A história humana, com seus antagonismos e conflitos sucessivos, é uma história de rebelião contra Deus e contra o Seu Ungido, Jesus Cristo.
Ela é o reflexo de um conflito cósmico iniciado no Céu (Apocalipse 12:7-9), e seus lances dramáticos têm afetado cada homem e mulher nascidos neste planeta desde a queda de nossos primeiros pais (Gênesis 3).
Não se trata somente de uma rebelião em nível individual (o que, por si só, já é grave), mas, sobretudo, de uma conspiração envolvendo impérios e nações.
Ao contrário dos justos, que meditam na lei de Deus "de dia e de noite" (Salmo 1:2), os ímpios imaginam maneiras de romper com as restrições impostas pela autoridade divina em nome da liberdade, como se fosse possível obtê-la independentemente dos princípios do Céu (ver Tiago 1:25).
Nenhuma rebelião contra o governo de Deus pode prosperar, nem tampouco trazer prosperidade aos rebelados, e é exatamente nesse ponto que ela se revela inútil.
Contudo, os reis da Terra estão decididos em levantar-se contra o Rei dos reis, resistindo aos Seus reclamos. Apesar da misericórdia e paciência divinas, a atitude desafiadora dos ímpios não ficará sem uma resposta adequada.
O que se convencionou chamar de Nova Ordem Mundial representa, antes de tudo, um conceito cuja motivação básica encontra-se muitas vezes escondida sob ideais profundamente enraizados, como a liberdade, a igualdade e a fraternidade. O desafio consiste em não deixar-se iludir pelas virtudes que os construtores do consenso proclamam ou procuram incutir, mas identificar os valores, as crenças dentro das quais essas virtudes são articuladas e os expedientes de que eles se servem para atingirem seus objetivos. A aparência de piedade não deve surpreender ninguém, "porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (II Coríntios 11:14-15).
A ideia de uma humanidade unida e uma única religião mundial não é de modo algum uma ambição recente. Ela remonta a Ninrode e aos construtores de Babel, os quais desafiaram a expressa instrução de Deus de que deveriam se multiplicar e encher a Terra (Gênesis 1:28; 9:1). Baseando-se em suas crenças pessoais e na reputação que obteve a partir de seus grandes feitos (Gênesis 10:8-9), Ninrode tornou-se o primeiro construtor de cidades e fundador do imperialismo. Entre as muitas cidades que construiu, Babel ou Babilônia figurava como o primeiro de seus reinos (verso 10).
Desde a sua origem, Babilônia foi considerada por seus habitantes uma cidade sagrada, conhecida como a "porta dos deuses", segundo a crença popular de que a cidade era um reflexo do local de morada do seu deus. O templo dedicado a Bel era o ponto central de tudo, e dava o nome à cidade. Ao contrário da "porta estreita", que representa a Cristo e Seu reino (Mateus 7:13-14; João 10:7, 9), a "porta dos deuses" ou "de Bel" era suficientemente larga para acomodar uma variedade de crenças, visto que entre os povos da Mesopotâmia havia, no geral, uma grande tolerância religiosa, e os deuses de uma região assimilavam os de outra. De fato, quando os sumérios entraram em contato com os semitas, novos deuses foram acrescentados ao panteão, e o resultado foi uma mistura de conceitos religiosos. (1)
Na qualidade de primeira sede da idolatria após o dilúvio, Babel e sua torre converteram-se num protótipo bastante apropriado da moderna Babilônia a que se refere João no Apocalipse, tanto do ponto de vista de seu sincretismo religioso, como, segundo observa Alexander Hislop, de seu plano para vincular toda a humanidade numa submissão cega e absoluta a uma hierarquia inteiramente dependente dos soberanos de Babilônia. (2) A intervenção divina frustrou os planos dos antigos construtores (Gênesis 11:5-9), e o que poderiam ter feito voluntariamente, em obediência à ordem do Senhor, viram-se agora obrigados a fazer por absoluta necessidade. Ao espalharam-se pela Terra, porém, levaram consigo para as mais distantes regiões do globo os mistérios de sua idolatria e a pretensão de "ligar todos os homens em uma abjeta sujeição ao sacerdócio". (3)
Os reinos e impérios que sucederam a primitiva Babel preservaram, pois, de acordo com o seu próprio costume, a "antiga sabedoria" pré-diluviana que Ninrode pretendeu resgatar, e que continha aqueles elementos que geralmente caracterizam os falsos sistemas de culto, isto é, um forte sincretismo religioso, o caráter oficial da religião e o projeto de um único governo. O desafio ao plano de Deus representado pela torre de Babel sobreviveu nas religiões dos antigos mistérios, as quais, por sua vez, estavam em direta oposição ao verdadeiro culto a Deus.
Sob as motivações políticas do imperialismo antigo, encontrava-se, portanto, uma forte motivação religiosa, inseparável, na verdade, de qualquer outro aspecto da vida pública, e imbuída da mesma ambição pela qual uma elite de homens ímpios buscava sujeitar seus semelhantes aos caprichos de um sacerdócio corrupto. Vistos desta perspectiva, impérios mundiais como Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, a despeito de suas diferenças e singularidades, não passavam de ecos da primeira tentativa na história de unir a humanidade em torno de convicções comuns dentro de uma estrutura piramidal de poder.
Os mistérios da religião babilônica foram preservados por uma linhagem sacerdotal privilegiada, e sobreviveram às sucessivas invasões estrangeiras, mesmo depois da queda da cidade nas mãos dos medos e persas. Estes concederam liberdade aos habitantes de Babilônia, mas os sacerdotes caldeus posteriormente promoveram uma rebelião, sendo expulsos da cidade. Os derrotados fugiram para a Ásia Menor e fixaram seu colégio central em Pérgamo, onde passaram a promover livremente os ritos de sua religião. Quando o último rei da dinastia atálida deixou o seu reino para Roma em 133 a.C., Pérgamo tornou-se o elo entre a antiga Babilônia e o Império Romano, de modo que o corrupto sistema de idolatria caldeu rapidamente espalhou-se pela Itália. (4)
Dessa forma, Roma tornou-se o último dos grandes depositários originalmente pagãos da "sabedoria antiga", uma espécie de nova Babilônia, até que o papado ocupasse definitivamente o seu lugar.
A propósito da mistura de diferentes credos que caracterizava a religião romana, A.H. Lewis escreve:
Quando o papado tomou para si o trono, as vestimentas e o título do imperador romano - pontífice máximo -, o qual detinha em suas mãos os assuntos civis e religiosos, era natural que se tornasse o novo porta-voz desse sincretismo religioso mergulhado em mistérios e demonstrasse a mesma ambição por um domínio não menos que universal. Tratava-se, pois, das mesmas características que marcaram figuras como Ninrode e os impérios que o sucederam, mas que agora se revestiam de um verniz cristão.
Se o catolicismo romano consiste de uma mistura entre paganismo e cristianismo dentro de uma estrutura rígida de poder, a Renascença representou uma reação à cultura eminentemente religiosa e teocêntrica que ele produziu durante o período medieval. Esse fenômeno favoreceu o surgimento de uma cultura leiga, antropocêntrica e humanista, mas com dimensões metafísicas inspiradas nas ciências ocultas e esotéricas de origem greco-romana e oriental.
Mircea Eliade observa que os primeiros humanistas italianos já haviam lançado as bases de uma nova orientação religiosa ao rejeitarem a teologia escolástica e as concepções medievais sobre o homem e o universo. No entanto, com a tradução dos tratados herméticos (ocultistas) por Marsílio Ficino (1433-1499), a história religiosa do Renascimento entrou numa fase que culminou com o triunfo do neoplatonismo em Florença e um interesse apaixonado pelo hermetismo em quase toda a Europa.
