bom católico só pode ser leal ao papa e, portanto, nunca pode ser leal ao nosso governo, nem às nossas instituições protestantes.

É verdade que alguns oficiais católicos no exército da União eram capazes, corajosos e leais à causa, assim como muitos soldados católicos; mas todos eles haviam sido educados em escolas públicas e, portanto, imbuídos do espírito americano, não eram mais bons católicos. Toda honra a eles!

A deslealdade dos católicos não se manifestou apenas por deserções e renúncias, mas de forma mais evidente nos distúrbios de recrutamento que se seguiram. Os manifestantes eram, quase em sua totalidade, católicos irlandeses. O arcebispo Hughes se apresentou como um defensor da União e ganhou a confiança do presidente Lincoln a ponto de este solicitar seus bons ofícios em Roma para impedir que o Papa reconhecesse o governo confederado. Lincoln estava bem ciente das consequências que tal reconhecimento acarretaria. O arcebispo, no entanto, traiu essa confiança. A carta do Papa para Jefferson Davis seguiu-se logo após sua visita a Roma, e as renúncias e deserções começaram.

Em seguida, ocorreram os terríveis distúrbios na cidade de Nova York, quando o recrutamento se tornou necessário para reabastecer nossas fileiras esgotadas. Por três dias e noites assustadores, a cidade foi aterrorizada pela violência de uma multidão católica irlandesa, bem sob a sombra do palácio do Arcebispo. O Arcebispo permaneceu recluso em seu palácio, tão silencioso quanto um rato, até ser notificado pelo Sr. Lincoln de que seria pessoalmente responsabilizado pela continuidade dos distúrbios. Ele então se apresentou e, com algumas palavras gentis aos manifestantes, a quem se dirigiu como seus amigos, a multidão se dispersou imediatamente e a ordem foi restaurada. Bastaram algumas palavras dele para realizar o que não poderia ter sido realizado sem muito derramamento de sangue e, talvez, sem a destruição da cidade pela força militar do nosso governo. Mas notem! Essas palavras não foram proferidas até que a segurança pessoal do Arcebispo se tornasse ameaçada. O traidor foi revelado aqui.

E agora chegamos à última e desesperada conspiração para derrubar nosso governo e tornar a rebelião bem-sucedida, recorrendo à política favorita dos jesuítas, o assassinato.

Os assassinatos planejados

Meu objetivo agora é revisar os fatos relacionados ao assassinato do Presidente Lincoln, à tentativa de assassinato do Sr. Seward e à proposta de assassinar o Vice-Presidente Johnson, o Secretário Stanton e o General Grant. O objetivo desse plano de assassinatos em massa dos líderes civis e militares do governo era mergulhar o país em um estado de caos e, assim, reverter a sorte rapidamente declinante da Confederação. Esses fatos, conforme desenvolvidos durante o julgamento dos conspiradores perante uma comissão militar, e durante o julgamento de John H. Surratt dois anos depois perante um tribunal civil, juntamente com as evidências obtidas pelo Padre Chiniquy e divulgadas em seu livro, Cinquenta Anos na Igreja de Roma, mostram conclusivamente a mão de Roma nesse golpe contra nossa nação. Agora, procederei à revisão desses fatos, em sua ordem correta, e mostrarei seu significado. [1]

Não pretendo afirmar nem negar a acusação, agora comumente e abertamente feita por jornais e oradores patrióticos, de que Roma foi responsável pelo assassinato de nosso presidente mártir, mas simplesmente apresentar os fatos e deixar meus leitores tirarem suas próprias conclusões a partir da consideração dos fatos do caso. Minhas convicções pessoais, sem dúvida, se tornarão óbvias antes que eu termine. O simples fato de a acusação estar sendo feita por homens de alto nível, homens notáveis por sua inteligência, patriotismo e integridade de caráter, nos justifica a fazer um exame cuidadoso das evidências em que ela se baseia, para que possamos julgar com justiça se ela foi feita corretamente ou não. É uma acusação de muita gravidade e de importância muito séria para ser feita levianamente ou com fundamentos insuficientes.

Agora, vamos aos fatos. E tomaremos como ponto de partida o fato bem estabelecido de que a sede da conspiração em Washington D.C. era a casa de uma família católica, chefiada pela Sra. Mary E. Surratt; e que todos os seus moradores, incluindo vários hóspedes, eram membros devotos da Igreja Católica. Essa casa era o ponto de encontro, a sala de conselho, de Booth e seus co-conspiradores, incluindo a Sra. Mary E. Surratt e seu filho, John H. Surratt, que, depois de Booth, eram os membros mais ativos da conspiração na preparação para a execução do plano.

Booth, o líder da quadrilha, nasceu e foi criado protestante. No entanto, ele era apenas um protestante nominal. Era um homem do mundo, um ébrio e libertino, completamente indiferente a questões religiosas. Que ele havia se convertido ao catolicismo sob a influência de suas associações no plano da conspiração foi demonstrado, no entanto, pelo fato de que, ao examinar seu corpo após sua morte, foi descoberto que ele usava uma medalha católica sob seu colete, sobre o coração.

O astuto jesuíta, simpatizando com suas visões políticas e na esperança de destruir nosso governo e estabelecer a Confederação, que já havia recebido o reconhecimento do Papa e expressões de boa vontade e simpatia, conseguiu convertê-lo ao catolicismo e enganá-lo, fazendo-o acreditar que essa medalha contribuiria para sua segurança pessoal e para o sucesso de sua empreitada. Sem dúvida, ele havia sido batizado na Igreja Católica. Essa medalha o marcou e o identificou imediatamente como um convertido ao catolicismo.

Agora temos Mary E. Surratt, John H. Surratt, J. Wilkes Booth, Dr. Samuel Mudd e Michael O'Laughlin, cinco dos principais agentes ativos na execução do plano de assassinato, todos pertencentes à Igreja Católica .

Minha impressão é que Herold e Spangler também eram membros ou aderentes dessa igreja. Seja como for, eles, junto com Atzerot e Payne, eram meras ferramentas e agentes contratados de Booth e Surratt e, portanto, estavam prontos para servir aos seus propósitos; e, assim, não é necessário investigar sua fé ou falta de fé.

Nossa investigação, até agora, estabeleceu o fato de que cinco dos conspiradores eram membros da Igreja Católica, e que esses cinco eram seus líderes, aos quais a execução do plano havia sido confiada. Também vimos que seu ponto de encontro, ou sala de conselho, em Washington, enquanto se dedicavam a aperfeiçoar seus preparativos para os assassinatos que haviam sido determinados, era a residência sob o controle da Sra. Mary E. Surratt e John H. Surratt, seu filho, ambos escravos zelosos do Papa, e claramente comprovado, pelas evidências apresentadas perante a Comissão e pelas apresentadas dois anos depois, durante o julgamento de John H. Surratt em um tribunal civil, que eram membros líderes e ativos da conspiração. A Sra. Surratt era uma frequentadora diligente e fiel dos serviços religiosos. E, pelas evidências apresentadas por três ou quatro padres em sua defesa perante a Comissão, ela havia estabelecido, em sua estimativa, um alto caráter de devoção e piedade cristã.

Foi um fato notável, no entanto, que, de todas essas testemunhas sacerdotais, apenas uma admitiu ter tido conversas especialmente íntimas com ela durante os cinco meses em que os planos e preparativos para os assassinatos estavam sendo feitos. A maioria deles a conhecia há muitos anos e parecia estar bem familiarizada com sua reputação na igreja, mas eles só a tinham visto casualmente durante esses últimos meses.

Um deles, o Padre Wiget, era o pastor da Sra. Surratt durante todo esse tempo e testemunhou que a conhecia bem, mas não sabia se ela era leal ou desleal. Isso parece ser um testemunho muito duvidoso, já que o Padre Wiget era conhecido por sua deslealdade, e dificilmente poderia ter passado muitas horas com ela, em diferentes momentos, sem nunca tê-la ouvido expressar suas opiniões em relação ao único tópico absorvente da época, que estava na boca de todos e constituía o principal assunto de conversa. Ele só podia dizer que não se lembrava de tê-la ouvido proferir um sentimento leal desde o início da rebelião; nem conseguia se lembrar de ter ouvido alguém falar dela como notoriamente desleal até depois de sua prisão. Ele disse que a conheceu por ter cuidado de dois de seus filhos como seus alunos, um deles estava servindo no exército rebelde, e o outro, John H. Surratt, havia sido um emissário e espião rebelde por três anos, indo e vindo entre Washington e Richmond, e de Richmond para o Canadá e vice-versa, como portador de despachos. E ainda assim, esse padre jesuíta se esforçou para moldar seu testemunho de forma a deixar a impressão de que os tópicos de conversa entre ele e a Sra. Surratt, enquanto tudo isso e muito mais acontecia, se limitavam a assuntos como o estado de sua saúde, o clima, etc. etc. Ele foi muito positivo em seu testemunho quanto ao bom caráter cristão dela, mas tinha pouca lembrança de qualquer outra coisa.

O Padre Boyle, residente na Igreja de São Pedro, na cidade de Washington, conheceu a Sra. Surratt oito ou nove anos antes, mas só a encontrou três ou quatro vezes desde então. Sempre ouviu falar bem dela. Nunca ouviu nada que a prejudicasse ou que expressasse qualquer sentimento desleal.

O Padre Stonestreet, pastor da Igreja de Santo Aloísio, em Washington D.C., a conheceu vinte anos antes. Só a tinha visto ocasionalmente desde então, quase não a tinha visto nos últimos um ou dois anos. Sempre a considerou uma senhora cristã adequada. Na época em que a conheceu (que ele situava vinte anos atrás), não havia dúvidas sobre sua lealdade. Respondendo a uma pergunta do Juiz Advogado: "Ele não se lembrava de tê-la visto, embora pudesse tê-la visto ocasionalmente, desde o início da rebelião. E não sabia nada sobre o caráter de sua lealdade, apenas o que tinha lido nos jornais."

O Padre Lanihan, um sacerdote católico que morava perto de Beantown, em Maryland, testemunhou que conhecia a Sra. Surratt há cerca de treze anos, intimamente por cerca de nove anos, e que ele a conhecia bem, tendo ficado em sua casa. Ele a considerava uma boa cristã, altamente honrada. Frequentemente conversava com ela sobre eventos atuais e assuntos públicos desde a rebelião, mas não conseguia se lembrar de tê-la ouvido expressar quaisquer sentimentos desleais, nem tinha ouvido falar de sua reputação de lealdade.

