A represa de São Francisco, na Califórnia, era considerada por muitos um marco da engenharia civil americana.
Localizada no cânion de San Francisquito, cerca de 64 quilômetros a noroeste do centro de Los Angeles, a barragem foi projetada em arco-gravidade, um tipo de estrutura cujo formato e peso auxiliam os pilares a resistir à pressão da água.
Construída por William Mulholland, conhecido como o pai do sistema municipal de água de Los Angeles, suas dimensões eram consideráveis para a época, com cerca de 62 metros de altura e pouco mais de 200 metros de comprimento. Seu imenso vão de concreto comportava mais de 45,4 bilhões de litros.
Mas menos de dois anos depois de sua inauguração, em 1926, a represa já apresentava vazamentos. As ocorrências tornaram-se tão comuns que os moradores da região costumavam brincar dizendo: "Vejo você mais tarde, se a represa não romper!"
Na manhã de 12 de março de 1928, Tony Harnischfeger, o guarda da represa, realizou sua inspeção de rotina e notou um novo vazamento, com aparência lamacenta, na ombreira oeste da represa, um sinal de uma possível erosão do material de fundação.
Harnischfeger contatou William Mulholland para relatar o problema. Mulholland, acompanhado por seu engenheiro assistente, Harvey Van Norman, dirigiu-se imediatamente ao local para inspecionar o vazamento.
Após uma avaliação, Mulholland e Van Norman atestaram a segurança da represa, concluindo que, embora o vazamento fosse um problema grave, não representava uma ameaça iminente à estrutura da obra.
Doze horas depois, quando faltavam três minutos para a meia-noite, as paredes de contenção da represa ruíram fragorosamente, liberando uma avalanche de água com uma altura equivalente a um prédio de 10 andares que varreu mais de 80 quilômetros a oeste em direção ao oceano.
Harnischfeger e seu filho de 6 anos, Coder, foram as primeiras vítimas.
A água engoliu cidades inteiras, várias fazendas, um canteiro de obras da companhia de energia, a reserva indígena e o posto de comércio de Harry Carey, bem como a Powerhouse Nº 2, uma usina hidrelétrica localizada a aproximadamente 2,4 quilômetros abaixo da represa.
Os corpos arrastados pelas águas chegaram à costa até o sul de San Diego. Muitos jamais foram encontrados. As estimativas de mortes variam de cerca de 400 a mais de 600.
Em termos de perda de vidas, o colapso da represa de São Francisco é o segundo maior desastre da história da Califórnia, superado apenas pelo terremoto e incêndio de São Francisco em 1906.
Imagens desse trágico incidente foram capturadas pela câmera de um fotógrafo do Los Angeles Times e estão disponíveis aqui.
Além de ser uma catástrofe, essa tragédia é também, em virtude de suas características, um símbolo da terrível destruição que finalmente atingirá o mundo.
Referindo-se ao grande dia do Senhor, 2 Pedro 3:10 diz:
Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.
As palavras inspiradas de Pedro não deixam dúvidas. Este é um tempo que exige de nós uma atitude vigilante.
No cerimonial levítico, enquanto o sumo sacerdote fazia expiação por Israel, exigia-se de todos que fizessem um solene exame de consciência pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor, para que não acontecesse serem extirpados dentre o povo.
Da mesma forma, todos os que querem ter seu nome conservado no livro da vida do Cordeiro devem agora, nos poucos dias de graça que restam, afligir a alma diante de Deus, em tristeza pelo pecado e em genuíno arrependimento.
A todos os que verdadeiramente se arrependem do pecado e, pela fé, reclamam o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, o Senhor declara em Isaías 43:25:
Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro.
Oh, maravilhas da graça redentora!
Os moradores do vale de Santa Clara foram surpreendidos pela tragédia da inundação enquanto dormiam. Paulo exorta em Romanos 13:11:
E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos.
Quão lamentavelmente trágico significa adormecer nesta hora tão solene.
Segundo a Palavra de Deus, um terrível desastre como nunca houve assolará o mundo. E os sinais desse desastre são tão visíveis hoje quanto aqueles que antecederam o colapso da represa de São Francisco.
Mas os que confiam no Senhor e são vigilantes encontrarão Nele refúgio (Salmo 46:1-2)!
Adaptado de Ano 2000: Angústia ou Esperança?, de Enoch de Oliveira, p. 220 e 221.
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