Aprendendo a amar a Deus e ao próximo sem tolerar o pecado


Numa época em que muitos na igreja remanescente hesitam em ser radicalmente fiéis a Cristo a ponto de chamar o mal e o pecado por seus respectivos nomes e reagir contra eles por amor a Deus e às almas a perecer, cristãos sinceros de outras confissões estão dando o exemplo.

Hoje vamos aprender com os católicos (sim, meu caro leitor protestante, com os católicos!) como podemos amar a Deus e a nossos semelhantes e, ao mesmo tempo, manter um posicionamento firme contra os males que assolam o mundo e a igreja.

O texto a seguir foi publicado no lifesitenews.com.


Os cristãos são chamados a ser radicais em seu ódio ao pecado e amor a Deus e ao próximo

Devemos amar a Deus tão radicalmente que estejamos dispostos a lutar o bom combate contra os males deste mundo.

O mundo e a Igreja Católica sofrem hoje de um tépido indiferentismo em relação ao verdadeiro mal no mundo, pois ambos carecem de amor por Cristo.

Muitas pessoas, especialmente no Ocidente, não querem saber quão miserável e pecaminoso o mundo realmente é. Sejam os motivos nefastos por trás das políticas relacionadas à COVID ou o fato de que cerca de 50 milhões de crianças são mortas no útero todos os anos em todo o mundo, a maioria das pessoas prefere não ter conhecimento sobre essas coisas, tampouco investigá-las, pois isso pode levá-las ao desespero.

De fato, alguns que tomaram muitas "pílulas vermelhas" e viram a extensão do mal que assola o mundo se tornaram extremamente amargos. Para evitar a amargura e o desespero por concentrar o pensamento no mal do mundo, muitos enfiam a cabeça na areia e se tornam indiferentes.

Como cristãos, não devemos ignorar os males do mundo, como o aborto e a destruição de nossas sociedades por meio de políticas ruins. Na verdade, somos ordenados a odiar o mal e o pecado. São Paulo escreve em sua carta aos Romanos: "O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem." (Romanos 12:9)

Devemos odiar as coisas que Deus odeia, como as Escrituras nos dizem:

"Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos." (Provérbios 6:16-19)

As graves injustiças causadas por pessoas pecadoras devem nos inflamar com a justa indignação. São Tomás de Aquino escreveu que quando uma pessoa testemunha a injustiça e não se sente indignada é sinal de que carece de julgamento crítico.

A razão pela qual devemos odiar radicalmente o pecado é, em última análise, nosso amor por Deus. Pois o pecado fere a Deus e resulta na eterna perdição das almas. A razão para o ódio radical ao pecado é o amor radical por Deus e pelas almas humanas.

Assim, o principal motivo pelo qual muitas pessoas escolhem ignorar os males deste mundo é a falta do amor incondicional por Deus e pelas almas humanas. Elas não têm amor suficiente para se dispor a combater o mal que causa sofrimento a Deus e ao homem. G. K. Chesterton escreve sobre esta questão em seu livro Ortodoxia e faz a pergunta pungente: "Será que ele [o homem comum] é capaz de odiar o mundo o bastante para mudá-lo e, no entanto, amá-lo o bastante para achar que a mudança vale a pena?"

Chesterton escreve que somente o cristianismo e o amor por Cristo podem motivar a humanidade a realmente mudar o mundo para melhor:

"Assim, o mundo antigo estava exatamente diante de nosso desolador dilema. As únicas pessoas que realmente desfrutavam desse mundo ocupavam-se em desintegrá-lo; e as pessoas virtuosas não atribuíam atenção suficiente a essa gente para derrubá-la. Diante desse dilema (o mesmo que nós enfrentamos) o cristianismo de repente entrou em cena e apresentou uma resposta singular, que o mundo, no fim, aceitou como A resposta."

O verdadeiro amor por Cristo é a resposta para esse dilema, pois a fé Nele e o amor por Ele fazem com que nos preocupemos o bastante com o mal no mundo de modo a realmente lutarmos pelo bem.

O espírito da época no mundo ocidental nos diz para sermos não ofensivos e não conclusivos em questões controversas tanto quanto possível. É uma combinação de indolência, covardia e ausência das virtudes da fé e do amor que leva a essa mentalidade de indiferença e tibieza.

Esse desejo de não desagradar e não ser "muito radical" produz ideias muito ruins. Um exemplo disso é a visão de que as leis sobre o aborto em muitos países europeus, que permitem abortos por até 12 semanas após a concepção, são na verdade um "bom acordo".

Essa visão é mantida até mesmo por muitas pessoas que se consideram cristãs. Elas acreditam que o "meio termo" é sempre um bom caminho a seguir, mesmo quando se trata de males morais absolutos como o aborto. Elas não se importam suficientemente com a vida dos nascituros a ponto de lutar por eles e assumir uma posição que é considerada controversa pelo mainstream.

Como cristãos, devemos fazer melhor do que manter essa posição morna, visto que Deus vomitará os mornos de sua boca (Apocalipse 3:16).

São Paulo era um radical. Ele foi primeiro um perseguidor radical dos cristãos, pois os considerava blasfemos e hereges. Após sua conversão, ele se tornou um seguidor radical de Cristo e lutou pela verdade, movido por seu amor radical por Jesus.

Como São Paulo, também devemos ser radicais; devemos amar a Deus tão radicalmente que estejamos dispostos a lutar o bom combate contra os males deste mundo.

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