Finalmente, o Padre Young, da Igreja de São Domingos, na Sexta Rua, em Washington D.C., foi chamado em sua defesa. Ele conhecia a Sra. Surratt há cerca de oito ou dez anos, mas não intimamente. Ele a tinha visto ocasionalmente e a visitado. Passava pela casa dela cerca de uma vez por mês, e geralmente a visitava, ficando às vezes uma hora. Ele, como os outros, era uma boa testemunha de seu caráter, mas não podia dizer nada sobre sua lealdade ou deslealdade. Nunca a tinha ouvido falar sobre eventos atuais de uma forma ou de outra.

Como podemos confiar no depoimento desta testemunha? É crível que pudesse ter passado uma hora em conversa com uma mulher rebelde de caráter e convicções tão fortes, uma vez por mês, durante o auge do conflito, e ainda assim nunca ter ouvido uma única palavra sobre o assunto do momento entre todas as classes da sociedade? Tal silêncio entre uma mulher rebelde e um padre rebelde, que estavam em conversas íntimas e confidenciais, é deveras inacreditável para ser aceito. Não podemos deixar de pensar que todos esses padres santos ou profanos testemunharam sob as reservas mentais bem compreendidas dos jesuítas. O Padre Wiget era, como dissemos, seu pastor e, portanto, presumimos, seu confessor. Achamos improvável que ela tivesse se envolvido em uma conspiração repleta de perigos e consequências tão graves, sem ter confiado ao padre seu terrível segredo ou buscado sua aprovação. Certamente é muito estranho que ela tenha rompido suas relações com ele após sua condenação e escolhido o Padre Walter para ser seu confessor e guia espiritual em sua preparação para a morte.

Deve ter havido alguma razão muito importante para que os padres jesuítas fizessem essa mudança. Em vista do momento e das circunstâncias, parece improvável que ela tenha escolhido outro padre, com quem não tinha familiaridade, por vontade própria. Se ela fosse inocente, seu pastor de confiança teria sido aquele a quem ela naturalmente teria procurado em busca de conforto. Mas Wiget, sem dúvida, tinha lhe dito que ela não incorreria em culpa ao ajudar a conspiração, e assim ela poderia declarar sua inocência a Walter, tendo a fé de uma católica no poder de Wiget de conceder-lhe essa dispensa. O Padre Walter poderia declarar "que, embora seus votos sacerdotais não lhe permitissem revelar os segredos da confissão, ele poderia dizer que, pelo que chegou ao seu conhecimento, ele a considerava uma mulher inocente". Haveria um grande esforço para obter a comutação ou reversão de sua sentença, e o forte apelo do padre seria baseado nessa afirmação de sua inocência. Falhando nisso, o Padre Walter, por trinta anos, persistiu em seus esforços para estigmatizar o governo pelo assassinado de uma mulher inocente.

Ao se unir ao padre Walter em seu esforço para responsabilizar nosso governo de um grande crime, a hierarquia católica assumiu, juntamente com ele e para sua eterna desgraça, a responsabilidade de perverter as verdades bem estabelecidas do caso e, assim, manifestar seu ódio ao nosso governo e seu desgosto e decepção com o fracasso de seus esforços para derrubá-lo.

Tão profundo e amargo foi seu desgosto com o sucesso notável do governo na defesa de sua autoridade e seu direito de existir, que por um quarto de século nunca deixou de estigmatizá-lo por esse suposto crime. Esses esforços só cessaram após a publicação da minha "História da Grande Conspiração" para derrubar nosso governo por uma série de assassinatos, quando, temendo que sua atitude pudesse dar publicidade ao meu livro e, assim, tornar os fatos dessa conspiração mais notórios, vindicando sua veracidade, a acusação e a contenda contra o governo foram abandonadas, pois haviam se tornado uma questão espinhosa.

Não devemos esquecer que, em tudo isso, eles agiram com pleno conhecimento de todos os fatos do caso, os quais se tornaram patentes ao mundo por meio das evidências produzidas pelo governo durante o julgamento dos assassinos em 1865 e, dois anos depois, ainda mais completamente, durante o julgamento de John H. Surratt em um tribunal civil. Essas coisas não foram feitas em segredo, mas abertamente perante o mundo. Sua simpatia pelos conspiradores e assassinos, e sua inimizade para com o governo, foram assim proclamadas abertamente diante do mundo. E a atitude da Hierarquia em relação ao assassinato do chefe da nação ficou claramente manifesta.

Foi Abraham Lincoln, é verdade, quem foi morto, mas era a vida da nação que o golpe visava. O plano para ajudar a rebelião por meio do assassinato do Presidente, do Vice-Presidente, do Secretário de Estado, do Secretário de Guerra e do General no comando de nossos exércitos foi arquitetado pelos emissários do governo rebelde, que mantinham sua sede em Montreal, Canadá. Esses emissários mantinham uma relação semioficial com o governo confederado. O conjunto das evidências deixa claro que a Hierarquia Romana mantinha relações estreitas com esses emissários, incluindo provavelmente o chefe do governo a serviço do qual eles estavam empregados. Ela mantinha essas relações estreitas por um propósito e, muito provavelmente, era a fonte original da inspiração do plano de assassinato.

Esses emissários rebeldes eram Jacob Thompson, do Mississippi, Clement C. Clay, do Alabama, e Beverly Tucker, da Virgínia. Eles tinham associados a eles como ajudantes, George N. Sanders, Dr. Blackburn e outros; homens que preferiam lutar no campo da estratégia política, em vez de no campo de batalha.

Esses agentes do governo rebelde firmaram um contrato com J. Wilkes Booth e John H. Surratt para realizar seu plano, e também os ajudaram na seleção de seus subordinados. Se esses emissários eram protestantes ou católicos, não é do meu conhecimento. Minha impressão, no entanto, é que eram nominalmente protestantes. Eram todos homens perversos, não obstante, fiéis à máxima de que "tudo é válido na guerra" e sem escrúpulos de consciência quanto aos meios empregados para favorecer sua causa.

Que os jesuítas tinham sua atenção e os ajudavam com suas sugestões é provável pelo fato de que, em seus esforços para recrutar um jovem como ajudante de Booth e Surratt, e que compareceu à comissão como testemunha durante o julgamento, Thompson usou o argumento jesuítico de que matar um tirano não era assassinato e, portanto, assumindo que o Presidente Lincoln era um tirano, seria um ato glorioso e louvável eliminá-lo.

A fuga de John Surratt

Que o plano de assassinato era conhecido pelo Bispo de Montreal (Bourget) e por vários de seus padres antes de sua realização, e recebeu sua sanção, foi evidenciado por sua conduta subsequente. Assim que a notícia do assassinato do Presidente foi transmitida pelos telégrafos, os Padres Boucher e La Pierre se mantiveram atentos e prontos para ajudar qualquer um dos conspiradores que conseguisse escapar para o Canadá.

John H. Surratt e um companheiro, cuja identidade nunca foi descoberta, retornaram a Montreal na tarde do dia 18 de abril, o quarto dia após o assassinato. O conspirador desconhecido então desapareceu. Surratt foi rapidamente retirado do hotel quinze minutos após ter se registrado em seu retorno. Ele havia se registrado no mesmo livro, em seu retorno de Richmond para o Canadá, no dia 6 de abril, voltara a Washington e desempenhara seu papel na conspiração na noite de 14 de abril, e agora, na tarde do dia 18, havia retornado a Montreal e estava sendo tão cuidadosamente vigiado que, quase no instante de sua chegada, foi rapidamente retirado e cuidadosamente escondido na casa de Porterfield, um dos assistentes de Thompson, que, para sua maior segurança, havia renunciado à sua cidadania americana e prestado juramento de fidelidade à coroa britânica. Porterfield disse a ele que os detetives estavam em alerta e não perdeu tempo em escondê-lo.

Porterfield, profundamente preocupado com a segurança de seu protegido, bem como com a sua própria, só o manteve escondido até que pudesse se comunicar com o Padre Boucher, um sacerdote católico que vivia em uma paróquia rural isolada, a setenta e dois quilômetros de Montreal. O Padre Boucher imediatamente enviou seu servo com a instrução de transferir Surratt para outro esconderijo adicional. Du Tilly, o servo do Padre Boucher, chegou à casa de Porterfield no final da noite de 21 de abril e, levando Surratt para sua carruagem, o levou embora sob a cobertura da escuridão e o colocou sob os cuidados de seu mestre, o Padre Boucher. Lá ele permaneceu por dois meses, sob a mais cuidadosa vigilância e guarda de seu protetor. Enquanto permaneceu ali, ele foi visitado frequentemente por alguns de seus amigos a serviço dos quais havia incorrido em sua culpa; e por outro padre, La Pierre. Este La Pierre era cônego do Bispo Bourget, comia à sua mesa e era para ele como suas mãos e braços. Tendo ocorrido uma circunstância que tornou necessário que o Padre Boucher se livrasse de seu protegido, ele o enviou de volta a Montreal, tão secretamente quanto o havia trazido de lá, e o colocou sob os cuidados do Padre La Pierre.

Este padre forneceu a Surratt um quarto no andar de cima da casa de seu próprio pai, bem sob a sombra do palácio do Bispo. Aqui ele o manteve por três meses, nunca permitindo que ele saísse de seu quarto durante o dia e nunca à noite, a não ser em sua companhia e disfarçado. Assim, Surratt foi mantido escondido por cinco meses, sob os cuidados e a responsabilidade da Igreja Católica, com dois de seus padres o vigiando e o protegendo, plenamente cientes de seu crime, tornando-se assim cúmplices após o fato, como também já eram, sem dúvida, antes de sua realização.

Mas e o Bispo Bourget? Ele permanece nos bastidores, é verdade, mas não era igualmente culpado? A organização da Hierarquia é uma tirania militar completa, da qual o Papa é o chefe ostensivo, mas o Papa Negro, o chefe real. O Papa Negro é o chefe da ordem dos Jesuítas e é chamado de General. Ele não apenas tem o comando absoluto de sua própria ordem, mas dirige e controla a política geral da igreja. Ele é o poder por trás do trono e é o verdadeiro chefe potencial da Hierarquia.