O redescobrimento das ciências ocultas pelos humanistas, os quais não renunciaram de todo ao contexto cristão, trazia consigo "uma reação contra o que se poderia chamar de cristianismo 'provinciano', quer dizer puramente ocidental, bem como a aspiração a uma religião universalista, trans-histórica 'primordial'". Pico della Mirandola (1463-1494) aprende o hebraico para iniciar-se na Cabala, que, segundo ele, precede e explica o Antigo Testamento. O papa Alexandre VI manda pintar, no Vaticano, um afresco repleto de imagens e de símbolos herméticos, ou seja, "egípcios". O Egito antigo, a Pérsia mítica de Zoroastro, a "doutrina secreta" de Orfeu, revelam "mistérios" que ultrapassam as fronteiras judaico-cristãs e do mundo clássico recentemente redescoberto pelos humanistas. (6)
Portanto, conforme assinala Mircea Eliade, o valor exemplar do hermetismo derivava, em primeiro lugar e, sobretudo, do seu universalismo religioso, susceptível de restaurar a paz e a concórdia.
Em segundo lugar, o hermetismo humanista revivia um tipo de gnosticismo, isto é, a expectativa de uma experiência crescente de conhecimento místico e esotérico pelo qual o iniciado poderia evoluir na compreensão de si mesmo e do cosmos. "Tudo o que está em cima é como tudo o que está em baixo", e vice-versa, "para que se realize o milagre da unidade". Dois componentes presentes nessa concepção, o panteísmo (a ideia de um Deus imanente contido em tudo e em todos) e o monismo (conceito segundo o qual o conjunto das coisas pode ser reduzido a uma única realidade, que é a energia cósmica) serão, no futuro, as bases do Movimento Nova Era.
Foi o interesse quase generalizado pelo ocultismo nos círculos intelectuais mais influentes que inspirou o fervor por um universalismo religioso e uma reforma radical das instituições. Para os seus proponentes, a obra anônima Fama Fraternitatis tornou-se uma importante referência.
Publicado em 1614, esse pequeno livro exigia um novo modelo de educação. O autor revelava a existência de uma sociedade secreta, a dos Rosa-Cruz, cujo fundador, Christian Rosenkreuz, teria penetrado os "verdadeiros segredos da medicina" e, portanto, de todas as demais ciências. O autor da Fama Fraternitatis dirigia-se a todos os sábios da Europa, pedindo-lhes que se unissem fraternalmente para realizar a reforma do conhecimento; em outras palavras, para acelerar a renovatio do mundo ocidental. Esse apelo teve uma repercussão incomparável. Em menos de dez anos, o programa proposto pela misteriosa sociedade dos Rosa-Cruz foi discutido em várias centenas de livros e opúsculos. (8)
Sobre a origem dessa sociedade secreta, uma edição de 1617 da Fama diz que Christian Rosenkreuz aprendeu com "os conselhos dos sábios" uma "ciência universal e harmônica" a partir do Liber Mundi (Livro do Mundo), com base no qual "concebeu um plano de reforma universal, religioso, científico e artístico, para cuja execução se associou aos irmãos [...]. Comunicou-lhes sua língua mágica, pediu-lhes o voto de castidade e deu-lhes seu nome de Rosa-Cruz."
Essa Ordem se manifestou na França em 1889 e deu lugar a um agrupamento cujos membros mais conhecidos foram Stanislas de Guaita, F. Ch. Barlet e Papus. Nessa época, surgiram obras que foram o primeiro movimento de impulsão para as ciências ocultas, entre elas as obras de Stanislas de Guaita: Au Sevil du Mystère (No Umbral do Mistério), Temple de Satan (O Templo de Satã) e Clef de La Magie Noire (A Chave da Magia Negra), as quais manifestaram uma parte das doutrinas de iniciação esotérica. (9)
A essa altura é importante ressaltar o quanto as filosofias místicas estão implicadas num amplo projeto de renovação radical da sociedade. Isso porque o seu universalismo religioso e essencialmente humanista constitui o fundamento natural para a criação de uma nova consciência planetária, inspirada em conceitos esotéricos sobre a natureza do homem e de Deus. Desse modo, nem mesmo o fim do mundo constitui a separação eterna entre o justo e o ímpio, segundo sustentava o místico francês Louis Claude de Saint-Martin, mas, ao contrário, a reconciliação e a redenção eternas e universais, "o objetivo do reinado da justiça e do amor". (10)
Assim, não é de admirar que as sociedades secretas encarregadas de difundir o ocultismo e a "nova" consciência da humanidade procurassem enfatizar sua filiação histórica com as tradições espirituais do Egito e do Oriente Antigo. Da mesma forma, no século XIX, o espiritismo moderno, iniciado nos Estados Unidos e formulado por Alan Kardec, coincide com as concepções de mundo de orientação hindu, bastante diversas das propugnadas pela revelação cristã e que se tornarão muito populares no Ocidente.
A Maçonaria, cujo objetivo declarado é "desfazer nos homens os preconceitos de casta, as convencionais distinções de cor, origem, opinião e nacionalidade... de sorte que a Humanidade venha a ser uma só Família" (11), "trata exatamente da moral e do simbolismo dos Antigos Mistérios... Esta antiga Sabedoria é o fundamento em que se eleva a Maçonaria". (12)
Uma ideia do que essa moral e simbolismo realmente representam é fornecida por Albert Pike, o "soberano pontífice dos maçons", ao se referir à verdadeira identidade do deus a quem a Maçonaria chama de "Grande Arquiteto de Universo". Em uma carta de instrução datada de 14 de julho de 1889, Pike escreveu:
Com efeito, o ideal revolucionário alardeado pela Maçonaria e outras sociedades místicas sob a bandeira de virtudes como liberdade, igualdade e fraternidade é expressamente inspirado no personagem a quem as Escrituras se referem como homicida, mentiroso e pai da mentira (João 8:44), "o sedutor de todo o mundo" (Apocalipse 12:9).
No livro de ensinamentos maçônicos Morals and Dogma, escrito por Albert Pike, consta esta declaração:
Em outra obra maçônica, encontra-se o seguinte:
Não é de surpreender, portanto, que Lord Byron, em seu famoso poema, "Caim", tenha invertido deliberadamente os papéis dos personagens bíblicos, exaltando Lúcifer à condição de figura grandiosa e modelo perfeito de rebelião contra a moral tradicional; ou que Karl Marx, em um poema intitulado "O Violinista", confessasse: "Vê esta espada? O príncipe das trevas vendeu-a a mim" (16); ou, ainda, que Michael Bakunin, anarquista russo, escrevesse: "Mas eis que vem Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestiais; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência." (17) Tais ideias só podem refletir as crenças mais abjetas do ocultismo, não sendo de modo algum originais.
Igualmente, Helena Petrovna Blavatsky, ocultista, médium espírita e cofundadora da Sociedade Teosófica, cujos objetivos declarados incluem a formação de um núcleo de fraternidade universal na humanidade, sem qualquer tipo de distinção, afirma em sua obra A Doutrina Secreta:
Não é difícil imaginar que espécie de fraternidade mundial poderia ser forjada a partir desses conceitos.