Toda a máquina está sob as mais estritas regras de disciplina militar. Todo o pensamento e vontade dessa máquina, para planejar, propor e executar, provém de seu líder. Não há independência de pensamento ou de ação em suas partes subordinadas. Obediência implícita e inquestionável às ordens dos superiores é o dever jurado do sacerdócio de todas as categorias, assim como é o dever dos oficiais no exército. E assim como as tropas militares devem obediência aos seus comandantes imediatos, assim os leigos devem obediência aos seus padres. Há uma cadeia completa de comando, estendendo-se da cabeça até a base. Assim, toda a vasta organização pode ser manejada, como uma unidade, para realizar os planos e propósitos de sua liderança. O padre é virtualmente um escravo intelectual de seu bispo, o bispo de seu arcebispo, e estes, por sua vez, dos cardeais, e todos, finalmente, dos Papas, branco e negro.

Sendo esse o caso, é evidente que nenhum padre teria ousado assumir responsabilidades tão graves como os Padres Boucher e La Pierre, envolvendo tanto perigo para si mesmos, como também para o caráter de sua igreja, sem o conhecimento e a aprovação de seu bispo. Teria sido considerado um ato de insubordinação, repleto das mais sérias consequências. Mas o cônego ocupa uma relação peculiar com seu bispo e presume-se que não tenha outro dever senão cumprir as ordens que recebe de seu superior. Sob essa perspectiva do caso, que representa verdadeiramente as relações entre o Bispo Bourget e seu Cônego, La Pierre, não podemos racionalmente chegar a qualquer outra conclusão senão que Bourget era, do ponto de vista moral, também membro da conspiração. Nem o Bispo Bourget teria ousado dar seu consentimento a esse crime por sua própria responsabilidade. Ele sabia que estava agindo em harmonia com o desejo e o propósito da Hierarquia, para a destruição de nosso governo.

Os jesuítas planejam com a máxima arte e astúcia, sem quaisquer restrições morais, e sempre com o máximo sigilo; e executam seus planos na obscuridade. Acreditamos, no entanto, que neste caso, conseguimos rastreá-los em todos os desvios tortuosos de seu caminho escuro e viscoso e responsabilizá-los pelo assassinato do Presidente Lincoln.

Mas ainda não terminamos. No início de setembro de 1865, esses padres profanos acharam seguro transferir seu protegido para seus irmãos na Inglaterra, e assim fizeram arranjos para enviar Surratt através do Atlântico, sob um nome falso e disfarçado. Para esse fim, eles organizaram sua passagem em um navio a vapor britânico, o Peruvian, que deveria zarpar de Quebec em 16 de setembro de 1865.

Um médico que Boucher conhecia bem, chamado McMillen, acabara de conseguir o cargo de cirurgião deste navio, e então combinaram para que ele tomasse sob seus cuidados especiais um homem chamado McCarthy, que, por certas razões, desejava cruzar o Atlântico sob um nome falso e da maneira mais secreta possível. No dia anterior à partida do Peruvian de Quebec, esses dois padres profanos transportaram Surratt em uma carruagem coberta até o navio, que zarparia com destino a Montreal. Disfarçaram Surratt colorindo seu cabelo, pintando seu rosto e colocando-lhe óculos. O Padre La Pierre também recebeu trajes civis. Ao chegar a bordo do navio, Surratt foi imediatamente escondido em uma cabine, da qual não saiu durante a viagem, com La Pierre permanecendo em sua companhia. Ao chegar a Quebec, os dois padre deixaram seu protegido aos cuidados do Dr. McMillen e então se despediram dele.

Eles o haviam confiado aos cuidados de seus amigos em Liverpool, pelas mãos do Dr. McMillan, e por meio de cuja ajuda Surratt conseguiu se colocar sob os cuidados da Igreja Católica em uma terra estrangeira. Roma está em todos os lugares e é sempre a mesma, e Surratt pode se sentir seguro enquanto estiver sob a custódia da Igreja. Aqui ele esperou que o Peruvian fizesse outra viagem a Quebec e retornasse. Por meio do cirurgião, ele enviou aos seus empregadores rebeldes no Canadá um pedido para que lhe enviassem algum dinheiro. Mas a única resposta que recebeu é que nenhum recurso seria enviado. A despesa da viagem através do continente para a Itália recaiu, assim, sobre a Igreja. Seus amigos rebeldes o haviam abandonado, mas sua igreja permaneceu ao seu lado.

Ele foi enviado para a Itália e alistado no exército do Papa. Lá ele permaneceu escondido em segurança por um ano ou mais. Mas foi finalmente descoberto por um detetive do governo que havia sido enviado em sua busca, o qual oferece-se voluntariamente na esperança de obter a recompensa oferecida, e que havia se alistado na mesma companhia a que Surratt pertencia. Este detetive informou nosso governo de sua descoberta e, por meio dos agentes de nosso governo, o Papa foi informado de que seu soldado, que havia se alistado sob o nome de Watson, não era outro senão o notório John H. Surratt, membro da conspiração que assassinou o Presidente Lincoln. Em uma sinalização de virtude astuta, o Papa se apressou em limpar suas barras e as de seus subordinados, ordenando a prisão de Surratt e sua deportação imediata, sem esperar por um pedido formal de nosso governo. Ele foi preso pela autoridade do Papa, mas os guardas facilitaram-lhe a fuga, e assim recebeu outra chance de vida e liberdade. A história era que ele escapou com um salto ousado sobre um precipício, arriscando sua vida. "Contem isso aos marinheiros; os velhos marinheiros não acreditarão nisso." Ele foi finalmente capturado em Alexandria, Egito, e trazido para casa acorrentado, onde foi mantido para responder por seu crime.

O julgamento de John Surratt e Roma

Vamos aqui fazer uma breve pausa para considerar as relações da Hierarquia papal com este crime. O testemunho dado durante o julgamento de John H. Surratt claramente condena dois de seus padres, Boucher e La Pierre, por serem cúmplices na conspiração. E, por implicação, condena tão claramente o Bispo de Montreal, Bispo Bourget. Este testemunho foi divulgado ao mundo e, portanto, deve ter chegado ao conhecimento da Hierarquia Católica, mas nunca responsabilizou nenhum desses padres pelo notório crime! Nenhum deles jamais perdeu sua posição ou bom caráter na igreja, a despeito de sua conexão com essa conspiração de assassinato. Portanto, a Hierarquia se apresenta perante o mundo hoje como tendo dado sua aprovação à conduta desses padres.

Consideremos agora o julgamento de John H. Surratt em um tribunal civil. Nosso objetivo não é analisar o julgamento em si, mas apenas mostrar o interesse do sacerdócio católico nele, a animosidade da defesa em relação ao governo, e os meios empregados para garantir sua absolvição.

A influência jesuíta está presente em todas as etapas desse julgamento e, por isso, um dos processos mais importantes da história da jurisprudência americana foi quase transformado em uma farsa pela habilidade e astúcia da defesa, exercidas com base nos preparativos feitos antecipadamente para garantir a absolvição do acusado.

A lei do Congresso, especificando particularmente como os júris no tribunal criminal do Distrito de Columbia deveriam ser selecionados, foi completamente ignorada em alguns de seus aspectos mais importantes e essenciais.

Os advogados de defesa foram cuidadosamente selecionados. Havia três deles: o Sr. Merrick e os dois Bradley, o pai e o filho. Destes, apenas um, o Sr. Merrick, era membro da Igreja Católica. Os Bradley eram episcopais, mas, em suas simpatias políticas, eram hostis ao governo e totalmente solidários com seus inimigos e com os assassinos.

Quando o júri escolhido foi contestado pela acusação, tendo sido apresentadas boas razões para sua rejeição, o advogado de defesa se opôs vigorosa e persistentemente. É claro que devia haver um motivo especial para isso, pois a falha dos oficiais responsáveis em observar os requisitos da lei tornou-se tão manifesta que não podia ser contestada. No entanto, vazou a informação de que dezesseis dos vinte e quatro selecionados eram católicos e, assim, o motivo do empenho da defesa em manter o júri tornou-se óbvio.

O júri foi descartado, e uma lista de candidatos foi convocada, da qual se obteve um novo júri, finalmente formado após um esforço de dois dias. E como a acusação desejava remover, tanto quanto possível, todas as considerações e influências religiosas e políticas do julgamento, um número considerável de católicos foi aceito neste júri. O julgamento então prosseguiu.

A defesa imediatamente começou a colocar o governo, e não o réu, em julgamento. Eles o acusaram do assassinato de uma mulher inocente, Sra. Surratt; e de ter garantido sua condenação por meio de um tribunal ilegal, organizado para condenar, e não para julgar. Por todos os meios ao seu alcance, a defesa despertou um espírito partidário de fanatismo político e religioso, e assim cercaram o tribunal com a atmosfera e o espírito de uma convenção política, e removeram, tanto quanto possível, a atmosfera e o espírito de um procedimento judicial. O resultado foi um júri indeciso. O autor foi informado por um homem muito inteligente – que desempenhou um papel proeminente neste julgamento – de que ele encontrou um dos jurados no dia seguinte ao julgamento, alguém aparentemente muito franco e esclarecido, e perguntou-lhe se ele se sentia à vontade para dizer como o júri estava dividido. Ele respondeu que estavam quase igualmente divididos entre condenação e absolvição. Ele então perguntou se eles consideravam John Surratt culpado. "Oh, sim", ele respondeu, "nós o consideramos culpado, mas achamos que sua condenação seria um triunfo para os Radicais, e pensamos que o enforcamento de sua mãe já era suficiente".

Um fato particularmente notável em conexão com esse julgamento e que é relevante para o assunto de nossa investigação, foi o profundo interesse manifestado pelo clero católico de Washington no processo e sua simpatia pelo acusado. Quase não houve um dia durante o julgamento em que um ou mais deles não estivessem presentes na sala do tribunal. Eles também deixaram claro que estavam lá em nome do réu e, evidentemente, prontos para ajudá-lo em sua defesa.

Sempre que a acusação chamava uma testemunha cujo depoimento era particularmente prejudicial ao acusado, providenciava-se uma testemunha para refutá-lo, geralmente um membro da Igreja Católica. Também é significativo que nenhuma dessas testemunhas conseguia passar pelo rigor do interrogatório do Juiz Pierrepont sem ser prejudicada. Parecia que a tarefa desses padres era ajudar o advogado de defesa do réu, encontrando as testemunhas de que precisavam e as instruindo sobre o que deveriam dizer. Assim, ficou evidente, em mais de uma ocasião, que testemunhas haviam sido providenciadas para apresentar testemunhos fabricados, de maneira a atender às necessidades do caso.

A maneira como essas testemunhas depuseram e o fato de nunca terem resistido ao teste do interrogatório minucioso do juiz Pierrepoint levantaram a suspeita de que elas haviam sido subornadas e que alguém tinha a tarefa especial de encontrar e empanturrar o tribunal com testemunhas para a ocasião.

John H. Surratt estudou no St. Mary's College por um ou dois anos antes do início da guerra. Ele havia começado um curso universitário com a intenção de seguir o sacerdócio. No entanto, suas simpatias pelo Sul eram tão fortes que ele deixou a faculdade, abandonou suas aspirações sacerdotais e se envolveu ativamente no serviço secreto do governo confederado.

Como estudante, ele era muito popular na faculdade e parecia ter conquistado o favor do diretor e do corpo docente. As férias de verão da faculdade ocorreram durante o julgamento, e o diretor aproveitou a oportunidade para passar um dia no tribunal, sentado ao lado do réu durante todo o dia. Sua presença ali, sem dúvida, tinha a intenção de influenciar os membros católicos do júri. Era como se ele quisesse dizer: "Vocês estão vendo de que lado estou." Muitos dos estudantes daquela faculdade aproveitaram a oportunidade para visitar seu ex-colega durante o julgamento e sempre manifestaram sua simpatia por ele com as mais calorosas saudações amigáveis, sentando-se ao seu lado.

Como o tratamento deles foi diferente para seu colega estudante, L. J. Wiechmann, que também tinha o sacerdócio em vista, mas, incapaz de continuar na faculdade, suspendeu temporariamente os estudos para refazer-se financeiramente. Ele primeiro encontrou emprego como professor em uma das escolas católicas da cidade de Washington. Mas, encontrando uma posição mais lucrativa em um dos escritórios do governo, no departamento militar, ele renunciou ao cargo de professor e tornou-se um funcionário do General Hoffman, que era Comissário Geral de prisioneiros. A Sra. Surratt alugou sua propriedade em Surrattsville, mudou-se para uma casa em Washington e, como meio de sustento, aceitava hóspedes.

Por ter conhecido o filho dela, John H. Surratt, no St. Mary's College, Wiechmann passou a morar na casa dela, onde se hospedou por alguns meses antes e até à época do assassinato. Dessa forma, ele testemunhou muitas coisas que aconteceram naquela casa em relação à conspiração, mas sem entender seu significado. E como ele era um jovem muito agradável e prestativo, inteligente e esperto, parece ter sido um favorito da Sra. Surratt. Ele frequentemente a acompanhava à igreja, pois ela era uma católica muito devota. Ela o procurou em duas ocasiões, pouco antes do assassinato, para levá-la de carro até sua antiga casa em Surrattsville. A última vez foi na tarde anterior ao assassinato.

Assim que o assassinato se tornou conhecido, a polícia militar da cidade e toda a força do serviço secreto do General Baker foram mobilizadas para descobrir os autores do crime. Logo se constatou que foi John Wilkes Booth quem atirou no Presidente. E os detetives logo descobriram que Surratt era cúmplice de Booth e que Booth, nos últimos dias, era um visitante frequente da casa da Sra. Surratt. Assim, em seis horas após o assassinato, a casa da Sra. Surratt foi visitada pelos detetives, e todos os seus moradores foram mantidos sob sua vigilância.

Wiechmann foi voluntariamente ao escritório do Marechal Provost, junto com outro morador da casa da Sra. Surratt chamado Hollohan, e se submeteu a um interrogatório rigoroso na manhã seguinte. Wiechmann, honestamente e conscientemente, em resposta às perguntas que lhe foram feitas, narrou tudo o que sabia sobre as visitas de Booth à casa da Sra. Surratt. O interrogatório revelou que os assuntos de Booth ali eram sempre com John H. Surratt e, em sua ausência, com sua mãe, e que eram sempre estritamente privados e confidenciais. Wiechmann foi assim descoberto como uma testemunha importante no caso e foi mantido como tal pelo governo.

Após as prisões da Sra. Surratt e de Payne, Wiechmann reconheceu Payne como um homem que havia feito duas visitas à casa da Sra. Surratt, uma vez sob um nome falso e outras circunstâncias suspeitas, e permaneceu ali por três dias em sua última visita. Ele partiu para Baltimore, mas retornou clandestinamente à cidade alguns dias depois, ocupando um alojamento que Surratt providenciou para ele, onde foi mantido escondido. Mas a Sra. Surratt o visitou em uma ocasião, conforme Wiechmann sabia. Ele relatou fielmente todos esses detalhes ao investigador.

Durante o julgamento da Sra. Surratt, ele se mostrou uma testemunha conscienciosa da verdade. Ele foi colocado em uma posição muito delicada e difícil, sendo chamado a testemunhar num caso em que as pessoas com quem ele havia se associado intimamente, e confiado como amigos, estavam sendo julgadas por um crime da mais alta gravidade e que envolvia suas vidas. Seu comportamento perante o tribunal deixou claro que ele sentia profundamente a delicadeza e a gravidade de sua posição, mas que não poderia se esquivar de uma divulgação franca dos fatos que haviam chegado ao seu conhecimento em relação ao caso.

Os fatos revelados por esta testemunha, por si só, embora levantassem fortes suspeitas da ligação da Sra. Surratt com o crime, não eram suficientes para condená-la. Foi somente quando o testemunho de Lloyd e do Coronel Smith complementou o de Wiechmann que sua culpa foi claramente demonstrada.

Em virtude de Wiechmann ter sido trazido para o caso como testemunha e ter prestado um testemunho honesto e verdadeiro, ele foi cruelmente perseguido pelo clero católico, sendo tratado como uma pessoa excomungada tanto por padres quanto por leigos, digna apenas de desprezo, escárnio e exclusão. Ele foi informado de que nunca teria permissão para entrar no sacerdócio. E foi somente através dos bons ofícios do governo que ele conseguiu encontrar um emprego para ganhar a vida. Ele nunca mais viu o rosto de nenhum padre, por muitos anos pelo menos, sem perceber a mais profunda expressão de ódio e desprezo. Foi completamente boicotado e banido por sua igreja.

Wiechmann foi chamado como testemunha novamente durante o julgamento de John H. Surratt, quando todos os esforços foram feitos pelo advogado de defesa para fazê-lo contradizer o testemunho que havia prestado perante a comissão, mas sem sucesso. Para desacreditá-lo, recorreu-se ao testemunho fabricado mencionado anteriormente.

Nisso eles também foram frustrados. Wiechmann foi atormentado no banco das testemunhas por dois dias inteiros e tratado com absoluto desprezo pelo advogado de defesa. Eles o rotularam como uma testemunha perjura, embora não tivessem conseguido impugná-lo pelos métodos conhecidos da lei. Ele foi acusado de ter sido membro da conspiração e de ter testemunhado falsamente para salvar seu próprio pescoço, condenando a Sra. Surratt. Chegou-se a acusá-lo de ter comprado sua imunidade do governo, consentindo em prestar um testemunho combinado, a fim de condenar a Sra. Surratt. Essa acusação também foi reiterada publicamente, em um período muito recente.

Wiechmann estava no banco das testemunhas no momento da visita do diretor do St. Mary's College e de seus alunos a Surratt no tribunal, mas não conseguiu obter o menor sinal de reconhecimento de nenhum deles. Foram rápidos e livres para mostrar sua mais calorosa simpatia pelo homem que se apresentava perante o mundo como culpado do assassinato do Presidente dos Estados Unidos, mas não reconheceriam o homem que, até há pouco tempo, era colega na faculdade. E por que isso? A única razão óbvia era que Wiechmann havia sido uma testemunha honesta e conscienciosa da verdade.

O mesmo tratamento foi dado pelo advogado do acusado a outra testemunha, o Dr. McMillen.

Lembre-se de que esta testemunha era o cirurgião do Peruvian, e que foi aos seus cuidados que Surratt foi entregue, sob o nome de McCarthy, por seus co-conspiradores, Boucher e La Pierre.

A viagem pelo Atlântico durou sete ou oito dias, e como o médico era o único a bordo em quem Surratt podia confiar, e como ele carregava em seu peito os segredos de um grande crime que pesava muito em sua consciência, sendo constantemente assombrado pelo espectro dos detetives, era natural que ele buscasse alívio na companhia confidencial de McMillen. Ele se tornou muito comunicativo e relatou as dificuldades que experimentou e superou ao escapar de Washington e voltar para o Canadá, após o assassinato, os papéis desempenhados por Porterfield, Boucher e La Pierre em mantê-lo escondido no Canadá por cinco meses, além de muitas outras coisas relacionadas à conspiração, e, finalmente, revelou-lhe sua identidade. O depoimento dessa testemunha foi totalmente conclusivo quanto à culpa de Surratt e, portanto, o advogado do réu o tratou de maneira particularmente odiosa.

Eles o trataram, desde o início, como tratariam uma testemunha condenada por perjúrio, embora não pudessem desacreditá-lo por nenhum método legal. Não conseguiam olhá-lo ou falar dele sem expressar desprezo e escárnio. A tentativa de desacreditar essa testemunha parecia tão importante que o padre Boucher veio voluntariamente do Canadá para refutar seu testemunho. Seu servo, Du Tilly, também foi trazido. Mas, apesar de terem se mostrado testemunhas rápidas e muito dispostas, não puderam desacreditar essa testemunha. Sob o interrogatório minucioso do Juiz Pierrepont, foram levados a corroborar o testemunho dado pelo médico, em todos os seus aspectos mais essenciais e importantes, e o padre acabou se incriminando como igualmente culpado. [2]

Lincoln era alvo de Roma

Parece que os jesuítas tinham em mente, desde o início da guerra, encontrar uma ocasião para eliminar o Sr. Lincoln. Como eles controlavam a imprensa, começaram a espalhar um parágrafo afirmando que o Sr. Lincoln havia nascido na Igreja Católica e se tornado membro da igreja por meio do batismo, e que ele havia apostatado e se tornado um herege. O Sr. Lincoln havia visto essa declaração circulando pela imprensa e acreditava que uma falsidade tão grosseira não teria sido publicada sem um propósito. Por ocasião de uma visita do Padre Chiniquy por volta dessa época, o Sr. Lincoln chamou sua atenção para esse parágrafo, dizendo que estava muito perplexo ao tentar descobrir o objetivo de sua publicação. Perguntou-lhe se ele poderia dar alguma pista sobre o motivo que inspirou tal falsidade. Segue o relato do próprio Padre Chiniquy sobre seu diálogo com o Presidente:

"No dia seguinte, eu estava lá na hora marcada com meu nobre amigo, que disse: 'Não pude lhe dar mais do que dez minutos ontem, mas vou lhe dar vinte hoje; quero sua opinião sobre algo que é extremamente intrigante para mim, e o senhor é a única pessoa com quem gosto de falar sobre o assunto. Um grande número de jornais democratas tem sido enviado a mim ultimamente, evidentemente escritos por católicos, publicando que nasci católico e fui batizado por um padre. Eles me chamam de renegado, de apóstata, por causa disso; e amontoam sobre minha cabeça montanhas de insultos. No começo, eu ria disso, pois é mentira. Graças a Deus, nunca fui católico. Nenhum sacerdote de Roma jamais colocou a mão sobre minha cabeça. Mas a persistência da imprensa romana em apresentar essa falsidade a seus leitores como uma verdade evangélica deve ter um significado. Por favor, diga-me, da forma mais breve possível, o que você pensa sobre isso.'