Previsivelmente, Madame Blavatsky, como era conhecida, e os herdeiros da escola teosófica, o casal Foster e Alice Bailey, estavam fortemente envolvidos com a Maçonaria, conforme revela Gary H. Kah em seu livro En Route to Global Occupation. (19)
Nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de Seu servo João, antecipou no livro do Apocalipse o verdadeiro espírito por trás da Nova Ordem Mundial, identificando os agentes de transformação global como sendo, em última instância, espíritos de demônios, operadores de sinais (Apocalipse 16:14). Os fatos apresentados acima, de forma tão condensada e dentro de um escopo limitado, testificam da exatidão da palavra profética, e nos advertem sobre as verdadeiras motivações do discurso consensual globalista tão em voga em nosso tempo, principalmente no meio religioso.
O gnosticismo moderno, como uma reminiscência dos antigos mistérios pagãos, inverte intencionalmente os papéis no tocante à luta entre o bem e o mal, seja na literatura, nas artes ou no cinema, apresentando a sua própria versão (falsificada, naturalmente) do grande conflito (não é mera coincidência que grande parte da indústria cultural seja dirigida por maçons). Contudo, o último livro da Bíblia revela da maneira mais enfática de que lado do conflito nós devemos realmente estar, se não quisermos ser cúmplices de uma conspiração inútil, fadada desde o início ao mais absoluto fracasso:
Que possamos escolher o lado dos vencedores, e, pela virtude do sangue de Cristo, nosso Deus e Senhor, estar entre aqueles que entoarão o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:
1. "Ancient Babylonia - Religion of the Ancient Near East". Disponível em: Bible History; Michael Roaf, Mesopotâmia (Grandes civilizações do passado). Barcelona: Folio, 2006, p. 74.
2. Alexander Hislop. The Two Babylons. Third Edition. London: Houlston and Wright, 1862, p. 9.
3. Ibid., p. 15.
4. Roy A. Anderson. Revelações do Apocalipse. Segunda Edição. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988, p. 34, 146 e 147; Alexander Hislop, op. cit., p. 352 e 353.
5. A.H. Lewis. A Critical History of Sunday Legislation from 321 to 1888 A.D. New York: D. Appleton and Company, 1888, p. 5 e 6.
6. Mircea Eliade. História das Crenças e Ideias Religiosas. Universidade de Chicago, p. 227 e 228.
7. Ibid., p. 229 e 230.
8. Ibid., p. 233.
9. Henri Durville. Os Mistérios da Maçonaria e das Sociedades Secretas. Quinta Edição. Ed. O Pensamento, p. 107 a 109.
10. Ad. Frank. La Philosophie Mystique en France a la Fin du XVIII Siècle. Paris: Germer Baillière, 1866, p. 197.
11. A. Tenório D'Albuquerque. Sociedades Secretas: as suas Organizações, Mistérios e Objetivos. Rio de Janeiro: Aurora, 1957, p. 323.
12. R. Swinburne Clymer. Antiga Maçonaria Mística Oriental. São Paulo: Pensamento, 1970, p. 34.
13. A.C. de La Rive. La Femme et L'enfant dans La Franc-Maçonnerie Universelle. Paris: Delhomme & Briguet, 1894, p. 588 e 589.
14. Albert Pike. Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry. New York: Robert Macoy, 1878, p. 102.
15. Luis Umbert Santos. Cincuenta Lecciones de Cultura Masonica. Pax-México, 1985, p. 24.
16. Richard Wurmbrand. Marx and Satan. Westchester, ILL: Crossway Books, 1990, p. 14 e 15.
17. Michael Bakunin. God and the State, 1871.
18. H.P. Blavatsky. The Secret Doctrine: The Synthesis of Science, Religion, and Philosophy. Vol. I - Cosmogenesis. London: The Theosophical Publishing Company, 1888, p. 70 e 71.
19. Gary H. Kah. En Route to Global Occupation: A High Ranking Government Liaison Exposes the Secret Agenda for World Unification. Lafayette, LA: Huntington House Publishers, 1992, p. 88 a 90.
A ideia pagã de unidade e tolerância religiosa
O que se convencionou chamar de Nova Ordem Mundial representa, antes de tudo, um conceito cuja motivação básica encontra-se muitas vezes escondida sob ideais profundamente enraizados, como a liberdade, a igualdade e a fraternidade. O desafio consiste em não deixar-se iludir pelas virtudes que os construtores do consenso proclamam ou procuram incutir, mas identificar os valores, as crenças dentro das quais essas virtudes são articuladas e os expedientes de que eles se servem para atingirem seus objetivos. A aparência de piedade não deve surpreender ninguém, "porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (II Coríntios 11:14-15).
A ideia de uma humanidade unida e uma única religião mundial não é de modo algum uma ambição recente. Ela remonta a Ninrode e aos construtores de Babel, os quais desafiaram a expressa instrução de Deus de que deveriam se multiplicar e encher a Terra (Gênesis 1:28; 9:1). Baseando-se em suas crenças pessoais e na reputação que obteve a partir de seus grandes feitos (Gênesis 10:8-9), Ninrode tornou-se o primeiro construtor de cidades e fundador do imperialismo. Entre as muitas cidades que construiu, Babel ou Babilônia figurava como o primeiro de seus reinos (verso 10).
Desde a sua origem, Babilônia foi considerada por seus habitantes uma cidade sagrada, conhecida como a "porta dos deuses", segundo a crença popular de que a cidade era um reflexo do local de morada do seu deus. O templo dedicado a Bel era o ponto central de tudo, e dava o nome à cidade. Ao contrário da "porta estreita", que representa a Cristo e Seu reino (Mateus 7:13-14; João 10:7, 9), a "porta dos deuses" ou "de Bel" era suficientemente larga para acomodar uma variedade de crenças, visto que entre os povos da Mesopotâmia havia, no geral, uma grande tolerância religiosa, e os deuses de uma região assimilavam os de outra. De fato, quando os sumérios entraram em contato com os semitas, novos deuses foram acrescentados ao panteão, e o resultado foi uma mistura de conceitos religiosos. (1)
Na qualidade de primeira sede da idolatria após o dilúvio, Babel e sua torre converteram-se num protótipo bastante apropriado da moderna Babilônia a que se refere João no Apocalipse, tanto do ponto de vista de seu sincretismo religioso, como, segundo observa Alexander Hislop, de seu plano para vincular toda a humanidade numa submissão cega e absoluta a uma hierarquia inteiramente dependente dos soberanos de Babilônia. (2) A intervenção divina frustrou os planos dos antigos construtores (Gênesis 11:5-9), e o que poderiam ter feito voluntariamente, em obediência à ordem do Senhor, viram-se agora obrigados a fazer por absoluta necessidade. Ao espalharam-se pela Terra, porém, levaram consigo para as mais distantes regiões do globo os mistérios de sua idolatria e a pretensão de "ligar todos os homens em uma abjeta sujeição ao sacerdócio". (3)
Os reinos e impérios que sucederam a primitiva Babel preservaram, pois, de acordo com o seu próprio costume, a "antiga sabedoria" pré-diluviana que Ninrode pretendeu resgatar, e que continha aqueles elementos que geralmente caracterizam os falsos sistemas de culto, isto é, um forte sincretismo religioso, o caráter oficial da religião e o projeto de um único governo. O desafio ao plano de Deus representado pela torre de Babel sobreviveu nas religiões dos antigos mistérios, as quais, por sua vez, estavam em direta oposição ao verdadeiro culto a Deus.