"'Meu caro Presidente', respondi, 'foi justamente essa estranha história publicada a seu respeito que me trouxe aqui ontem. Eu queria lhe dizer uma palavra sobre isso, mas o senhor estava muito ocupado. Deixe-me dizer-lhe que chorei como uma criança quando li essa história pela primeira vez. Pois não só tenho a impressão de que essa é a sua sentença de morte, como também sei, pelos lábios de um padre convertido, que foi para incitar o fanatismo dos assassinos católicos – que eles esperam encontrar, mais cedo ou mais tarde, para matá-lo – que eles inventaram essa falsa história de que o senhor nasceu na Igreja de Roma e foi batizado por um padre. Com isso, eles querem marcar seu rosto com o ignominioso estigma da apostasia. Não se esqueça de que, na Igreja de Roma, um apóstata é um pária que não tem lugar na sociedade e que não tem o direito de viver. Os jesuítas querem que os católicos acreditem que o senhor é um monstro, um inimigo declarado de Deus e da Igreja, que o senhor é um homem excomungado. Pois todo apóstata é, ipso facto, excomungado.

"'Eu lhe trouxe a teologia de um dos mais eruditos e aprovados jesuítas de sua época, Bussambaum, que, com muitos outros, diz que o homem que o matar fará um trabalho bom e santo. Mais do que isso, aqui está uma cópia de um decreto de Gregório VII, proclamando que matar um apóstata ou herege, e um homem excomungado, como tem sido declarado a seu respeito, não é assassinato; pelo contrário, trata-se de uma boa ação cristã. Esse decreto está incorporado ao direito canônico, que todo padre deve estudar e que todo bom católico deve seguir.

"'Meu caro presidente, devo repetir aqui o que eu disse quando estava em Urbana em 1856. Temo que o senhor caia sob os golpes de um assassino jesuíta se não prestar mais atenção do que tem feito até agora para se proteger. Lembre-se de que, como Coligny era herege, assim como o senhor, ele foi brutalmente assassinado na noite de São Bartolomeu; de que Henrique IV foi apunhalado pelo assassino jesuíta Revaillae no dia 14 de maio de 1610, por ter dado liberdade de consciência a seu povo; e de que Guilherme, o Taciturno, foi morto a tiros por outro assassino jesuíta chamado Girard, por ter quebrado o jugo do papa. A Igreja de Roma é absolutamente a mesma hoje que era naquela época; ela acredita e ensina hoje, como naquela época, que tem o direito e que é seu dever punir com a morte qualquer herege que esteja em seu caminho como um obstáculo a seus desígnios.

"'A unanimidade com que a hierarquia católica dos Estados Unidos está do lado dos rebeldes é uma evidência incontestável de que Roma quer destruir a República e, como o senhor é o maior obstáculo ao esquema diabólico deles, por sua influência pessoal e popularidade, seu amor pela liberdade e sua posição, o ódio deles está concentrado no senhor; o senhor é o objeto diário de suas maldições; é contra o seu peito que eles dirigirão seus golpes. Sinto o sangue esfriar em minhas veias quando contemplo o dia que pode chegar, mais cedo ou mais tarde, quando Roma acrescentará a todas as suas outras iniquidades o assassinato de Abraham Lincoln.'" (Chiniquy, Cinquenta anos na Igreja de Roma, p. 384, 385)

A acusação de que Roma foi responsável pelo assassinato de Abraham Lincoln foi feita pela primeira vez, que eu saiba, pelo Padre Chiniquy e foi baseada não apenas nos fatos que apresentei aqui, mas também em fatos que ele descobriu por meio de sua própria investigação pessoal. Sua acusação é feita de forma clara e explícita em seu livro, "Cinquenta Anos na Igreja de Roma", no qual ele mostra que o Sr. Lincoln atraiu a inimizade mortal dos jesuítas ao frustrá-los em uma tentativa de condenar o Padre Chiniquy por um crime do qual o haviam acusado falsamente, e que, se tivessem sido bem-sucedidos em condená-lo, não apenas teriam arruinado sua reputação, mas também assegurado sua prisão.

O Sr. Lincoln defendeu o padre Chiniquy e, aparentemente por meio de uma providência especial, recebeu provas que revelaram a perversa conspiração para destruí-lo e os condenou por perjúrio, o que lhe permitiu derrotar triunfantemente o esquema perverso dos jesuítas, golpeando-os tão severamente que os fez tremer de ódio e fugir, jurando vingar-se.

Ao expressar seus calorosos agradecimentos ao Sr. Lincoln, o Padre Chiniquy não pôde conter as lágrimas. Surpreso com isso, o Sr. Lincoln disse-lhe que ele deveria ser o homem mais feliz do mundo. O Padre Chiniquy respondeu que suas lágrimas eram pelo Sr. Lincoln, e não por ele mesmo. Ele então explicou a causa de sua emoção, dizendo que, conhecendo os jesuítas como conhecia, e lendo um propósito de vingança em seus olhos assassinos, sabia que eles nunca descansariam até terem tramado sua morte. Isso ocorreu em Urbana, Ohio, em 1856.

Na Providência de Deus, coube ao Sr. Lincoln o dever de reprimir uma rebelião formidável e de manter a autoridade do governo por meio de sua força militar. O Padre Chiniquy, percebendo que um estado de guerra daria aos jesuítas a oportunidade que procuravam para vingar-se pessoalmente e desferir um golpe na vida do governo, fez três visitas diferentes ao Presidente durante sua administração, para alertá-lo sobre o perigo e colocá-lo em guarda. Como o Padre Chiniquy gentilmente autorizou-me a usar seu livro para os propósitos desta obra, apresentei acima o relato de uma dessas visitas e farei ainda mais uso de seu livro, ao encerrar esta investigação.

Ao fazê-lo, no entanto, sinto que devo recomendar o livro do Padre Chiniquy a todos que desejam se informar completamente sobre o caráter, as reivindicações e os propósitos perversos da Hierarquia Católica Romana. O Padre Chiniquy teve uma experiência longa, variada e cruel na Igreja Católica, passando vinte e cinco anos de sua vida em seu sacerdócio. Pela graça de Deus, ele foi levado a ver e renunciar aos erros da igreja em que havia sido criado e, assim, tornando-se cristão, passou quase outros cinquenta anos como um ministro capaz e honrado de uma igreja protestante, advertindo as nações sobre o perigo da Hierarquia Católica Romana e, especialmente, dos jesuítas. Quem dera que todo cidadão americano pudesse ler seu livro! Ser-lhe-ia uma experiência reveladora.

Agora, ao rastrear a história deste assassinato, conforme revelada pelo testemunho prestado perante a Comissão Militar e perante um tribunal civil, dois anos depois, nos deparamos com a Igreja Católica em todos os momentos, sempre como uma parte profundamente interessada, o que mostra sua relação com o crime. Sua simpatia estava sempre com os assassinos, onde quer que entrássemos em contato com ela. Seu ânimo em relação ao governo sempre se mostrou de ódio e desprezo amargos. Sua maneira era a de um leão roubado de sua presa. Todos os seus esforços concentraram-se em proteger e ajudar os réus. E quando falhou nisso, recorreu à difamação e ao desprezo contra o governo. Assim, a história deste grande crime nos revela a responsabilidade de Roma pelo assassinato de Abraham Lincoln, não só contra sua pessoa, por mais que o ódio pessoal por parte dos jesuítas os tenha levado a planejar sua morte, mas contra o chefe da nação que desejavam destruir. Vejamos agora a prova mais positiva e inequívoca da cumplicidade da Hierarquia Romana e de sua responsabilidade por este crime.

O padre Chiniquy estava tão convencido de que os padres de Roma estavam no centro dessa trama que dedicou grande parte de seu tempo investigando o assunto, a fim de provar esse fato. O resultado de suas investigações será melhor apresentado em suas próprias palavras:

"'O assassínio não pode ficar em segredo' – eis uma verdade repetida por todas as nações desde o início do mundo. Foi o conhecimento dessa verdade que me sustentou em minhas longas e difíceis pesquisas sobre os autores do assassinato de Lincoln e que me permite hoje apresentar ao mundo um fato que se diria quase milagroso, e que mostra a cumplicidade dos sacerdotes de Roma no assassinato do presidente mártir.

"Há algum tempo, encontrei-me providencialmente com o reverendo F. A. Conwell, de Chicago. Sabendo que eu estava em busca de fatos sobre o assassinato de Abraham Lincoln, ele me disse que conhecia certas coisas que talvez pudessem lançar luz sobre o assunto de minhas pesquisas.

"'No mesmo dia do assassinato', disse ele, 'estava no vilarejo católico de St. Joseph, no estado de Minnesota, quando, por volta das seis horas da tarde, foi informado por um católico do local,  fornecedor de um grande número de padres ali residentes num mosteiro, que o secretário de estado Seward e o presidente Lincoln tinham acabado de ser assassinados.

"'Isso me foi contado na presença de um senhor muito respeitável chamado Bennett, que não estava menos intrigado do que eu. Como não havia estrada de ferro a menos de sessenta e quatro quilômetros, nem posto telegráfico a menos de cento e vinte e oito quilômetros daquele lugar, não podíamos entender como tal notícia foi divulgada naquela cidade. No dia seguinte, 15 de abril, eu estava em St. Cloud, uma cidade a cerca de 19 quilômetros de distância, onde não há ferrovia nem telégrafo. Eu disse a várias pessoas que na cidade de St. Joseph um católico havia me contado que Abraham Lincoln e o secretário Seward haviam sido assassinados. Disseram-me não ter ouvido nada a respeito. Porém no dia seguinte, domingo, 16 de abril, quando fui pregar na igreja de St. Cloud, um amigo me deu uma cópia de um telegrama enviado a ele no sábado, informando que Abraham Lincoln e o secretário Seward haviam sido assassinados no dia anterior, sexta-feira, dia 14, às 10 horas da noite.

"'Mas como poderia o fornecedor católico dos padres de St. Joseph ter dito a mesma coisa diante de várias testemunhas apenas quatro horas antes de sua ocorrência? Falei sobre esse fato estranho para muitas pessoas naquele mesmo dia e, no dia seguinte, escrevi para a St. Paul Press algumas palavras sob o título "Uma estranha coincidência".

"'Algum tempo depois, havendo o redator do St Paul Pioneer negado houvesse em escrito alguma coisa sobre esse assunto, dirigi-lhe a seguinte nota, que ele imprimiu, e de que guardei cópia. Ei-la aqui. O senhor pode guardá-la como prova infalível de que digo a pura verdade.

"'Ao redator do St. Paul Pioneer:

"'Afirma o sr. não ser verdadeira a pequena nota que enderecei ao St. Paul Press e que é a seguinte:

"'Uma Estranha Coincidência!

"'Às 18h30 da última sexta-feira, 14 de abril, recebi a notícia de que Lincoln e Seward haviam sido assassinados a 12 quilômetros deste lugar. O assassinato ocorreu três horas depois de eu ter recebido a notícia."

"'St. Cloud, 17 de abril de 1865

"'A integridade da história exige que a coincidência acima seja estabelecida. E se alguém a questionar, poderão ser apresentadas então provas mais fortes que as engendradas nas sombras sanguinárias para aliviar um traidor."

"'Respeitosamente,

"'F. A. Conwell.'"

"Pedi a esse senhor a bondade de jurar sobre esse fato, para que eu pudesse usá-lo no relatório que pretendia publicar sobre o assassinato de Lincoln. E ele gentilmente atendeu meu pedido da seguinte forma:

"'Estado de Illinois,

"'Condado de Cook

"'O Rev. F.A. Conwell, sob juramento, depõe e diz ter setenta e um anos de idade; que reside em North Evanston, no condado de Cook, Estado de Illinois; que exerce o ministério há cinquenta e seis anos e é atualmente um dos capelães do 'Seamen's Bethel Home', em Chicago; que foi capelão do Primeiro Regimento de Minnesota, na Guerra da Secessão.

"'Que no dia 14 de abril de 1865, d.C., ele estava em St. Joseph, Minnesota, e chegou lá às seis da tarde em companhia do Sr. Bennett, que, na época residia e ainda reside em St. Cloud, Minnesota, a cerca de 64 quilômetros de distância.

"'Que naquela data não havia posto telegráfico mais próximo do que Minneapolis, a cerca de 128 quilômetros de St. Joseph; e não havia estrada de ferro mais próxima do que em Avoka, Minnesota, a cerca de 64 quilômetros de distância.

"'Que quando ele chegou a St. Joseph no dia 14 de abril de 1865, o Sr. Linneman, que na época mantinha um hotel em St. Joseph, disse ao declarante que o presidente Lincoln e o secretário Seward haviam sido assassinados; que não passava de seis e meia da tarde, da sexta-feira, 14 de abril de 1865, quando o Sr. Linneman me disse isso.

"'Pouco depois, o Sr. Bennett entrou no hotel e eu lhe disse que o Sr. Linneman dissera que o presidente Lincoln e o secretário Seward tinham sido assassinados; e então o mesmo Sr. Linneman relatou a mesma conversa ao Sr. Bennett em minha presença.

"'Nessa ocasião, contou-me ainda o Sr. Linneman que era responsável pelo seminário dos moços que em St. Joseph estudavam para o sacerdócio; que nessa ocasião havia um grande numero dessa gente em St. Joseph.

"'Declarou ainda que na manhã de sábado, 15 de abril de 1865, foi a St. Cloud, a uma distância de cerca de 16 quilômetros, e chegou lá por volta das oito da manhã; nesse lugar não havia estrada de ferro ou telégrafo.

"'Quando chegou em St. Cloud, contou ao Sr. Haworth, dono do hotel, que havia sido informado de que o presidente Lincoln e o secretário Seward haviam sido assassinados, indagando se não era boato.

"'Já havia contado isso a Henry Clay, a Wait, a Charles Gilman, que havia sido vice-governador de Minnesota, e ao reverendo Tice, e lhes perguntara o que sabiam do assunto, respondendo estes que nada tinham ouvido.

"'Depôs ainda que na manhã de domingo, 16 de abril de 1865, ele pregou em St. Cloud e, a caminho da igreja, recebeu uma cópia de um telegrama informando que o presidente e o secretário haviam sido assassinados na sexta-feira à noite, por volta das nove horas. Esse telegrama foi levado a St. Cloud pelo Sr. Gorton, que chegara a St. Cloud pela diligência, e essa foi a primeira informação que chegou a St. Cloud sobre o acontecimento.

"'Depôs ainda que na manhã de segunda-feira, 17 de abril de 1865, forneceu ao jornal 'Press', de St. Paul, uma declaração de que, três horas antes do crime, havia sido informado em St. Joseph, Minnesota, que o presidente havia sido assassinado, e tal informação foi publicada pelo 'Press'.

"'Francis Asbury Conwell

"'Assinado, sob juramento, por Francis A. Conwell, perante mim, Tabelião Público do Condado de Kankakee, Illinois, em Chicago, Condado de Cook, Illinois, no 6º dia de setembro de 1883.

"'Stephen R. Moore, Tabelião Público.'"

O padre Chiniquy acrescenta: "Embora esse documento fosse muito importante e precioso para mim, senti que seria muito mais valioso se pudesse ser corroborado pelo testemunho dos próprios Srs. Bennett e Linneman, e imediatamente enviei um magistrado para descobrir se eles se lembravam dos fatos da declaração juramentada do Rev. Sr. Conwell. Pela boa providência de Deus, esses dois senhores foram encontrados vivos e ambos prestaram os seguintes depoimentos:

"'Estado de Minnesota,

"'Condado de Sterns,

"'Cidade de St. Cloud.

"'Horace B. Bennett, sob juramento, depõe e diz ter sessenta e quatro anos de idade; que é morador de St. Cloud, Minnesota, e reside neste condado desde 1856; que conhece o Rev. F. A. Conwell, que foi capelão do Primeiro Regimento de Minnesota na Guerra da Secessão; que no dia 14 de abril de 1865, ele estava em St. Joseph, Minnesota, em companhia do Sr. Frances A. Conwell; que chegaram a St. Joseph por volta do pôr do sol do dia 14 de abril; que não havia comunicação telegráfica, nem estrada de ferro em St. Joseph naquela época, sendo a mais próxima a de Avoka, a cerca de 64 quilômetros.

"'Que chegando ao hotel dirigido pelo Sr. Linneman, foi à cocheira, enquanto o Rev. F. A. Conwell entrou no hotel: pouco depois, retornou ao hotel e o Rev. Conwell lhe disse ter ouvido do Sr. Linneman que o presidente Lincoln tinha sido assassinado; o Sr. Linneman estava presente no momento e confirmou a declaração.

"'Depôs mais que na manhã de sábado, 15 de abril, veio com o Rev. Conwell a St. Cloud e relataram o que tinham ouvido em St. Joseph acerca do assassinato de Lincoln; que ninguém em St. Cloud tinha ouvido falar do evento naquele momento; que a primeira notícia do evento chegou a St. Cloud na manhã de domingo, 16 de abril, quando a notícia veio por intermédio de Leander Gorton, recém-chegado de Avoka, Minnesota; que falaram com várias pessoas de St. Cloud a respeito do assunto quando aí chegaram no domingo de manhã, mas o declarante não se lembra agora quem eram tais pessoas, e nada mais disse.

"'Horace P. Bennett.

"'Fez o juramento e assinou na minha presença, neste 18º dia de outubro de 1883, d.C.

"'Andrew C. Robertson, Tabelião Público.'"

Com relação ao Sr. Linneman, o padre Chiniquy diz:

"Tendo o Sr. Linneman se recusado a jurar sobre sua declaração escrita que tenho em minha posse, tomei dela apenas o que se refere ao fato principal, a saber: que três ou quatro horas antes de Lincoln ser assassinado em Washington, em 14 de abril de 1865, o crime era já contado como consumado na vila de St. Joseph, Minnesota.

"'Ele (Linneman) se lembra da ocasião em que os Srs. Conwell e Bennett chegaram a este lugar (St. Joseph, Minnesota) na sexta-feira à noite, antes de o presidente ser morto, e ele lhes perguntou se tinham ouvido alguma coisa da morte do mesmo, e eles lhe responderam que não. E ouvira tal notícia em seu armazém, de gente que entrava e saia. Mas não se lembra de quem ouviu tal coisa.

"'20 de outubro de 1883.

"'J. H. Linneman.'"

Agora temos evidências concretas de que esses padres jesuítas, sacerdotes de Roma, envolvidos na preparação de jovens para o sacerdócio na remota vila de St. Joseph, em Minnesota, estavam em correspondência com seus irmãos na cidade de Washington e haviam sido informados de que o plano de assassinar o Presidente havia sido amadurecido, os agentes para sua realização haviam sido encontrados, o momento para sua execução havia sido definido e eles estavam tão certos de sua realização que podiam anunciá-la como já consumada, três ou quatro horas antes de ter sido concluída. A antecipação de sua realização os alegrou tanto que eles não puderam deixar de espalhá-la, entre a multidão romana, como uma notícia gloriosa.

Esse testemunho deixa claro que a Sexta-Feira Santa foi escolhida como o momento apropriado para sua realização; que as formas e os meios foram planejados, e que não havia perspectiva de fracasso.

Na época em que essa notícia foi transmitida a esses padres, não se sabia que o Presidente Lincoln compareceria ao Teatro Ford; e, portanto, é claro que, se essa oportunidade não tivesse sido oferecida a Booth e seus conspiradores, eles ainda teriam tentado de alguma outra forma; que seu propósito havia sido fixado; e sua determinação era tão desesperada que eles não teriam sido frustrados em sua tentativa por quaisquer dificuldades que pudessem ter encontrado.