Roma e o sincretismo religioso
Sob as motivações políticas do imperialismo antigo, encontrava-se, portanto, uma forte motivação religiosa, inseparável, na verdade, de qualquer outro aspecto da vida pública, e imbuída da mesma ambição pela qual uma elite de homens ímpios buscava sujeitar seus semelhantes aos caprichos de um sacerdócio corrupto. Vistos desta perspectiva, impérios mundiais como Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, a despeito de suas diferenças e singularidades, não passavam de ecos da primeira tentativa na história de unir a humanidade em torno de convicções comuns dentro de uma estrutura piramidal de poder.
Os mistérios da religião babilônica foram preservados por uma linhagem sacerdotal privilegiada, e sobreviveram às sucessivas invasões estrangeiras, mesmo depois da queda da cidade nas mãos dos medos e persas. Estes concederam liberdade aos habitantes de Babilônia, mas os sacerdotes caldeus posteriormente promoveram uma rebelião, sendo expulsos da cidade. Os derrotados fugiram para a Ásia Menor e fixaram seu colégio central em Pérgamo, onde passaram a promover livremente os ritos de sua religião. Quando o último rei da dinastia atálida deixou o seu reino para Roma em 133 a.C., Pérgamo tornou-se o elo entre a antiga Babilônia e o Império Romano, de modo que o corrupto sistema de idolatria caldeu rapidamente espalhou-se pela Itália. (4)
Dessa forma, Roma tornou-se o último dos grandes depositários originalmente pagãos da "sabedoria antiga", uma espécie de nova Babilônia, até que o papado ocupasse definitivamente o seu lugar.
A propósito da mistura de diferentes credos que caracterizava a religião romana, A.H. Lewis escreve:
Antes do advento do cristianismo, houve uma forte tendência no Império Romano em direção ao sincretismo religioso. Considerava-se uma questão de cortesia reconhecer a religião de outras nações, e conceder-lhe proteção imperial, especialmente quando uma nação fosse amistosa ao império, ou fosse por ele subjugada. A forma prescrita de oração seria usada pelos representantes militares de Roma, que, depois de conquistarem uma nação, e tornarem seus habitantes cidadãos do império, deveriam logo em seguida rezar aos deuses daquela nação a fim de transferir sua lealdade e morada ao Capitólio do império. O "panteão" em Roma ainda está de pé, testemunhando como o império proveu uma casa para todos os deuses. Constitui um memorial de que quando o cristianismo, encarado na época como um tipo de judaísmo, ganhou influência suficiente, um lugar no Panteão foi oferecido para as estátuas de Cristo e de Moisés, de modo que pudessem estar entre aqueles que representam a religião do Egito e do Oriente. (5)
Quando o papado tomou para si o trono, as vestimentas e o título do imperador romano - pontífice máximo -, o qual detinha em suas mãos os assuntos civis e religiosos, era natural que se tornasse o novo porta-voz desse sincretismo religioso mergulhado em mistérios e demonstrasse a mesma ambição por um domínio não menos que universal. Tratava-se, pois, das mesmas características que marcaram figuras como Ninrode e os impérios que o sucederam, mas que agora se revestiam de um verniz cristão.
O redescobrimento das ciências ocultas
Se o catolicismo romano consiste de uma mistura entre paganismo e cristianismo dentro de uma estrutura rígida de poder, a Renascença representou uma reação à cultura eminentemente religiosa e teocêntrica que ele produziu durante o período medieval. Esse fenômeno favoreceu o surgimento de uma cultura leiga, antropocêntrica e humanista, mas com dimensões metafísicas inspiradas nas ciências ocultas e esotéricas de origem greco-romana e oriental.
Mircea Eliade observa que os primeiros humanistas italianos já haviam lançado as bases de uma nova orientação religiosa ao rejeitarem a teologia escolástica e as concepções medievais sobre o homem e o universo. No entanto, com a tradução dos tratados herméticos (ocultistas) por Marsílio Ficino (1433-1499), a história religiosa do Renascimento entrou numa fase que culminou com o triunfo do neoplatonismo em Florença e um interesse apaixonado pelo hermetismo em quase toda a Europa.
O redescobrimento das ciências ocultas pelos humanistas, os quais não renunciaram de todo ao contexto cristão, trazia consigo "uma reação contra o que se poderia chamar de cristianismo 'provinciano', quer dizer puramente ocidental, bem como a aspiração a uma religião universalista, trans-histórica 'primordial'". Pico della Mirandola (1463-1494) aprende o hebraico para iniciar-se na Cabala, que, segundo ele, precede e explica o Antigo Testamento. O papa Alexandre VI manda pintar, no Vaticano, um afresco repleto de imagens e de símbolos herméticos, ou seja, "egípcios". O Egito antigo, a Pérsia mítica de Zoroastro, a "doutrina secreta" de Orfeu, revelam "mistérios" que ultrapassam as fronteiras judaico-cristãs e do mundo clássico recentemente redescoberto pelos humanistas. (6)
Portanto, conforme assinala Mircea Eliade, o valor exemplar do hermetismo derivava, em primeiro lugar e, sobretudo, do seu universalismo religioso, susceptível de restaurar a paz e a concórdia.
Essa influência do hermetismo atingiu protestantes e católicos, favorecendo, nuns e noutros, as tendências mais irénicas [conciliadoras]. A venerável religião revelada por Hermes e compartilhada no início por toda a humanidade poderia, nos nossos dias, restabelecer a paz universal e a harmonia entre os diversos credos. No centro dessa revelação encontra-se a "divindade" do homem, o microcosmo que é a síntese de toda a criação. (7)
Em segundo lugar, o hermetismo humanista revivia um tipo de gnosticismo, isto é, a expectativa de uma experiência crescente de conhecimento místico e esotérico pelo qual o iniciado poderia evoluir na compreensão de si mesmo e do cosmos. "Tudo o que está em cima é como tudo o que está em baixo", e vice-versa, "para que se realize o milagre da unidade". Dois componentes presentes nessa concepção, o panteísmo (a ideia de um Deus imanente contido em tudo e em todos) e o monismo (conceito segundo o qual o conjunto das coisas pode ser reduzido a uma única realidade, que é a energia cósmica) serão, no futuro, as bases do Movimento Nova Era.
A Ordem Rosa-Cruz e a renovatio ocidental
Foi o interesse quase generalizado pelo ocultismo nos círculos intelectuais mais influentes que inspirou o fervor por um universalismo religioso e uma reforma radical das instituições. Para os seus proponentes, a obra anônima Fama Fraternitatis tornou-se uma importante referência.
Publicado em 1614, esse pequeno livro exigia um novo modelo de educação. O autor revelava a existência de uma sociedade secreta, a dos Rosa-Cruz, cujo fundador, Christian Rosenkreuz, teria penetrado os "verdadeiros segredos da medicina" e, portanto, de todas as demais ciências. O autor da Fama Fraternitatis dirigia-se a todos os sábios da Europa, pedindo-lhes que se unissem fraternalmente para realizar a reforma do conhecimento; em outras palavras, para acelerar a renovatio do mundo ocidental. Esse apelo teve uma repercussão incomparável. Em menos de dez anos, o programa proposto pela misteriosa sociedade dos Rosa-Cruz foi discutido em várias centenas de livros e opúsculos. (8)
Sobre a origem dessa sociedade secreta, uma edição de 1617 da Fama diz que Christian Rosenkreuz aprendeu com "os conselhos dos sábios" uma "ciência universal e harmônica" a partir do Liber Mundi (Livro do Mundo), com base no qual "concebeu um plano de reforma universal, religioso, científico e artístico, para cuja execução se associou aos irmãos [...]. Comunicou-lhes sua língua mágica, pediu-lhes o voto de castidade e deu-lhes seu nome de Rosa-Cruz."