A mensagem de que naquela Sexta-feira Santa Lincoln seria assassinado foi transmitida ao colégio jesuíta em St. Joseph, Minnesota, e sem dúvida a todas as outras instituições jesuítas nos Estados Unidos, no Canadá e na Confederação.

Que o propósito dessa trama era derrubar nosso governo pode ser visto no fato de que o secretário Seward também seria morto naquele dia.

Essa notícia só poderia ter sido comunicada a esses jesuítas por seus colegas em Washington, que, sob a proteção e hospitalidade de nosso governo, estavam assim, na hora de sua provação dolorosa e perigo extremo, planejando e tramando sua destruição; e prontos, para esse fim, a recorrer à sua política favorita de assassinato. Sinto, no entanto, que devo dar aos meus leitores a própria interpretação do Padre Chiniquy sobre essa evidência. Ele diz:

"Apresento aqui ao mundo um fato da maior gravidade, e esse fato é tão bem autenticado que não permite sequer a possibilidade de dúvida.

"Três ou quatro horas antes de Lincoln ser assassinado em Washington, no dia 14 de abril de 1865, tal crime não só era conhecido por alguém, como sua notícia já circulava e era objeto de comentários nas ruas e casas da mui católica cidade de St. Joseph, Minnesota. O fato é inegável; os testemunhos são incontestáveis, e não havia em St. Joseph estrada de ferro ou telégrafo, que distavam 64 e 128 quilômetros. Naturalmente, perguntará alguém: Como tal notícia se espalhou ali? Qual a fonte de tais novidades?

"O Sr. Linneman, que é católico, nos diz que, embora as ouvisse de várias pessoas em seu armazém e nas ruas, não se lembra sequer o nome de uma delas. E quando ouvimos isso dele, entendemos por que não ousou jurar sobre o assunto e por que evitou a ideia de perjurar.

"Pois vê-se claramente que sua memória não pode ser assim tão fraca, uma vez que se lembra perfeitamente dos nomes dos dois estranhos, os Srs. Conwell e Bennett, aos quais anunciou o assassinato de Lincoln há dezessete anos. Mas se a memória do Sr. Linneman é tão deficiente quanto a esse assunto, podemos ajudá-lo, dizendo-lhe com precisão matemática:

"O senhor recebeu a notícia de seus padres de St. Joseph!  A conspiração que custou a vida do presidente mártir foi preparada pelos padres de Washington na casa de Mary Surratt, no número 541 da H Street.

"Os sacerdotes de St. Joseph visitavam constantemente Washington, hospedando-se provavelmente na casa da Sra. Surratt, assim como também os padres de Washington visitavam constantemente os colegas de St. Joseph.

"... Não havia segredos para eles, como não há segredos para os padres. Eram todos membros de um mesmo corpo, ramos da mesma árvore. Os detalhes do assassinato, até mesmo o dia escolhido para sua execução, eram tão bem conhecidos entre os padres de St. Joseph como entre os de Washington. Sim, porque a morte de Lincoln seria para todos eles um glorioso acontecimento! Era preciso matar aquele infame apóstata que fora batizado na Igreja Romana e que contra ela se rebelara, quebrando seu voto de fidelidade ao papa, feito no dia de seu batismo; e indivíduo que estava agora vivendo como um verdadeiro apóstata. Sim, era preciso trucidar aquele infame Lincoln que ousara batalhar contra a Confederação Sulista, cuja causa ainda naqueles dias fora solenemente declarada pelo Vigário de Cristo como uma causa justa, legítima e santa! Sim, aquele tirano sanguinolento, aquele homem ímpio e infame receberia finalmente a justa retribuição de todos os seus crimes; e isso seria no dia 14 de abril! Oh, que novas gloriosas! Como poderiam os padres papistas esconder tão gloriosa novidade ao seu amigo do peito. o Sr. Linneman?!

"Este era o confidente deles; era o seu fornecedor; era a mão direita deles em St. Joseph! Os padres sentiam que aquele amigo do peito teria razões sobejas de censurá-los, acusando-os de falta de confiança, caso eles nada lhe contassem do glorioso acontecimento daquele grande dia. E, certamente, pediram-lhe que nunca revelasse os nomes deles, se se resolvesse a espalhar as alegres novas entre os devotos católicos de que se compunha quase exclusivamente a população de St. Joseph. E o Sr. Linneman fiel e honradamente cumpriu sua promessa de nunca revelas os nomes deles; e assim é que hoje temos em nossas mãos a declaração por ele assinada de que alguém, a 14 de abril, lhe contou que o presidente Lincoln acabava de ser assassinado, e afirma não se recordar quem foi que lhe disse tal coisa!

"Mas não há um homem de bom senso que tenha qualquer dúvida sobre o fato. No dia 14 de abril de 1865, os padres sabiam e divulgaram a morte de Lincoln quatro horas antes de sua ocorrência na cidade católica de St. Joseph, Minnesota. Mas eles não podiam divulgar o fato sem conhecê-lo, e não podiam conhecê-lo sem pertencer ao grupo de conspiradores que assassinou Abraham Lincoln."

Conclusões

Nosso caso agora está perante o júri de nossos compatriotas. O que vocês dizem, senhores? A acusação de que a Hierarquia Romana estava implicada no assassinato de nosso presidente mártir é sustentada pelas evidências que apresentamos, ou foi feita injustamente?

Não temos dúvidas quanto ao veredito do povo americano quando todas essas evidências, tanto circunstanciais quanto diretas, forem devidamente consideradas e pesadas.

O caso é claro demais para admitir dúvidas razoáveis. E, com a acusação sustentada, temos diante de nós matéria para a mais grave consideração, exigindo o tratamento mais sábio, firme e heroico. O mesmo inimigo de nossas liberdades – as quais nos foram asseguradas em nossa Constituição e instituições governamentais –, que insidiosa e malignamente buscou tirar vantagem de nossa guerra civil, que teve grande participação em fomentar, tentando derrubar e destruir nosso governo, ainda está em nosso meio. E, sob o disfarce de amizade e amor às nossas instituições governamentais, está ganhando posição após posição para, finalmente, destruí-las. Há uma crise iminente e um conflito irreprimível diante de nós. A história do assassinato de nosso presidente mártir, que agora temos diante de nós, revela o caráter desesperado do inimigo que somos chamados a enfrentar. É imprudente fechar os olhos para a situação que nos confronta. Pode não ser uma tarefa agradável contemplar o maior dos perigos possíveis, mas será mais sábio fazê-lo do que fechar os olhos e gritar paz! paz! quando não há paz. Roma nunca renunciará ao controle, nem relaxará seus esforços para estabelecer seu despotismo, até que seja completamente despojada de seu poder.

Que a trombeta soe, então, por toda a extensão do país, para arregimentar os exércitos da liberdade para o conflito. Vamos agitar, agitar e agitar; e então vamos nos organizar para o conflito. Que esta seja uma guerra de discussão e agitação para uma solução pacífica das grandes questões envolvidas, para que não tenha que ser resolvida no campo de carnificina e sangue.

Se falharmos na primeira solução, mais desejável, restará então apenas a outra alternativa terrível. Nessa batalha não pode haver empate; será uma luta até o fim. Roma parece agora ter a vantagem na disputa. Mas isso ocorre apenas porque os exércitos da liberdade não estão totalmente despertos para as questões envolvidas.

Um astuto Arcebispo Jesuíta tem tido a atenção do Presidente recém-eleito e tem se esforçado para controlar seu gabinete e outras nomeações em benefício de sua igreja; e o povo patriota que votou em McKinley expressou grande decepção com a liberdade de acesso que o astuto Jesuíta tem ao chefe executivo de nossa nação. Sentiram-se mortificados e tristes ao vê-lo se instalar em Washington e, por meses, dedicar sua atenção aos interesses políticos, em vez de dedicar-se aos interesses espirituais de sua igreja. Sentiram que não era um bom presságio ver este Arcebispo e o Cardeal Gibbon cultivando relações tão amigáveis com o Presidente, evidentemente com o propósito de garantir certas nomeações muito desejáveis. E se sentiram inclinados a censurar o Presidente por permitir que isso acontecesse.

Mas eles não têm motivos para criticar o Presidente. O Arcebispo dominou o partido em St. Louis, quando fez com que o comitê da plataforma rejeitasse as resoluções oferecidas pelos representantes da Associação de Proteção Americana. Tendo o partido se rendido a ele, sentiu-se mestre da situação e esperava, é claro, ter o Presidente em seu poder, exatamente como aconteceu.

O caso também não teria sido diferente se Bryan tivesse sido eleito. O partido que o indicou não teria aceitado essas resoluções se elas tivessem sido apresentadas na convenção de Chicago, e o candidato não poderia ter adotado uma posição mais elevada do que a de seu partido.

Seria apenas outro Arcebispo que o teria assumido, e o resultado teria sido o mesmo. No entanto, temos motivos para encorajamento no fato, agora bem conhecido, de que os estados que o astuto Jesuíta pensava ter garantido foram abalados pelo volume de protestos que chegaram ao Presidente de todas as partes do país. As ordens patrióticas eram fracas na convenção, mas fortes nos protestos.

Agora, cabe a nós considerar a causa de sua fraqueza na convenção. Ela não residia na falta de números, mas na falta de organização. O voto das várias ordens patrióticas nos Estados Unidos supera o voto católico em pelo menos três para um. E, no entanto, foi o voto católico que pôde comandar a consideração dos líderes políticos do país. É fácil ver por que isso aconteceu. A organização completa das forças da Hierarquia é bem conhecida. Sabe-se que esse voto pode ser exercido, virtualmente, como uma unidade pelo sacerdócio, e que pode ser garantido por qualquer partido que fizer a oferta mais alta. Acredita-se que seja um voto de equilíbrio de poder em uma eleição presidencial, e os padres desejam que seja considerado assim, para garantir o preço mais alto por ele; não em dinheiro, mas em posição e poder. Esse é o segredo do poder de Roma com os políticos.

E agora a questão de suma importância é: como esse poder pode ser quebrado?

Isso só pode ser feito por meio de uma organização compacta e completa de todo o voto patriótico do país. Esse voto é grande o suficiente para controlar toda a situação, mas é impotente em sua condição desorganizada atual. É inútil pensar em obter a vitória sobre Roma por meio de qualquer um dos dois partidos dominantes. Eles se tornaram tão desmoralizados por meio de sua longa subserviência a Roma, e conhecem tão bem o poder de sua organização, e têm tão pouco medo das organizações patrióticas em sua condição dispersa e desconexa atual, que nada além de uma derrota esmagadora jamais os fará seguir os ditames do patriotismo. Será necessário um novo partido.