Essa Ordem se manifestou na França em 1889 e deu lugar a um agrupamento cujos membros mais conhecidos foram Stanislas de Guaita, F. Ch. Barlet e Papus. Nessa época, surgiram obras que foram o primeiro movimento de impulsão para as ciências ocultas, entre elas as obras de Stanislas de Guaita: Au Sevil du Mystère (No Umbral do Mistério), Temple de Satan (O Templo de Satã) e Clef de La Magie Noire (A Chave da Magia Negra), as quais manifestaram uma parte das doutrinas de iniciação esotérica. (9)
O ocultismo inverte os valores
A essa altura é importante ressaltar o quanto as filosofias místicas estão implicadas num amplo projeto de renovação radical da sociedade. Isso porque o seu universalismo religioso e essencialmente humanista constitui o fundamento natural para a criação de uma nova consciência planetária, inspirada em conceitos esotéricos sobre a natureza do homem e de Deus. Desse modo, nem mesmo o fim do mundo constitui a separação eterna entre o justo e o ímpio, segundo sustentava o místico francês Louis Claude de Saint-Martin, mas, ao contrário, a reconciliação e a redenção eternas e universais, "o objetivo do reinado da justiça e do amor". (10)
Assim, não é de admirar que as sociedades secretas encarregadas de difundir o ocultismo e a "nova" consciência da humanidade procurassem enfatizar sua filiação histórica com as tradições espirituais do Egito e do Oriente Antigo. Da mesma forma, no século XIX, o espiritismo moderno, iniciado nos Estados Unidos e formulado por Alan Kardec, coincide com as concepções de mundo de orientação hindu, bastante diversas das propugnadas pela revelação cristã e que se tornarão muito populares no Ocidente.
A Maçonaria, cujo objetivo declarado é "desfazer nos homens os preconceitos de casta, as convencionais distinções de cor, origem, opinião e nacionalidade... de sorte que a Humanidade venha a ser uma só Família" (11), "trata exatamente da moral e do simbolismo dos Antigos Mistérios... Esta antiga Sabedoria é o fundamento em que se eleva a Maçonaria". (12)
Uma ideia do que essa moral e simbolismo realmente representam é fornecida por Albert Pike, o "soberano pontífice dos maçons", ao se referir à verdadeira identidade do deus a quem a Maçonaria chama de "Grande Arquiteto de Universo". Em uma carta de instrução datada de 14 de julho de 1889, Pike escreveu:
Devemos dizer o seguinte às massas: Nós adoramos a um Deus, porém o adoramos sem superstição.
A vós, Soberanos e Grandes Instrutores Gerais, dizemos o que deveis repetir aos irmãos dos graus 32, 31 e 30: A religião maçônica deve ser mantida por todos nós, iniciados nos graus superiores, na pureza da doutrina luciferiana. [...]
Sim, Lúcifer é Deus, e, infelizmente, Adonai também é Deus. Porque na lei eterna não há sombra sem esplendor, nem beleza sem desdouro, nem branco sem preto; pois o absoluto só pode existir como dois; porque a escuridão é necessária à luz para servir-lhe como contraste, da mesma forma que o pedestal é necessário à estátua, e os freios, à locomotiva. [...]
Assim, a doutrina do satanismo é uma heresia; e a verdadeira e pura religião filosófica é a crença em Lúcifer, igual a Adonai, porém Lúcifer é Deus da Luz e do Bem, o qual luta em favor da humanidade contra Adonai, deus da Escuridão e do Mal. (13)
A revolução humanista invoca o seu "deus"
Com efeito, o ideal revolucionário alardeado pela Maçonaria e outras sociedades místicas sob a bandeira de virtudes como liberdade, igualdade e fraternidade é expressamente inspirado no personagem a quem as Escrituras se referem como homicida, mentiroso e pai da mentira (João 8:44), "o sedutor de todo o mundo" (Apocalipse 12:9).
No livro de ensinamentos maçônicos Morals and Dogma, escrito por Albert Pike, consta esta declaração:
O verdadeiro nome de Satã, dizem os cabalistas, é o de Yahveh invertido, pois Satã não é um deus negro, mas a negação de Deus. O Diabo é a personificação do Ateísmo ou Idolatria.
Para os iniciados, ele não é uma Pessoa, mas uma Força criada para o bem, mas que pode servir o mal. É o instrumento da Liberdade ou Livre Arbítrio. Estes representam essa Força, que preside sobre a geração física, sob a forma mitológica e cornuda do Deus PAN. (14)
Em outra obra maçônica, encontra-se o seguinte:
Lúcifer e Jesus. O primeiro simboliza a inteligência. O segundo, o coração [...], a resignação. O primeiro, a rebelião perante o finito. [...]
A rebelião de Lúcifer é a rebelião da razão, da mente, da inteligência humana, de sua transfinitude, contra a mortalidade, pela imortalidade, sempre sonhada e jamais alcançada. (15)
Não é de surpreender, portanto, que Lord Byron, em seu famoso poema, "Caim", tenha invertido deliberadamente os papéis dos personagens bíblicos, exaltando Lúcifer à condição de figura grandiosa e modelo perfeito de rebelião contra a moral tradicional; ou que Karl Marx, em um poema intitulado "O Violinista", confessasse: "Vê esta espada? O príncipe das trevas vendeu-a a mim" (16); ou, ainda, que Michael Bakunin, anarquista russo, escrevesse: "Mas eis que vem Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestiais; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência." (17) Tais ideias só podem refletir as crenças mais abjetas do ocultismo, não sendo de modo algum originais.
Igualmente, Helena Petrovna Blavatsky, ocultista, médium espírita e cofundadora da Sociedade Teosófica, cujos objetivos declarados incluem a formação de um núcleo de fraternidade universal na humanidade, sem qualquer tipo de distinção, afirma em sua obra A Doutrina Secreta:
A Igreja dá hoje ao diabo o nome de Escuridão, mas a Bíblia (ver Jó) o chama "Filho de Deus", a estrela resplandecente da manhã, Lúcifer (ver Isaías). Há todo um sistema filosófico de artifício dogmático na razão pela qual o primeiro Arcanjo, que emergiu das profundezas do Caos, foi denominado Lux (Lúcifer), o "Filho Luminoso da Manhã", ou da Aurora manvantárica. A Igreja o transformou em Lúcifer ou Satã, porque era mais antigo e de mais elevada categoria que Jeovah, devendo ser por isso sacrificado ao novo dogma. (18)
Não é difícil imaginar que espécie de fraternidade mundial poderia ser forjada a partir desses conceitos.
Previsivelmente, Madame Blavatsky, como era conhecida, e os herdeiros da escola teosófica, o casal Foster e Alice Bailey, estavam fortemente envolvidos com a Maçonaria, conforme revela Gary H. Kah em seu livro En Route to Global Occupation. (19)
Conclusão
Nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de Seu servo João, antecipou no livro do Apocalipse o verdadeiro espírito por trás da Nova Ordem Mundial, identificando os agentes de transformação global como sendo, em última instância, espíritos de demônios, operadores de sinais (Apocalipse 16:14). Os fatos apresentados acima, de forma tão condensada e dentro de um escopo limitado, testificam da exatidão da palavra profética, e nos advertem sobre as verdadeiras motivações do discurso consensual globalista tão em voga em nosso tempo, principalmente no meio religioso.