A chama do patriotismo deve ser elevada à altura de um esforço sublime. Os homens devem ser ensinados a seguir a bandeira, em vez do partido. Devemos ter um partido que se posicione ousadamente em uma plataforma de princípios fundamentais americanos. Deve declarar o direito do Estado de educar seus filhos e seu propósito de manter nosso sistema de Escolas Públicas. Deve declarar a incorporação imediata da 16ª Emenda em nossas constituições nacionais e estaduais. Isso resolverá, de uma vez por todas, a questão da apropriação de fundos públicos para quaisquer fins sectários e garantirá a completa separação entre Igreja e Estado.

Deve também declarar emendas às nossas leis de imigração que excluam todas as classes indesejáveis de virem às nossas costas, como criminosos, indigentes, analfabetos, viciosos e todos que estejam de alguma forma desqualificados para se tornarem cidadãos americanos bons e desejáveis. Então, para aqueles admitidos, o limite de sua provação deve ser estendido por um período de tempo necessário para permitir que se familiarizem com a natureza e captem o espírito de nossas instituições. O direito de votar deve ser baseado em uma qualificação de inteligência. A jurisdição legítima do poder civil deve ser exercida sobre todas as instituições privadas nas quais as pessoas são mantidas sob vigilância e controle para a preservação dos direitos e liberdades de seus internos. Nenhuma propriedade mantida por qualquer sociedade religiosa, além de casas de culto reais, deve ser isenta de impostos.

Agora, qualquer partido que possa atingir o mais alto desses requisitos para a proteção de nossas instituições, e que incorpore essas medidas em sua plataforma, deve receber o apoio unânime da Associação de Proteção Americana e de todas as outras organizações patrióticas e cidadãos individuais, desde que, em conjunto com estes, abranja todas as outras reformas em nossa política que são essenciais para a prosperidade de nosso país. Um partido que seja sólido em seu americanismo e patriótico em seus propósitos pode ser confiável para encontrar, por fim, o lado certo de todas as outras questões.

O Partido do Povo deveria, além de suas outras medidas de reforma, ser capaz de atender a esses requisitos. Mas talvez se descubra que está sob muita influência dos políticos que parecem pensar que se opor à Hierarquia Romana seria fatal para o sucesso de qualquer partido. Muito provavelmente, será necessário organizar as forças patrióticas em um novo partido que terá a coragem de aceitar e enfrentar as questões apresentadas de forma justa e direta e assumir o nome que se apresenta logicamente: "Partido Protestante Americano".

Nossas instituições civis são o resultado lógico do protesto de Lutero e seus colaboradores contra o despotismo papal. Elas são apenas o fruto colhido da árvore da Reforma. O inimigo que temos que combater é o mesmo que eles tiveram que enfrentar. A disputa é, em parte, pelo menos, sobre as mesmas questões, pois são as reivindicações civis do papado, e não seus dogmas religiosos, que somos chamados a resistir no atual campo de operações. Estes últimos, concedemos-lhe o direito de manter e ensinar; acreditando com Jefferson que "o erro é inofensivo enquanto a verdade é deixada para combatê-lo". Portanto, por mais errôneos e destruidores de almas que possamos considerar seus dogmas, eles ainda devem ser considerados sob o domínio da razão e serem combatidos pela verdade, não pelo controle civil. Mas a reivindicação do papado à jurisdição civil suprema deve ser enfrentada, de acordo com sua natureza, no campo da política. Admitir essa reivindicação é entregar todos os direitos humanos e a liberdade humana à guarda de um companheiro mortal falível e entronizá-lo como um déspota. Isso é o que é feito em teoria por todo filho leal da Igreja de Roma, e sujeitar a humanidade à mesma escravidão será sempre seu esforço supremo.

Todo sacerdote católico acredita que o Papa é o vigário de Cristo na terra e que representa a raça humana, em todos os assuntos, espirituais e temporais, no lugar de Deus. Isso o coloca na posição de autoridade suprema; de modo que todo poder civil deve ser dispensado sob sua direção e controle. Todo sacerdote não apenas acredita nisso, mas é obrigado por seu juramento de ordenação a usar todos os meios que possam estar a seu alcance para levar o mundo inteiro à aceitação desse dogma e à submissão à autoridade do Papa.

É nisso que todo o corpo do sacerdócio romano nos Estados Unidos está engajado hoje. E isso significa a subjugação de nossas instituições civis protestantes e a entrega de nossas liberdades. Aqui temos o romanismo contra o protestantismo, e seu sucesso significa simplesmente a destruição de nosso governo e o reinado do Príncipe de todos os Déspotas.

Então, tenhamos a coragem de adotar um nome de partido que sugira imediatamente as questões envolvidas na disputa e a natureza da contenda, e assim erguer uma bandeira que atrairá para seu apoio todo amante da liberdade e inimigo do despotismo. Nada alarmaria mais o inimigo que temos que combater do que esse nome, que indicaria tão claramente a verdadeira questão em jogo. Nada animaria e encorajaria mais os exércitos da liberdade.

Estou ciente de que essa proposta será recebida com a objeção de que seria insensato e perigoso introduzir o elemento das diferenças religiosas em nossas disputas políticas e, especialmente, fazer disso a base das organizações partidárias.

Mas é suficiente responder a essa objeção com a simples verdade de que são as reivindicações civis da Hierarquia Romana que resistimos, e estas claramente se enquadram no domínio da política. Nessa resistência, não interferimos, nem mesmo questionamos o sistema religioso papal. Todo cidadão americano que se beneficiou das ideias protestantes de liberdade civil e religiosa estará sempre pronto para conceder a seus concidadãos católicos a mesma proteção de seus direitos de consciência, em questões de religião, que ele reivindica para si mesmo. Mas, ao mesmo tempo, ele se certificará de que, sob o disfarce da religião, não seja permitido minar a própria base desses privilégios.

Nosso país deve ser mantido como é agora, a terra da liberdade, sob a proteção de instituições protestantes. Vamos então declarar ao mundo esse propósito, colocando-o sob o controle de um "Partido Americano Protestante".

A Hierarquia nunca teve que enfrentar nada neste país que lhe causasse tanta preocupação quanto o atual despertar patriótico. No entanto, finge considerá-lo com desprezo, mas ao mesmo tempo redobra seus esforços para pressionar seu controle sobre os políticos. É a eles que procura ajuda e apela por auxílio. Tenta esconder as questões reais, recorrendo à sua habitual prática de deturpação e falsidade. Representa o despertar patriótico como um renascimento do Nativismo. Nisso, não está tão errada. A A.P.A., no entanto, é construída sobre uma base mais ampla, como resultado de um conhecimento mais vasto e uma experiência mais extensa da hostilidade mortal de Roma às nossas instituições civis e, portanto, sobre uma melhor compreensão das salvaguardas necessárias para sua proteção.

Roma retrata esta e todas as outras organizações patrióticas como alicerçadas no fanatismo e com o propósito de perseguição religiosa e, portanto, como antiamericanas e antipatrióticas. E tudo isso destina-se a jogar palha nos olhos, para que não se veja o perigo que nos ameaça.

Mas, dessa forma, muitas pessoas bem-intencionadas, verdadeiros amigos de nossas instituições e amantes da bandeira de nosso país estão sendo enganadas e entorpecidas. Por que Roma recorre a essa linha de defesa? É porque todos os fatos estão contra ela e, portanto, como não podem ser negados ou contestados, sua política é escondê-los da vista, mudando a linha de visão. Roma sabe, e todo cidadão americano deveria saber, que esses agitadores anticatólicos estão desenterrando seus propósitos e descobrindo seus planos de se apoderar de todos os departamentos de nosso governo e então dar ao Papa tudo o que ele reivindica como vigário de Cristo: controle supremo sobre nossas instituições civis, para que ele possa exercer o poder civil para a construção de sua chamada igreja. Basta recorrermos às páginas da história para entender como ele usaria esse poder.

Não queremos mais sua interferência nos direitos que Deus nos deu. Não queremos mais união entre igreja e estado. E o perigo reside, mais do que em qualquer outra coisa, na aparente incredulidade de que existam pessoas em nosso país que favoreceriam um retorno à tortura na roda, aos parafusos de polegar e outros instrumentos da inquisição, para a promoção da 'glória de Deus e a salvação das almas'.

Que os incrédulos observem a vangloriada declaração de Roma, Semper eadem (sempre a mesma). Que eles também examinem as declarações dos sacerdotes romanos, nos últimos anos, nos jornais e periódicos católicos, e entenderão que tudo o que falta a Roma é o poder de permitir que ela reviva esses métodos cruéis de propagar sua versão do evangelho de Cristo.

Por que Roma não responde às acusações feitas contra ela abertamente e de forma justa? Quando é acusada de armazenar armas nos porões de suas igrejas, por que não oferece as chaves e convida à inspeção? Quando é acusada de privar mulheres indefesas de sua liberdade, para os fins mais vis, e infligir-lhes crueldades indizíveis para subjugá-las a um sacerdócio lascivo e ébrio, por que não abre as portas de seus conventos e apela aos magistrados civis para fazer a inspeção e o exame mais rigorosos, para que possam assim mostrar que as acusações são falsas? Isso ela nunca fez e nunca permitirá que seja feito enquanto puder encontrar meios para uma resistência bem-sucedida.

Em nome da liberdade, em prol da humanidade, vamos obrigá-la a se submeter a tais inspeções. Em nome do americanismo protestante, vamos hastear nossas bandeiras para a completa subjugação desse inimigo corrupto, inescrupuloso e perigoso da liberdade civil e assassino dos direitos humanos.

Que o mundo saiba que os homens livres americanos sempre permanecerão na torre de vigia e obrigarão todos os que estiverem sob o domínio de nosso governo a se submeterem à sua autoridade legítima. Que se saiba que não pode haver neste país nenhum poder maior do que o estado em assuntos civis.

Notas

1. Para um relato completo, consulte meu livro intitulado "Assassination of Lincoln, a History of the Great Conspiracy and Trial of the Conspirators by a Military Commission and a Review of the Trial of John H. Surratt".

2. Veja o relatório do julgamento de John H. Surratt, publicado em dois volumes pelo governo.


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