O gnosticismo moderno, como uma reminiscência dos antigos mistérios pagãos, inverte intencionalmente os papéis no tocante à luta entre o bem e o mal, seja na literatura, nas artes ou no cinema, apresentando a sua própria versão (falsificada, naturalmente) do grande conflito (não é mera coincidência que grande parte da indústria cultural seja dirigida por maçons). Contudo, o último livro da Bíblia revela da maneira mais enfática de que lado do conflito nós devemos realmente estar, se não quisermos ser cúmplices de uma conspiração inútil, fadada desde o início ao mais absoluto fracasso:
Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Reis dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele. (Apocalipse 17:14)
Que possamos escolher o lado dos vencedores, e, pela virtude do sangue de Cristo, nosso Deus e Senhor, estar entre aqueles que entoarão o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:
Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos. (Apocalipse 15:3-4).
Notas e referências
1. "Ancient Babylonia - Religion of the Ancient Near East". Disponível em: Bible History; Michael Roaf, Mesopotâmia (Grandes civilizações do passado). Barcelona: Folio, 2006, p. 74.
2. Alexander Hislop. The Two Babylons. Third Edition. London: Houlston and Wright, 1862, p. 9.
3. Ibid., p. 15.
4. Roy A. Anderson. Revelações do Apocalipse. Segunda Edição. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988, p. 34, 146 e 147; Alexander Hislop, op. cit., p. 352 e 353.
5. A.H. Lewis. A Critical History of Sunday Legislation from 321 to 1888 A.D. New York: D. Appleton and Company, 1888, p. 5 e 6.
6. Mircea Eliade. História das Crenças e Ideias Religiosas. Universidade de Chicago, p. 227 e 228.
7. Ibid., p. 229 e 230.
8. Ibid., p. 233.
9. Henri Durville. Os Mistérios da Maçonaria e das Sociedades Secretas. Quinta Edição. Ed. O Pensamento, p. 107 a 109.
10. Ad. Frank. La Philosophie Mystique en France a la Fin du XVIII Siècle. Paris: Germer Baillière, 1866, p. 197.
11. A. Tenório D'Albuquerque. Sociedades Secretas: as suas Organizações, Mistérios e Objetivos. Rio de Janeiro: Aurora, 1957, p. 323.
12. R. Swinburne Clymer. Antiga Maçonaria Mística Oriental. São Paulo: Pensamento, 1970, p. 34.
13. A.C. de La Rive. La Femme et L'enfant dans La Franc-Maçonnerie Universelle. Paris: Delhomme & Briguet, 1894, p. 588 e 589.
14. Albert Pike. Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry. New York: Robert Macoy, 1878, p. 102.
15. Luis Umbert Santos. Cincuenta Lecciones de Cultura Masonica. Pax-México, 1985, p. 24.
16. Richard Wurmbrand. Marx and Satan. Westchester, ILL: Crossway Books, 1990, p. 14 e 15.
17. Michael Bakunin. God and the State, 1871.
18. H.P. Blavatsky. The Secret Doctrine: The Synthesis of Science, Religion, and Philosophy. Vol. I - Cosmogenesis. London: The Theosophical Publishing Company, 1888, p. 70 e 71.
19. Gary H. Kah. En Route to Global Occupation: A High Ranking Government Liaison Exposes the Secret Agenda for World Unification. Lafayette, LA: Huntington House Publishers, 1992, p. 88 a 90.
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11 Comentários
boa matéria !
ResponderExcluirObrigado, amigo, por seu comentário! Um grande abraço!
ExcluirAntes de tudo excelente texto.
ResponderExcluirPermita-me uma dúvida:
Sou espírita de carteirinha, porém não suporto idolatrias. Chegam a me incomodar de verdade.
Meus estudos espíritas me levaram a reconhecer o espiritismo como o conhecemos como algo inútil ( se é pra seguir Jesus, e tenho a Bíblia falando dele não preciso de outros) e saí desmembrando conceitos.
Do meu raso estudo do cristianismo acabei por perceber o quão estranho é o novo testamento quando comparado ao antigo. Mas diante das escolas católicas entendi que seria necessário entender o povo judeu, para em seguida entender por que houve judeus que acertaram Jesus é outros não. E descobri q o judaísmo é tão diverso quanto o cristianismo. Ou seja, em cada esquina há o dono da verdade.
POSTO ISTO, minha dúvida:
A " FORMA" como o movimento cristão faz seus cultos também não seriam idolatria??
Hoje entendo que o motivo pelo qual Jesus veio no povo judeu era pq suas ideias eram importantes. Sua ideia de Deus era totalmente espiritual. SEM FORMA, CHEIRO, INTANGÍVEL, SEM PRINCIPIO NEM FIM.
Quando o movimento católico faz seu panteão ele submete a população a uma hierarquia "sagrada", uma escada para chegar a Deus. E legítima a figura de Maria como mais um degrau.
Já o movimento evangélico assume ou que Jesus É o próprio Deus, ou que é enviado, ou que é filho, etc .
Não digo que não seja o Messias, mas não há uma única linha ou palavra na Bíblia na qual Jesus solicite ser ovacionado, aplaudido. Muito pelo contrário, ele evita essas situações. (Bom mestre... NÃO!! BOM É DEUS). A oração do pai nosso é uma oração tipicamente judaica ( ser humano conversando diretamente com Deus).
Nesse contexto não estaria TODO O MOVIMENTO CRISTÃO equivocado pois mudou o foco de adoração a Deus para seu filho / Messias??
Considerando-se que para os judeus Deus não encarna. Deus não tem filhos especiais. Deus faz o que bem entende. É QQ coisa que desconsidere a própria criação é mentira ( ex. Nascimento de Jesus sem sexo... Dogma importante ao cristianismo, Mentira ao judaísmo e totalmente inútil ao espiritismo)
Desculpe o texto longo
Olá, meu amigo! Obrigado por seu comentário!
ExcluirO essencial da escritura do Antigo Testamento não é o Israel, e sim o Messias de Israel! Da mesma forma, o essencial da escritura do Novo Testamento não é a igreja cristã, mas o Cristo da igreja cristã!
Nesse sentido, Antigo e Novo Testamento constituem uma única mensagem.
O problema com relação aos judeus se deve à influência que receberam das transformações políticas, sociais e culturais durante o império greco-romano – transformações que determinaram sua interpretação a respeito do Messias então vindouro.
Obras judaicas como os "Salmos de Salomão" (escrita pouco depois da morte do general Pompeu, em 48 a.C.), o "Testamento de Moisés" (composta antes da queda de Jerusalém, no ano 70 d.C.) e o "Apocalipse de Esdras" (escrita depois da queda de Jerusalém) atestam como a compreensão dos judeus sobre o Messias e Seu reino messiânico foi profundamente afetada pela conjuntura da época.
Esperavam um Messias político, que viesse libertá-los da tirania romana, e, com essa expectativa em mente, interpretaram de maneira completamente diversa as profecias e os tipos do AT que prediziam a morte expiatória do Messias em Sua primeira vinda.
Prepararam, assim, o caminho para a futura rejeição do Messias cuja vinda tanto ansiavam!
Esta é razão por que Jesus Cristo, embora aceitasse o título de “Messias”, não encorajava seu uso, pois a palavra vinha carregada de conotações políticas que dificultavam o seu emprego.
De fato, Cristo rejeitou a ideia de messianidade política, profundamente arraigada na cultura judaica da época, interpretando a função messiânica de modo completamente oposto às interpretações então em voga.
Jesus Se considerava o Messias prometido no contexto do cumprimento do AT, ou seja, a consciência de que Ele era o agente divino para a redenção do povo de Deus, uma redenção que compreendia muito mais do que esperanças meramente nacionalistas.
A ressurreição de Cristo testificou do significado bíblico do título de “Messias”. Pedro declarou no Pentecostes que “Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2:36).
Com a palavra “Cristo” (no grego, Christos) aplicada ao Salvador, Pedro e os demais apóstolos O identificaram como o Rei ungido da promessa. Com o título “Senhor” (gr. Kyrios), referiram-se a Ele como superior ao nível humano, merecedor de adoração e digno de oração (Atos 7:59-60) e confiança (Atos 16:31; Romanos 10:9), e autor de nossa salvação (Atos 4:11-12; 15:11; I Tessalonicenses 5:9).
Além disso, Jesus Cristo “é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Apocalipse 17:14; cf. 19:16) e, portanto, compartilha da mesma natureza de Deus; Ele possui os mesmos atributos (João 5:21; 8:58), realiza as mesmas obras (Mateus 9:2; João 5:24-29) e reivindica honra igual à do Pai (João 5:23; 14:1).
Assim, reconhecer Jesus como Deus não constitui idolatria. Esta se configura como tal se o lugar de direito que pertence somente a Cristo, que é um com o Pai (João 10:30), for ocupado por Maria, santos e anjos, papas e padres, ou qualquer outro homem que pretenda usurpar prerrogativas exclusivas da Divindade.
Espero ter esclarecido suas dúvidas. Caso contrário, estou à disposição para mantermos diálogo. Um forte abraço, e que Deus te abençoe!
Excelentes ponderações
ResponderExcluiresbarro nas minhas limitações em entender desta forma, pois entendo que a ótica dos judeus deve ser mais considerada. O movimento cristão lê o AT após as ideias solidificadas no NT. Os judeus fazem justamente o contrário.
Discordo com relação aos objetivos do AT. Após leitura, fiquei convicto de que os objetivos reais do AT são essencialmente 2.
1- Instituição do monoteísmo na forma do entendimento judeu. Não se trata apenas do Deus único, mas do Deus amorfo, inodoro, incolor, intangível.
2- Instituição formal da limitação humana enquanto criatura na criação divina. Pra mim ficou evidente que o foco em boa parte do texto é exaltação a Deus enquanto ser perfeito e diminuição do ser humano enquanto ser imperfeito que é. - não cito fontes na bíblia por que simplesmente não tenho o conhecimento devido. Mas a ideia que tive foi essa. De um Deus zeloso frente a um povo arrogante.
Acontece que a proposta religiosa de Moisés foi extremamente avançada para a época. Tanto é assim que até hoje as pessoas parecem que precisam VER PRA CRER. No meu caso, como espírita (kardecista) ocorre verdadeira adoração e idolatria a espíritos / entidades. Até ao próprio Kardec - Abomino todas elas. Mas a necessidade humana do tangível, na minha humilde opinião, afasta a humanidade do objetivo original de Moisés. No panteão católico (depois que descobri das origens da babilônia e sua influencia nas concepções e lendas me causa inequívoco nojo) as imagens, ritos, dogmas, etc... tudo isso me agride.
Apesar de meu coração tender a acreditar que Jesus é Deus encarnado / vivo, etc...devo considerar que meu sistema educacional e religioso original (católico) me leva a isso. Pra piorar, se me permite, faço diversas ponderações com relação a vários dispositivos na bíblia. Não por que não seriam possíveis, mas por diminuir a Deus. Junte-se a isso as diversas lendas, em diferentes religiões, sobre diferentes deuses, em diferentes povos, há muitos institutos que são paralelos entre si.
Permita-me a sinceridade. Não quero diminuir sua fé, mas o nascimento de Jesus através de ausência de sexo (coisa criada pelo próprio Deus) é diminuir Deus, e não engrandecê-lo. Pra piorar, ainda é uma traição a José, esposo de maria. É humilhar Deus DEMAIS. Pra mim Ele age através da sua criação, e não boicotando-a. Na minha cabeça isso não fecha. Fica parecendo as lendas antigas da criação de semi-deuses, onde o Deus mitológico desce à terra, copula e nasce um ser semi-divino, que não morre de "morte morrida", apenas de "morte matada", e é capaz de grandes feitos milagrosos.
Ainda sobre a tangibilidade da fé, chega a ser revoltante as pessoas pensarem que Deus tem de operar milagres para existir...Deus do céu!! A vida é um milagre em si mesma!! Só dá valor à saúde quem a perde! Simples, fácil, objetivo. Um texto que entendo ser bem elucidativo do Bhagavad Gita diz que "ao mesmo tempo que a criação revela Deus, vela-o". E a arrogância humana não permite andar pra frente. E as pessoas continuam precisando de experiências fantásticas para acreditar na divindade.
ResponderExcluirEnfim, sempre fui religioso / curioso. Hoje estou envolto com pensamentos desconexos sobre BABILÔNIA X NOVA ORDEM MUNDIAL X ANTIGO TESTAMENTO X NOVO TESTAMENTO X judaismo. Vejo diversas falhas no espiritismo. Pra piorar sou tão fã de Deus que enquanto pra a maioria das pessoas o fato da possibilidade de Jesus ter ressuscitado é fantástico ou mentira, Para minha humilde opinião DEUS SIMPLESMENTE É!! E ele vai fazer o que bem entender! e se ele decidiu ressuscitar Jesus ele simplesmente FEZ. E isso pelo menos pra mim não é importante, por que, novamente, DEUS É!
Aprendi isso no Antigo Testamento. Me serve muito.
Enfim, a possibilidade de uma MORAL OBJETIVA na Torah me tortura hoje. Se não há moral objetiva, a história de SODOMA / GOMORRA / CANAÃ são mentiras do ponto de vista dos mandos de Deus. Ao contrário, se há moral objetiva, a terra de canaã AINDA É DELES, e toda a perspectiva apocalíptica do anti cristo / 3o. templo e demais revelações veladas na bíblia (infelizmente devidamente filtrada pelas TVs abertas) cobrarão seu preço!
Acontece que a moral objetiva cobra seu preço! Abrir mão da moral objetiva frente aos desafios da sua implementação e desconforto não está de acordo com a história do povo judeu, sendo mais do mesmo da antiga babilônia.
Aqui ainda há ponderações espíritas.. há uma dificuldade muito grande no espiritismo de entender que Jesus expulsou os vendedores do templo derrubando suas bancas com chicotes. Que há guerras "justas"...
nesse contexto, parece que o CONFLITO É ALGO DESEJADO POR DEUS! E que a paz através do diálogo e aceitação de diferenças é algo CONTRÁRIO A DEUS. Recordo-me agora do "não vim trazer paz, mas a espada"!! Isso vindo do maior pacifista que tivemos!
no mínimo desconcertante
Grande abraço
Que Deus o abençoe
Ah, perdão.
ResponderExcluirEsqueci ainda um tópico.
Como você deve saber há judeus que reconhecem Jesus como Messias. São minoria absoluta, mas existem.
Acontece que mesmo eles tem a concepção de adoração apenas a Deus, pelo que eu sei.
Entendo ser muito estranho em uma missa a palavra Deus ser pronunciada umas 5 vezes, Jesus umas 10, e Maria umas 50.000.
Em cultos por sua vez, o termo Deus é falado quase nenhuma vez, entretanto Jesus vai quase em 100%.
Entendo que seja feito de coração puro. Mas mesmo Considerando-se que Jesus é o filho dEle unigênito, ainda assim a Concepção judaica entra em discordância. Como o Deus trino para os judeus é heresia, a única alternativa é que encontro é render louvações ao próprio Deus. Ou seja, aceitar sentido figurado às passagens de exaltação a Jesus é literal à própria divindade.
Portanto, entendo ( só entendimento mesmo) que o sentimento para com Jesus deva ser GRATIDÃO PROFUNDA, RESPEITO IMENSO, ADMIRAÇÃO TREMENDA reconhecendo que ele foi o Messias enviado pelo Eterno. Até o reconhecimento dele como O CORDEIRO leva a essa gratidão.
Mas a ADORAÇÃO, LOUVAÇÕES, ESPIRITUALIZAÇÃO DA FÉ, essas deveriam ser exclusividade de Deus, aquele que É!
Apesar de ser um preciosismo de minha parte essas definições, considero importantes pq pela que Jesus falava dele e de Deus ( não o que os apóstolos falavam de Jesus), era isso que o próprio Jesus queria.
Grande abraço
Caro Alessandro, perdoe-me pela demora em responder-lhe. Pude apenas publicar seus comentários, e somente agora dedicar-me à resposta, em virtude de um compromisso que tive em outra cidade.
ExcluirRespeito suas convicções, e muito me alegra o privilégio de manter com você este diálogo, pois vejo em suas palavras muita franqueza e sinceridade, e a sede pelo conhecimento que realmente satisfaz a alma!
O monoteísmo judaico é uma verdade bíblica incontestável, e fundamenta toda a teologia do Novo Testamento. O apóstolo Paulo, por exemplo, escrevendo aos cristãos em Éfeso, declarou:
“Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” (Efésios 4:4-6).
A confissão de Paulo, que reflete o pensamento de Jesus Cristo (Marcos 12:29), de Tiago (Tiago 2:19), de Judas (Judas v. 25) e, certamente, dos demais apóstolos, está em total harmonia com o conceito clássico do AT sobre a unicidade de Deus:
“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Deuteronômio 6:4).
Em Deuteronômio 4:39, porém, Moisés já havia esclarecido que “só o Senhor é Deus” e que “nenhum outro há”, ou seja, ele define o fato de que existe um único Deus, em contraste com mais de um!
A unicidade de Deus diz respeito, portanto, à singularidade do ser divino, em relação aos muitos “deuses” reconhecidos pelos pagãos.
Mas há muito mais por trás desse conceito relativamente simples!
O adjetivo hebraico que Moisés usou para se referir à unicidade de Deus é “ekhad”. Note:
“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus [JHVH], é o único [ekhad] Senhor”.
Esse adjetivo – “ekhad” – é usado, em certos casos, para expressar uma unidade composta! Observe o seguinte texto:
“E houve tarde e manhã; um [ekhad] dia.” (Gênesis 1:5)
Ou seja, duas coisas distintas juntas, neste caso, tarde e manhã, passam a ser consideradas “um dia”!
Outro exemplo:
“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma [ekhad] só carne.” (Gênesis 2:24).
O homem e a mulher são aqui referidos como uma unidade (ekhad), quando na realidade são dois seres individuais e distintos que formam uma unidade no sentido de estarem envolvidos, como um par, na obra de manter uma família, e não no sentido absoluto, a ponto de se converterem em um único ser de personalidade!
Note agora outro texto bíblico, Gênesis 22:2, em que Moisés emprega uma palavra diferente para se referir a “um” ou “único”:
“Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único [yakhid] filho, Isaque, a quem amas...”.
Essa palavra também exprime individualidade, mas, ao contrário de “ekhad”, que pode significar unidade composta, “yakhid” transmite a ideia de unidade absoluta, porque só havia um filho da promessa, Isaque!
Mas Moisés não escreveu em Deuteronômio 6:4: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus [JHVH], é o único [yakhid] Senhor”, isto é, uma pessoa, um indivíduo no sentido absoluto!
Pelo contrário, ele escreveu: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus [JHVH], é o único [ekhad] Senhor”, sugerindo uma unidade composta de seres divinos com o mesmo caráter, atributos e propósito!
O conceito é reforçado em outra palavra usada por Moisés, neste caso ao se referir ao próprio Deus.
ExcluirEm Gêneses 1:26, a palavra que ele empregou é “elohim”, que é o plural de “eloah”!
Moisés não tinha a intenção de se referir a “deuses” ao usar a expressão “elohim”, mas à ideia bíblica da pluralidade na Divindade absoluta!
Por isso, o texto é traduzido assim: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança...”.
Deus, naturalmente, não se dirige a qualquer criatura celestial, mas a um igual, isto é, a outro ser divino!
O mesmo conceito aparece em Gênesis 3:22 (“Eis que o homem se tornou como um de nós...”), Gênesis 11:7 (“Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem...”) e Isaías 6: 1 e 8 (“... eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono... Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”).
O NT amplia e esclarece o pensamento do AT a respeito da pluralidade na divindade, comprovando a existência de três pessoas divinas, mas constituindo um único Deus, tal como demonstrado acima:
1. Na fórmula batismal em que Jesus Cristo menciona o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 28:19);
2. Na bênção apostólica de II Coríntios 13:13, na qual qualidades distintivas são atribuídas a cada pessoa da Divindade.
3. Em I Pedro 1:2, que diz: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação no Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.”
Percebe como esse pensamento bíblico explica, a princípio, por que o nascimento de Jesus não poderia ocorrer por causas naturais? Por essa razão, Paulo escreveu:
“Evidentemente, grande é o mistério da piedade:
“Aquele que foi manifestado na carne,
“foi justificado em espírito,
“contemplado por anjos,
“pregado entre os gentios,
“crido no mundo,
“recebido na glória.” (I Timóteo 3:16).
nobre
ResponderExcluirobrigado pelas explicações
mas continuo sem ver dessa forma sobre a "necessidade".
tomo muito cuidado com colocar arestas em Jesus, muito menos em Deus.
diferente de nós, são LIVRES, ou seja, fazem escolhas certas por princípio.
mas enfim, são apenas ponderações minhas.
Se Jesus nasceu ou não de forma natural, absolutamente NADA do meu sentimento para com ele mudará. Se ele ressuscitou ou não, enfim...mas é um conceito meu, fique tranquilo.
Me incomoda o fato das pessoas precisarem de uma experiência mágica. Ele já fez muito. O 1o. mandamento é nossa obrigação de gratidão.
mas enfim..
cheguei ao seu blog devido a estudos sobre profecias / nova ordem mundial / e principalmente MORAL OBJETIVA.
essa moral que o islamismo entende ser a certa é desconcertante justamente por ser objetiva...
a nova ordem mundial é moral subjetiva..
não sei se o amigo conhece ou já leu algo sobre uma suposta carta de "Albert Pike" sobre as 3 guerras mundiais. Se ainda não procure no google. É desconcertante. Ao mesmo tempo, é mais desconcertante ainda o "quem não tiver pecado que atire a primeira pedra".
Enfim
obrigado pela boa conversa
Eu é que agradeço, Alessandro! Foi certamente uma boa conversa!
ExcluirQuanto à carta atribuída a Albert Pike, conheço e já li a respeito. Se ela é verdadeira ou não, é difícil provar. Mas o conteúdo é, no mínimo, intrigante, e parece fazer algum sentido, especialmente levando-se em conta como as duas primeiras guerras mundiais mudaram de forma radical o padrão tradicional de pensamento, comportamento e valores, tornando o mundo um terreno mais propício para o estabelecimento de uma ordem mundial mais alinhada aos interesses da elite.
Se tiver alguma outra informação sobre o assunto, por favor, não hesite em compartilhá-la comigo, pois é do meu interesse!
Um grande abraço, e que Deus te abençoe!